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Indaial quer implantar Ambulatório de Fibromialgia e se espelha no modelo da Unesc

Indaial quer implantar Ambulatório de Fibromialgia e se espelha no modelo da Unesc
Durante o encontro que ocorreu na Unesc, pacientes falaram das suas dores e do tratamento especializado que a Universidade oferta (Foto: Daniela Savi) Mais imagens

“A Fibromialgia vai muito além das dores e é uma dor solitária, pois muitos acabam não entendendo o que a gente está passando. Dói em toda a parte do corpo. Quando procurei os serviços da Unesc estava saindo de uma crise de suicídio, e essa equipe da Universidade é maravilhosa”. Esse relato emotivo e intenso é da moradora de Criciúma, Giselli Cunha que sofre com a síndrome há 20 anos. “Fiquei cinco anos na fila do SUS para ter o tratamento adequado, mas foi quando tive o atendimento na Unesc, tudo melhorou. Aqui eu tive acolhimento”. Giselli contou com detalhes a sua rotina durante encontro com profissionais da Unesc e com autoridades do município de Indaial, na tarde de hoje (25/10). Eles vieram conhecer toda a estrutura do Ambulatório de Atenção à Pessoa com Fibromialgia da Universidade, que está em constante ampliação. Considera-se que, no Brasil, exista 2,5% da população com Fibromialgia por município.


A cidade, que fica no norte do Estado de Santa Catarina possui, em média 70 mil habitantes, e tem grande número de caso registrados, como contou o Secretário de Saúde, Paulo Moschetta. “Temos a intenção de implantar, pois segundo dados coletados, mas não concretos, devemos ter, em nossa cidade, em média de 270 pessoas, mas esse número pode ser quatro vezes maior”, disse.

Para ele, essa visita à Unesc foi muito importante para conseguir a realização de um plano bem elaborado e, com isso, dar uma qualidade de vida melhor à população. “Uma Universidade em um município vem para somar o universo de possibilidades e hoje viemos aqui para abastecer todo esse conhecimento universitário”, enfatizou ele, que a partir dos dados coletados, eles irão em busca de parcerias. “Espera-se que dentro de um ano o serviço seja implantado em nossa cidade”, adiantou.


A síndrome, que atinge principalmente mulheres, provoca dor intensa, cansaço, ansiedade, depressão, problemas cognitivos entre outros sintomas. Os atendimentos acontecem no ambulatório que fica anexo às Clínicas Integradas da Unesc e desde que foi implantado o serviço já atendeu 3.275 mulheres, conforme contou a coordenadora do Ambulatório de Fibromialgia da Unesc, Mágada Tessmann. E não é para menos. O projeto, que oferece atendimento gratuito à pacientes diagnosticados com fibromialgia está credenciado junto ao Consórcio Intermunicipal de Saúde (CIS) da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec).


O vereador Elton Possamai que é farmacêutico também veio conhecer os serviços e ressaltou que a intenção é olhar a população que sofre com essa dor e se espelhar em uma instituição que oferta serviços que dão certo. “Temos, por responsabilidade, buscar novas medidas para o cidadão, no dia a dia, principalmente, um tratamento diferenciado. “Vir aqui e conhecer toda a estrutura da Unesc foi muito importante, pois sabemos que aqui os serviços dão certo e isso é o que queremos para a nossa cidade”, contou.
 

Dificuldades com a doença


Andreia Sabino Marques Eyng também é de Criciúma e relatou a dor que sente com a Fibromialgia e está ansiosa para receber atendimento na Unesc. “Fiquei sabendo há dois anos e desde então luto para ter dias melhores. Não é fácil, pois até as atividades domésticas ficam comprometidas ou até mesmo, para vestir uma roupa”, relatou.


Conhecimento passado adiante


Clair Maria Santos Nascimento, que representa a Anfibro (Associação Associação Nacional de Fibromiálgicos e Doenças Correlacionadas), de Indaial, destacou que a intenção é levar todo o conhecimento adquirido para o município. Ela também tem Fibromialgia, desde 2013. Para ela, dormir é a pior dificuldade. “Não durmo por causa disso, passo o dia com dor. Você quer fazer as coisas com disponibilidade e não consegue. Muitas vezes a gente chora por não conseguir fazer uma simples atividade”, ressaltou, destacando que todo atendimento faz a diferença.


E por falar em diferença foi o que comentaram as fisioterapeutas Kálita Silveira Nunes e Luana Teixeira David que atendem na clínica. “Além da dor da Fibromialgia, tem que ver outras patologias, e é nesse momento que temos que saber diferenciar o que é a Fibro e o que não é, e até que ponto a dor está sendo em virtude da síndrome. Precisamos oferecer uma oportunidade para que consiga lidar com a dor no dia dia, e com as suas limitações. Cada paciente tem a sua percepção de dor”, analisaram.
A coordenadora da área da saúde da Unesc, professora Graziela Amboni lembrou que todos os recursos são aplicados para a comunidade. “Como somos uma Universidade Comunitária todos os recursos arrecadados são investidos para ofertar um atendimento cada vez melhor para a população com intuito de dar melhor qualidade de vida para a comunidade”, reforçou.


80% das doenças são psicossomáticas


A professora que é psicóloga lembrou que mais de 80% das doenças são de origem psicossomáticas, e essa é uma das síndromes consideradas psicossomáticas. Por isso que a atenção tem que ser cada vez maior. “Essa visita nos traz uma grande satisfação, pois eles saíram de Indaial para conhecer os nossos serviços. Isso mostra que estamos realizando os trabalhos com alta qualidade”.


A coordenadora do Ambulatório de Fibromialgia da Unesc, Mágada falou que o modelo deu tão certo que vem inspirando projetos similares não somente no Estado e no país, mas internacionalmente. A Itália, por exemplo, já está interessada em conhecer o trabalho e, recentemente, profissionais da cidade de Joinville, de Manhuaçu, em Minas Gerais, e do Ceará, participaram de reunião virtual para conhecerem o projeto que está ofertando mais qualidade de vida à população.


“Isso vem trazer acalento à dor com pessoas com Fibromialgia e conferir melhora da qualidade de vida. Sabemos que não tem cura, mas é possível ser controlada e oferecer a vida de volta a essas mulheres, já que acomete mais mulheres e, com isso, trazer o seu cotidiano mais próximo do possível”, disse. A Fibromialgia é uma síndrome reumática, não inflamatória, de etiologia desconhecido.



Fibromialgia


O Ambulatório de Atenção à Pessoa com Fibromialgia é um projeto que teve seu desenvolvimento inicial realizado pela Universidade em parceria com a Prefeitura de Criciúma e Câmara de Vereadores do Município, e que no momento disponibiliza atendimento nos 12 municípios da Amrec e nos 15 municípios da Amesc, por meio do consórcio do Cisamrec (Associação dos Municípios da Região Carbonífera). No local, cada paciente recebe atendimento de uma equipe multiprofissional, com especialidades como nutricionista, psiquiatra, educador físico, fisioterapeuta, cirurgião dentista, enfermeiro, dentre outros profissionais.


A proposta é que cada paciente tenha um projeto terapêutico singular, discutido pela equipe e pelo paciente. Ao longo do tratamento, são feitas adequações necessárias a cada caso. Os atendimentos são realizados de segunda a sexta-feira, das 8 às 19h.

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Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

25 de outubro de 2021 às 22:55
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