Gestão e Estratégia em Negócios Internacionais

PRATA DA CASA - MILLENA BIFF (DO BRASIL À COREIA DO SUL)

PRATA DA CASA - MILLENA BIFF (DO BRASIL À COREIA DO SUL)
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Na segunda edição do Prata da Casa, temos a participação de Millena Biff, egressa do curso de Administração-Comércio Exterior da UNESC e atualmente cursando mestrado na Coreia do Sul.

"Olá! Meu nome é Millena Biff, tenho 23 anos e sou egressa do curso de Administração e Comércio Exterior da UNESC, o qual finalizei no segundo semestre de 2015. Atualmente, faço mestrado em Administração Internacional na Universidade Konkuk, na Coreia do Sul.

Quando entrei na faculdade, tinha apenas 16 anos e não sabia ao certo o que queria para o meu futuro. Já pensava em seguir carreira acadêmica, já que sempre gostei de ajudar os outros a entender os conteúdos que estudávamos, mas pensava primeiro em trabalhar muitos anos com comércio exterior, ser trader, ou algo do tipo. Ao longo do curso e das experiências profissionais que tive, pude perceber o que realmente queria para minha vida. Meu orientador Julio Cesar Zilli, com quem escrevi artigos e fui a eventos e congressos foi uma das pessoas que me fizeram ter certeza que meu futuro seria na pesquisa científica e no magistério.

Como sempre achei importante um professor ter o conhecimento da prática, corri em busca de estágios na área de comércio exterior e, felizmente, consegui trabalhar com comércio exterior por aproximadamente dois anos e meio. Por alguns meses fui estagiária em uma empresa que exportava cortes de frango e, depois mais tarde, trabalhei no departamento de despacho aduaneiro de uma trading de Criciúma.

Em meados de 2014, quando ainda estava na graduação, decidi que gostaria de estudar fora do país, mas que teria que ser em algum país bastante diferente do nosso e que me oferecesse uma bolsa de estudos, já que não teria condições financeiras de me bancar no exterior. Como desde muito nova sempre me interessei pela cultura asiática, no fim optei pela Coreia do Sul, apesar de existirem bolsas de estudos parecidas também no Japão e Taiwan.

O processo seletivo para mestrado no exterior é bastante competitivo, então decidi traçar uma estratégia para que tivesse chances de passar. Através de uma análise dos ganhadores da bolsa de estudos dos anos anteriores, pude perceber quais eram as minhas vantagens e desvantagens.

Muitos alunos, por exemplo, já haviam morado na Coreia por 1 ano através do Ciência Sem Fronteiras e quase a maioria dos outros participantes já havia feito, pelo menos, intercâmbio no exterior. Outros, além de um bom nível de inglês, que é obrigatório para o recebimento da bolsa, já falavam coreano. Assim, decidi que deveria fazer um investimento e ir para a Coreia antes de tentar o mestrado. Por algum tempo, guardei dinheiro e, numa manobra um tanto arriscada, já que estava gastando minhas economias e não sabia se iria ser aprovada posteriormente, fiquei um mês na Coreia do Sul estudando coreano. 

Minha trajetória acadêmica me rendeu alguns prêmios também, o que com certeza me ajudou muito durante o processo seletivo de mestrado. Com a minha monografia EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO: O PERFIL DA AMÉRICA LATINA, recebi o prêmio de melhor monografia do semestre. Também, como sempre mantive boas notas, ao final do curso  recebi o prêmio de melhor aluna, reconhecido pelo Conselho Regional de Administração de Santa Catarina (CRA-SC).

Com essas experiências profissionais, pessoais e acadêmicas, me inscrevi no programa de mestrado. Depois de enviar documentos, fazer entrevista, aguardar as universidades coreanas analisar meu currículo, ser aceita; embarquei para a Coreia em agosto de 2017.

Por um ano, como parte do programa, o governo coreano proporcionou a mim e outros bolsistas um curso de língua coreana. Até o final desse curso, precisaríamos atingir uma nota mínima de proficiência em coreano, para que assim pudéssemos efetivamente começar em nossos respectivos programas de pós-graduação. A língua coreana é bastante difícil para falantes nativos de português, porque a gramática é praticamente o contrário da nossa, mas felizmente consegui cumprir com o exigido. No mestrado que faço, as disciplinas são em coreano e em inglês, porém, meus professores estão sempre dispostos a me ajudar caso tenha problemas em entender algo no idioma deles.

A vida na Coreia para um bolsista de mestrado não tem muito luxo e é bastante puxada, entretanto, poder vivenciar uma cultura diferente da nossa é uma oportunidade muito especial que faz tudo valer a pena. Na verdade, não somente a cultura coreana, mas as culturas dos amigos que você faz morando fora do país agregam muito valor a você como ser humano.

Por fim, o que deixo como dica para pessoas que queiram estudar no exterior, seja na Europa, na Ásia, ou em qualquer outro lugar do mundo, é que sua trajetória faça sentido. Isto é, você precisa mostrar o que veio fazendo até o presente momento para que seja merecedor da vaga, que possui um interesse genuíno no país e que entende bem como o programa que você está aplicando funciona. Além disso, comece a aprender inglês, ou a língua do país que você tem interesse. Aprender outra língua, por si só, já abre muitas portas, seja no ambiente acadêmico ou profissional, no Brasil ou no exterior."

21 de abril de 2019 às 17:02
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