Gestão e Estratégia em Negócios Internacionais

PRATA DA CASA - BARBARA DEGASPERI

PRATA DA CASA - BARBARA DEGASPERI
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O Projeto Prata da Casa, uma iniciativa do Grupo de Pesquisa Gestão e Estratégia em Negócios Internacionais- GENINT, visa compartilhar conhecimentos e experiências de egressos, proporcionando uma visão sistêmica do mercado de trabalho, bem como a inserção dos acadêmicos no mercado de atuação da profissão. Os egressos fortalecem o vínculo com a universidade, retornando ao ambiente acadêmico para socializar suas experiências e oportunidades oferecidas no atual contexto socioeconômico.. 

Nesta primeira edição,  temos a participação e o depoimento da egressa do Curso de Comércio Exterior da UNESC, Barbara Degasperi.

"Meu nome é Barbara Degásperi, tenho 23 anos, sou egressa do curso de Comércio Exterior, graduada pela UNESC no ano de 2017. Atualmente cursando MBA em controladoria e Finanças, também pela Unesc, no qual estarei finalizando até o fim do ano.

Sobre minha graduação, desde sempre fui muito participativa na Universidade, sempre que tinha eventos, oportunidades de escrever artigos, submeter publicações, eu perguntava se poderia estar presente. E tive incentivo de muitas formas. De fato, quando a universidade e os professores estão comprometidos e envolvidos, despertam nos alunos o interesse e a vontade de também estar cada vez mais presentes, fui capaz de presenciar isso de muitas formas durante os 04 anos que estive cursando.

Desenvolvi um projeto de TCC no qual realizei uma analise acerca dos OS MODELOS DE GESTÃO ADOTADOS PELO PORTO DE ITAJAÍ E DO TERMINAL PORTUÁRIO DE NAVEGANTES, sob a orientação do Prof. Msc. Julio Cesa Zilli. A ideia surgiui durante as aulas de Legislação Aduaneira e que ao final ganhou destaque e reconhecimento entre as monografias apresentadas naquele semestre.

Durante a graduação, tive a oportunidade de conversar com muitos professores e expressar a vontade de estar trabalhando efetivamente com a área de Comércio Exterior, até o momento eu trabalhava na área administrativa de uma empresa de matérias hospitalares, trabalhando com estoque, com financeiro, faturamento, nota fiscal, porém sentia que faltava algo, queria me encontrar na minha profissão. Quando estava no quarto semestre do curso, uma das professoras comentou que um dos acadêmicos de outra fase tinha uma empresa de comércio exterior, trabalhava com exportação, e estava em busca de uma pessoa para agregar na empresa. Fiz a entrevista, de inicio o salário que ofertavam era menor do que eu estava ganhando atualmente, mas resolvi encarar a oportunidade, abraçar a idéia de poder ver na prática o que os meus professores comentavam e que eu já percebia que tinha muito gosto e aptidão pela área. Encarei.

Atualmente trabalho como Analista de Comércio Exterior na Decor Export Representações Comerciais, no qual atuamos com a exportação de Revestimentos Cerâmicos, cerâmica e porcelanato, e sanitários, com 04 empresas Brasileiras. Carmelo Fior, Cerâmica Giseli, Grupo Embramaco (São Paulo) e Roca / Incepa.

Com estas empresas trabalhamos com a exportação para a América do Sul, destacando Colômbia, Bolivia, Uruguay, Argentina, Chile, Paraguay, Peru, Guatemala e recentemente voltamos com as exportações ao Equador, que desde o ano de 2009, como mecanismo para enfrentar a crise financeira internacional e a degradação da balança comercial, o governo equatoriano havia criado medidas de salvaguardas para as importações.

Nosso ramo de atuação com a representação comercial em suma consiste em efetuar o contato entre o cliente e a fábrica, e efetuar a venda. Essa atuação não descaracteriza uma exportação direta, pois o faturamento da venda e a exportação em si, é efetuada pela fábrica, porém todo o contato com o cliente, pedido, acompanhamento da venda, acompanhamento de embarque, e gestão pós venda passa pelo representante.

Desde o momento do primeiro contato com o cliente, nosso principal objetivo é mais do que apresentar um bom produto, que tenha qualidade e que vá de encontro com a necessidade do cliente, mas sim a realização de um atendimento e um serviço prestado de qualidade. Pois mais do que efetuar um bom negócio, o cliente precisa sentir confiança em quem o está atendendo.

Nós realizamos o pedido, enviamos para a fábrica, e acompanhamos toda a produção do mesmo, com maior atenção em todas as necessidades especiais solicitadas pelo cliente, solicitamos o embarque, acompanhamos o mesmo, nos certificamos que a mercadoria que estará saindo da fabrica atenda toda a necessidade do país importador, conferimos toda a documentação, acompanhamos o desembaraço e liberação da mercadoria no porto de destino, e acompanhamos com o cliente a venda e o giro do material, como estão as vendas, se o produto apresentou algum tipo de defeito, reclamação, até que seja possível a efetuação de um novo pedido de reposição.

O comércio exterior é a área que mais cresce no Brasil. Em 2018, segundo dados do MDIC, as exportações aumentaram 27,8% e as importações 13,3%, recorde histórico. O reaquecimento da economia e as boas perspectivas para 2019 tem motivado investimentos e aberturas de novos negócios no comércio exterior. O ano de 2017 finalizou com mais de 60 mil empresas atuantes no comércio exterior, com crescente demanda de negócios e abertura de vagas de emprego.

