PPGE - Programa de Pós-Graduação em Educação

Defesa Pública de Tese de Doutorado - Zélia Medeiros Silveira

O Programa de Pós-Graduação em Educação convida toda comunidade acadêmica para assistir a Defesa Pública de Tese de Doutorado abaixo relacionada:

Doutoranda: Zélia Medeiros Silveira

Título: “O Olhar da Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski sobre Inclusão de Crianças com Deficiência nos Anos Iniciais do Ensino Regular de uma Escola no Município de Criciúma/SC”

Banca Examinadora:

Profa.  Dra. Janine Moreira (Orientadora – UNESC)

Profa.  Dra. Elisabeth Rossetto (Membro - UNIOESTE)

Profa.  Dra. Maria Teresa Esteban do Valle (Membro - UFF)

Prof.  Dr. Carlos Renato Carola (Membro - UNESC)

Prof. Dr. Ricardo Luiz de Bittencourt (Membro - UNESC)

Data: 20 de setembro de 2023

Horário: 8h30

Local: Bloco “P” sala 104

Link meet: meet.google.com/itb-xdoj-ejt

RESUMO

A inclusão dos estudantes com deficiência nas instituições de ensino tem sido um tema cada vez mais relevante na sociedade contemporânea, especialmente na área da educação. Apesar dos avanços nos documentos que regem a educação brasileira, ainda há muitas barreiras a serem superadas na sua materialização. Este trabalho recorreu da Psicologia histórico-cultural de Vigotski para investigar as contradições presentes no processo de inclusão dos estudantes com deficiência, analisando as narrativas de crianças e de professoras de uma escola do município de Criciúma/SC. Os estudos teóricos versaram principalmente sobre os fundamentos basilares da Psicologia histórico-cultural de Vigotski e as discussões atuais relativas à Educação Especial e Inclusiva. A perspectiva de Vigotski enfatiza a importância do contexto social e cultural na formação do sujeito e na apropriação do conhecimento, o que permite uma análise ampla e abrangente das práticas inclusivas na educação. Dessa forma, buscou-se compreender como as narrativas das crianças e das professoras revelam as fragilidades e as possibilidades da inclusão escolar, bem como as contradições presentes nesse processo. Como procedimento metodológico, adotou-se a pesquisa empírica de caráter qualitativo, utilizando o método histórico e dialético na discussão e na análise dos dados coletados, incluindo a observação informal e a entrevista narrativa com quatro professoras e seis crianças. As narrativas foram confrontadas com as categorias vigotskianas: Deficiência; Mediação; Instrução; Desenvolvimento e Interação Social. Os dados revelam que a concepção de Deficiência apresenta resquícios do modelo médico, e as práticas pedagógicas são organizadas no sentido de reeducar a criança com deficiência para que ela se aproxime cada vez mais do padrão desejável, estabelecido pelo currículo escolar normativo, organizado para a normalidade. As crianças com deficiência pouco estão se desenvolvendo cognitivamente e em suas relações sociais, assim como pouco interagem umas com as outras. As ações inclusivas promovidas pela escola, muitas vezes, se limitam a considerar as deficiências expressas nos diagnósticos em detrimento da criança como um todo. Assim, o que ocorre na escola é a integração e não necessariamente a inclusão das crianças, ou seja, embora as crianças estejam presentes fisicamente na escola, elas não participam ativamente dos seus processos de aprendizagem e de interação social. Nesse sentido, as práticas pedagógicas se distanciam das proposições da Psicologia histórico-cultural de Vigotski, pois, nessa perspectiva, as práticas pedagógicas que intentam ser inclusivas devem romper com o aprisionamento biológico, dando espaço à construção do sujeito como ser histórico e subjetivo. Em síntese, a construção de uma escola inclusiva, tal como idealizada por Vigotski, implica uma reestruturação profunda da sociedade em que vivemos. Para construir uma escola inclusiva, é preciso ir além das mudanças nas práticas pedagógicas e investir em políticas públicas que promovam a equidade e o acesso aos direitos humanos universais. É necessário enfrentar as barreiras estruturais e culturais que impedem a participação plena das pessoas com deficiência na sociedade. 

Palavras-chave: Psicologia histórico-cultural. Inclusão. Práticas Pedagógicas. Criança. Deficiência. 

26 de outubro de 2023 às 11:13
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