GESTÃO INTERNACIONAL DE PESSOAS
As empresas brasileiras começaram a se movimentar mais intensamente para internacionalização na década de 90, e na década posterior ocorre uma explosão de empresas com iniciativa em explorar novos mercados. Assim, nasce a necessidade de transformar colaboradores frente aos novos desafios organizacionais.
A gestão internacional de uma empresa busca ampliar, em nível global, sua competitividade. Segundo Minervini (2013), competitividade e ser competitivo, são a essência para as empresas se lançarem e se manterem no mercado internacional. Neste caso, não há como negar o papel importante das pessoas, ativos intangíveis no desenvolvimento do posicionamento competitivo. E então, qual é de fato, o papel da gestão internacional de pessoas?
Não existe uma fórmula ideal para gerir pessoas, mas um ponto é fundamental, analisar os fatores internos e externos do mercado internacional para, posteriormente, criar as políticas adequadas ao desenvolvimento humano. Ter clareza sobre o mercado em que a empresa atua é fator preponderante já que este aspecto irá determinar conhecimentos, habilidades e atitudes exigidos do negócio e esperado pelos profissionais.
Para Dutra (2002), o modelo de gestão de pessoas deve ser coerente com essa moderna visão das relações, de acordo com algumas premissas: i) foco no desenvolvimento e não apenas no controle; ii) foco no processo e não apenas nos instrumentos; iii) foco no interesse conciliado e não apenas no interesse da empresa.
É possível encontrar modelos de gestão diversos, levando em conta as diferenças histórico culturais e sócio econômicas em que as empresas estão inseridas. É importante esclarecer que a Gestão de Pessoas tem relevância dentro de um único país, já a Gestão Internacional de Pessoas explora a complexidade que se origina da diversidade de contextos de negócios, processos e pessoas no âmbito internacional (CIERI, 2007).
Na visão das multinacionais, segundo Robert (2007), a GIP ideal é aquela que promove três elementos: i) prontidão; ii) divulgação de conhecimento e inovação; iii) identificação e desenvolvimento de pessoas em uma base global.
É fato que cada negócio possui suas próprias referências em termos de economia, processos e pessoas. Quando falamos de mercado internacional, adiciona-se mais aspectos como questões culturais, legais e sociais. Imaginem o impacto disso tudo no processo de compreensão de pessoas, no caso de multinacionais, a complexidade para criação de políticas que façam com que as pessoas compreendam verdadeiramente seu papel – e que este faça sentido no âmbito coletivo. No Brasil, ainda estamos prematuros no sentido de produção científica que retrate teorias e práticas sobre a Gestão Internacional de Pessoas, eis um desafio.
Referências:
DE CIERI, Helen; COX, Julie Wolfram; FENWICK; Marilyn A review international human resources managemnet: Integration, interrogation, imitation International Journal of Management Reviews v.9 n4 p.281-302. 2007.
DUTRA, Joel Souza. Gestão de Pessoas com base em competências. In Dutra, Joel Souza(org). Gestão por competências. São Paulo. Gente. 2001.
MINERVINI, N. O Exportador - Ferramentas Para Atuar Com Sucesso No Mercado Internacional. 6. Ed.São Paulo: Pearson, 2013.
ORSI, A. Gestão internacional de pessoas: políticas de recompensas para executivos expatriados por empresas brasileiras. Tese (Doutorado em Administração), Universidade de São Paulo – USP, São Paulo, 2010.
ROBERTS, Karen; KOSSEK, Ellen Ernest; OZEKI, Cyntia Managing the global workforce: challenges and estrategies. In MENDENHALL, Mark; ODDOU, Gary. Readings and cases in interantional human resources management. South Western College Publishing. 2000.
Letícia Zanini Bez Batti: Psicóloga e Coach (The Inner Game International School, by Timothy Gallwey, EUA e SBC, Behavioral Coaching Institute e International Coaching Council); Master Coach by Creative Learning Institute; QUEST Trainer Coach by Hendre Coetzee; Brain Gym (Ativação Cerebral) by Paul Denninson; Facilitadora de Formação de Coaches by Creative Learning Institute; Facilitadora da metodologia Lego Serious Play. Técnica em Neurofeedback by Peter Van Deusen; Especialista em Gestão de Pessoas e Competências Organizacionais; Mestranda em Desenvolvimento Socioeconômico. Atua em projetos de capacitação empresarial e estruturação de processos de recursos humanos. Consultora em Desenvolvimento Humano. Co-autora dos livros “Programados para vencer com coaching” e “Condicionados para o sucesso”. Idealizadora e executora do programa “Fica a Dica” na Rádio Som Maior e “Perfil de Sucesso” na Rede Litoral Sul, Net. Partner The Inner Game International School, região Sul. Atua em empresas conceituadas da região Sul do Brasil.
03 de setembro de 2017 às 22:20
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