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SCT trata de alternativas alimentares para intolerantes à lactose e portadores de doença celíaca

SCT trata de alternativas alimentares para intolerantes à lactose e portadores de doença celíaca
Professora da Unesc deu dicas de substituições de alimentos e falou de alimentação saudável (Reprodução/AgeCom) Mais imagens

Alternativas alimentares para portadores de doença celíaca e intolerantes à lactose foram discutidas pela professora dos cursos de Nutrição e Medicina da Unesc, Maria Cristina Gonçalves de Souza, na 12ª Semana de Ciência e Tecnologia (SCT). O minicurso, na noite desta quarta-feira (10/11), com transmissão pelo canal da Unesc no Youtube, foi voltado para acadêmicos e comunidade em geral. Durante a explanação, a nutricionista, que também é intolerante à lactose e é portadora da doença celíaca, destacou a importância da alimentação adequada em todas as fases da vida. “A alimentação normal deve ser quantitativamente suficiente, qualitativamente completa, além de harmoniosa em seus componentes e adequada a sua finalidade e ao organismo a que se destina”, sublinhou.

De acordo com a nutricionista, a intolerância à lactose é um processo que resulta da deficiência da enzima responsável pela digestão do principal açúcar do leite, a lactase. O organismo dos intolerantes tem dificuldade de ingerir esse açúcar, gerando alguns sintomas como gases e diarreia. Na região Sul do Brasil a prevalência de intolerante à lactose é de 44,1% da população e no sudeste possui 60,8%.

Já a doença celíaca é desencadeada pela ingestão de glúten, além de ser autoimune e não ter cura. O glúten é um conjunto de proteínas presentes no trigo, cevada, centeio e, por contaminação cruzada por glúten, na aveia. Dentre os sintomas mais comuns estão prisão de ventre, anemia, falta de apetite, vômitos, dor abdominal e distensão abdominal, aftas de repetição, emagrecimento ou obesidade, infertilidade, confusão mental e outros.

O Brasil ainda não tem estudo multicêntrico para determinação da prevalência da doença, mas existem pesquisas realizadas em vários municípios que ajudam a ter um panorama parcial. A estimativa é de que, atualmente, no Brasil, existam em torno de dois milhões de celíacos, sendo que a grande maioria ainda não tem o diagnóstico.

“As alergias são mais comuns na infância, enquanto a intolerância se manifesta geralmente em crianças maiores e adultos. A alergia é uma reação alérgica onde o sistema imunológico é ativado. Já a intolerância não tem intermediação do sistema imunológico e pode ocorrer em cada fase da vida”, alertou a professora.

Segundo Maria Cristina, as pessoas intolerantes podem consumir derivados de leite em quantidades pequenas sem reações, mas na alergia a dieta deve ser isenta de toda e qualquer proteína do alimento.

Hábitos alimentares sofrem transformações

Maria Cristina salientou que nos últimos 30 a 40 anos os estilos de vida e hábitos alimentares da população sofreram grandes transformações. “Esse tipo de comportamento vem afetando de uma forma não muito saudável, o que vem gerando vários tipos de patologias. Nos alimentamos de forma diferente, respiramos um ar diferente, vivemos um clima diferente e estamos em contato com substâncias sintéticas que nem existiam até então. Isso tudo vai gerar a falta de qualidade de vida e vários tipos de patologias”, mencionou.

Nesse período, também houve um grande aumento de consumo de açúcar, pão branco, carnes, gordura vegetal, industrializados, sal e aditivos. “As pesquisas mostram que cada vez mais, as pessoas estão diminuindo na sua alimentação o consumo de frutas, verduras, cereais integrais, gorduras saudáveis, menos peixes, leguminosas, e bebendo menos água. Temos que respeitar a individualidade bioquímica de cada um. O que pode ser bom para um não é para outro”, comparou.