Além disso, Brasil é um dos principais protagonistas no mercado mundial de revestimentos cerâmicos, ramo no qual nós estamos inseridos ocupando a segunda posição em produção e consumo, com exportações para mais de 110 países em todos os continentes. Além dos resultados quantitativos, os revestimentos e louças sanitárias brasileiras encontram-se no "estado da arte", no que se refere às questões estéticas e de qualidade. Tornando-se competitivos para importações de países como a Espanha, Italia e China.

O mercado de pisos e revestimentos no Brasil vem se mostrando cada vez mais dinâmico, ocupando as primeiras posições em todos os importantes rankings internacionais do setor cerâmico.

Mesmo diante das dificuldades para a retomada do crescimento da economia brasileira, visto que no ano passado todo o setor foi atingido e sofreu com o aumento de insumos e matérias primas, a ANFACER, associação nacional dos produtores de cerâmica, apontam crescimento de até 4,7% dos negócios do setor, podendo subir o volume de metros quadrados registrados no final do ano passado.

Apostando em diferentes estratégias de prospecção de mercados, buscando transformar vantagens comparativas em vantagens competitivas, produtores estrangeiros vem empreendendo ações dirigidas para importantes capitais brasileiras visando ampliar o conhecimento e consumo de seus produtos.

A EXPO REVESTIR é o principal evento de soluções em acabamentos para a construção civil da América Latina, tendo como público-alvo profissionais de arquitetura, design de interiores, revendas, construtoras e compradores internacionais. Evento eminentemente de negócios, conta com a participação de mais de duas centenas de expositores e público superior a 63 mil visitantes, procedentes de mais de 56 países. Realizada anualmente no mês de março, na cidade de São Paulo, figura hoje entre as mais importantes feiras do setor no mundo.

Estivemos presentes na Feira, e eu especificamente participo da mesma desde o ano de 2016, no qual é uma oportunidade de suma importância para se mostrar presente no mercado, aumentar a participação, conhecer e abordar novos clientes. Como a Decor Export, atua com 04 empresas do mercado Brasileiro, no qual estão sempre presentes na Revestir, nós nos dividimos sempre para buscar o melhor atendimento ao cliente.

É uma feira de suma importância para a concretização de negócios para o primeiro semestre do ano, visto que muitos clientes diminuem as compras no ano de janeiro e fevereiro e aguardam a chegada do mês de Março com a divulgação dos principais lançamentos e novidades que serão apresentadas ao transcurso do ano. Nesse contexto, entender a natureza da logística da cerâmica e os aspectos de custos é uma excelente ferramenta para aprimorar a inserção do revestimento cerâmico brasileiro no mercado internacional.

Sobre os principais desafios que eu encontro todos os dias como profissional de comércio exterior, é o fato de nós profissionais temos sempre que estar nos renovando, recriando, aprendendo, buscando novas formas de realizar o nosso trabalho.

Por exemplo, nós enfrentamos diversas burocracias e barreiras para introdução dos nossos produtos no mercado externo, alguns países como Colômbia e Peru, exigem uma etiqueta em todas as caixas dos produtos com informações técnicas que caso estejam faltantes, e houver fiscalização, a aduana não permite a introdução dos produtos, em uma carga de 10, 20 containers, que muitas vezes é necessário etiquetar caixa por caixa.

Ou o Equador, por exemplo, que apesar de ter permitido a entrada dos produtos brasileiros hoje tem um procedimento interno de inspeção de mercadoria e testes com os produtos que pode levar a fábrica a demorar em torno de três meses para embarcar um único pedido para o país, o que prejudica todo a logística interna de produtos e giro de pedidos, já que os mesmos ficam parados na fabrica aguardando liberação do órgão governamental.

Sobre a região que estamos inseridos, falando principalmente da américa do sul, destaco que o exportador brasileiro encontra nestes países mercados atraentes para seus produtos e potenciais negócios e para a realização de parcerias com investidores e produtores locais. Cabe destacar que os produtos brasileiros são objeto de reconhecido prestígio e conquistaram espaço no mercado, porém ainda enfrentam competividade com a alta tecnologia desenvolvida na Espanha e os preços baixíssimos praticados pela China.

Esses entraves, como por exemplo, as exigências de alguns países para exportação, o processo burocrático, os custos que envolvem um processo de exportação, logística até o porto de embarque, são fatores que devem ser avaliados por uma empresa ao momento de inserir-se no mercado internacional, é claro que se olharmos pelo modo atrativo, pela alta do dólar que tem se apresentado nos últimos meses, muitas empresas abrem os olhos para buscar uma oportunidade no mercado externo, mas é importante que antes de buscarem se inserir no mercado avaliem que fatores terão que ser desenvolvidos, que tipos de embalagens terão que ser montadas para uma viagem de 30/40 dias de navio, ou mesmo terrestre no qual enfrentamos para a Bolívia por exemplo condições de estradas que não são favoráveis e que caso o produto não esteja bem embalado pode ocasionar diversas quebras, por ser um produto frágil como um pallet de Cerâmica, e entender que uma vez que você está inserido no mercado você deve buscar a continuação do mesmo."

18 de abril de 2019 às 14:03
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