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Unesc participa de pesquisa multicêntrica para avaliar sequelas da Covid-19 em pessoas que contraíram o vírus

Unesc participa de pesquisa multicêntrica para avaliar sequelas da Covid-19 em pessoas que contraíram o vírus
Professor doutor Felipe Dal Pizzol lidera pesquisa envolvendo instituições brasileiras (Foto: Arquivo) Mais imagens

O estudo multicêntrico liderado pela Unesc sobre os danos que o vírus Sars-CoV-2 (novo coronavírus) pode causar no organismo de pessoas que desenvolveram a doença já começou. Nesta etapa, a pesquisa já avalia 100 pacientes nos três centros ativos de recrutamento de pacientes em Santa Catarina: Criciúma, Joinville e Florianópolis. Os pesquisadores irão avaliar os pacientes com Covid-19 da internação até 1 ano após a alta hospitalar e verificar não apenas a taxa de mortalidade da doença, mas as possíveis sequelas no campo neurológico e como ela afetou a qualidade de vida dos pacientes. 

A pesquisa de enfrentamento da pandemia de Covid-19 e suas consequências foi contemplada pelo edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Em Santa Catarina, a Unesc foi a única Universidade Comunitária com projetos de pesquisa aprovados.

O projeto “Estudo prospectivo e multicêntrico dos fatores preditivos de mortalidade hospitalar e carga de doença da Síndrome Respiratória Aguda Grave” é liderado pelo professor doutor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Unesc (PPGCS), Felipe Dal Pizzol. O estudo terá a participação de pesquisadores e profissionais de diversas instituições: Hospital São José e da Unimed, de Criciúma; Hospital Nereu Ramos e Hospital Universitário (HU), de Florianópolis; Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Hospital das Clínicas, de Porto Alegre; Universidade da Região de Joinville (Univille); Hospital Regional de Joiville e Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (Uniarp), de Caçador.

Dal Pizzol explica que a o projeto quer monitorar um grupo de 300 pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com Covid-19 tanto durante a internação hospitalar até 1 ano após, para avaliar a mortalidade e as consequências da doença, como incapacidade pulmonar, neurocognitiva e conexões do sistema nervoso central. “Vamos analisar informações dos pacientes antes de passarem pela UTI durante o período de internação e fazer um sequenciamento completo do RNA de leucócitos, além de proteínas relacionadas com imunidade e coagulação”.

O professor da Unesc conta que os pesquisadores irão calcular também os dias de vida de cada paciente que foram perdidos por conta do vírus. “Além de levantar dados científicos para fins acadêmicos, o projeto irá desenvolver um aplicativo com as informações mais relevantes para o Sistema Único de Saúde (SUS), colaborando assim com o trabalho dos profissionais da saúde pública no enfrentamento da doença”.

A pesquisa ainda irá fazer um comparativo entre pacientes com Sars-CoV-2 e com Síndrome Respiratória Aguda Grave, para verificar semelhanças e diferenças, como o grau de letalidade e sequelas.

Professor integrará grupo de nova pesquisa

O médico, professor doutor e pesquisador da Unesc, Felipe Dal Pizzol está envolvido diretamente no trabalho de análise e pesquisa para o enfrentamento da pandemia desde o seu início. Ele integrou a equipe que elaborou as “Diretrizes para Diagnóstico e Tratamento da Covid-19”, publicada em abril pelo Ministério da Saúde. Engajado na pesquisa do grupo Coalizão Brasil Covid-19, participou do estudo sobre o uso da hidroxicloroquina x azitromicina x placebo no tratamento de casos graves de coronavírus. 

Dal Pizzol se prepara para iniciar uma nova investigação, dentro do grupo de pesquisa Coalizão Brasil Covid-19. Desta vez, novos medicamentos para o combate ao Sars-CoV-2 serão avaliados. Segundo ele, de 10 a 15 protocolos com drogas novas serão adotados nas próximas semanas. As substâncias virão do exterior e a pesquisa já foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

Cenário da pandemia 

Segundo Dal Pizzol, ao analisarmos o cenário da pandemia no Brasil, é preciso levar em consideração as dimensões do país. “Do primeiro caso, na Itália, até chegar aos outros países da Europa, tivemos em torno de cinco meses. Analisando que o Brasil tem dimensões de um continente, estamos dentro da média dos demais países. Nas regiões mais ao norte tivemos os primeiros casos e lá já estamos vendo os casos diminuírem. Aqui no Sul, o ponto crítico da pandemia chegou depois e a julgar pelo comportamento das demais regiões, devemos estar chegando ao platô e começar a estabilizar em setembro, outubro”, comenta. 

Sobre a vacina, Dal Pizzol comenta que há cerca de 150 em teste e o Brasil tem parceria nas pesquisas envolvendo quatro delas. Segundo o professor, os estudos destas quatro vacinas já estão em fase adiantada e que existe a possibilidade de que ao menos duas sejam colocadas em produção. “Os mais otimistas afirmam que em outubro ou novembro já teremos vacina. Um grupo, do qual eu faço parte acredita que teremos isso para o ano que vem. É preciso levar em consideração que teremos 7 bilhões de pessoas para imunizar e toda a questão que envolve a produção, os grandes laboratórios e o estabelecimento de prioridades do recebimento das doses”, afirma.

Neste cenário, o pesquisador salienta a necessidade da população manter os cuidados. Segundo ele, apesar de um afrouxamento do isolamento social e o retorno de atividades, ainda teremos um período relativamente longo de necessidade de uso de máscara e cuidados reforçados de higiene e distanciamento. 

Milena Nandi – Agência de Comunicação da Unesc

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

31 de agosto de 2020 às 15:52
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