Fatores

Há vários fatores que contribuem com o desequilíbrio da melhora orgânica, de acordo com a professora. O primeiro, além da mudança da parte ambiental, é o estresse. “Percebemos que nesses últimos dois anos, com a pandemia e aliada ao estresse muitas pessoas tiveram sobrepeso. O meio no qual o indivíduo vive, a poluição ambiental, o tipo de trabalho exercido por ele, a exposição regular à metais tóxicos, entre outros fatores, precisam ser analisados, pois irão interagir com o organismo e influenciar o seu funcionamento”, alertou.

A professora falou ainda da gastronomia funcional, que é a relação entre nutrição e a gastronomia, sendo assim uma aliada para a qualidade de vida de sujeitos que apresentem ou desencadeiam alergia alimentar. “É o nutrir com sabor, respeitando a particularidade bioquímica de cada um, considerando suas tolerâncias a alergias. A gastronomia funcional utiliza de ingredientes funcionais para substituir os alimentos que provocam alergias, fazendo com que a alimentação seja mais prazerosa, saudável e balanceada. É fazer a modificação do comportamento, mas de forma prazerosa”, enumerou.

Na culinária sem lactose, ela destacou a substituição do leite e derivados sem lactose, bem como leites e derivados vegetais, como coco, arroz, amendoas, amendoim e aveia. “O leite de amêndoas, junto com o café dá um sabor mais equilibrado. Muitas empresas estão investindo em produtos sem lactose”. Maria Cristina mostrou também outros produtos referentes ao queijo, iogurtes e deu receitas substituindo o leite por água em uma receita de bolo, por exemplo.

Além de evitar os alimentos que contém glúten, também é preciso ter bastante cuidado em casa para não haver consumo de glúten por contaminação. Dentre os substitutivos da receita para os alérgicos estão a manteiga que pode ser trocada por óleo vegetal ou óleo de coco extra virgem. Hoje são muitos os tipos de farinha, como fécula de batata, farinha de coco, de quinua, de banana verde, de amido de milho, grão de bico, entre outros. Ela disse que faz uma combinação das farinhas para um resultado melhor. A nutricionista ainda mostrou algumas receitas em glúten e sem lactose para os participantes.

Palestrante

Maria Cristina Gonçalves de Souza possui graduação em Nutrição pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), mestrado em Ciências da Saúde pela Unesc, pós-graduação em nutrição clínica pela Unisinos, pós-graduação em Obesidade e Emagrecimento pela Universidade Veiga de Almeida, pós-graduação em Nutrição Clínica funcional pela Universidade Cruzeiro do Sul, pós-graduação em Fitoterapia Funcional pela Universidade Cruzeiro do Sul, pós-Graduação em Gastronomia e Cozinha Autoral PUCRS e, em andamento, pós-graduação em Alergias Alimentares pela Faculdade Qualis.

Atualmente, é professora titular no curso de Nutrição e Medicina da Unesc, nutricionista clínica atuando em consultório de nutrição, trabalha também como personal diet e realiza cursos de culinária saudável, low carb e culinária sem glúten e lactose. Tem experiência na área de Nutrição, atuando principalmente nos seguintes temas: alimentação saudável, nutrição funcional, fitoterapia, gastronomia saudável, nutrição clínica, alergias alimentares.

Últimos dias de SCT

A SCT está em seu penúltimo dia de programação nesta quinta-feira (11/11). Em paralelo à SCT ocorrem o 21º Seminário de Iniciação Científica, o 13º Salão de Extensão, o 11º Salão de Ensino, o 7º Salão de Pós-Graduação, a 8ª Feira de Inovação, o 8º Talento Cultural, a 7ª Feira de Ciências, o 6º Workshop de Arqueologia e o 4º Ciclo de Palestras do Museu de Zoologia.

O evento é composto por palestras, oficinas, minicursos e apresentações de trabalhos de pesquisa, extensão e relatos de ensino e experiência. A SCT tem o patrocínio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-SC) e o apoio de Fapesc, CNPq, Capes e Biozenthi Dermocosméticos.

Confira o minicurso com a professora Maria Cristina pela Unesc TV:

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

11 de novembro de 2021 às 15:27
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