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Doença de Chagas ainda é uma realidade

Doença de Chagas ainda é uma realidade
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Com cerca de 10 milhões de pessoas infectadas no Brasil, a doença de Chagas ainda é uma realidade. A afirmação é da pesquisadora da Unesc Patrícia de Aguiar Amaral, que está na França estudando novos medicamentos para o tratamento desta enfermidade. “A doença de Chagas foi descrita há mais de 100 anos e ainda não possui um tratamento terapêutico adequado. Ela é um problema de saúde pública e o Brasil tem grande responsabilidade na erradicação desta doença”, salientou a pesquisadora.

“Em Criciúma e em Santa Catarina os casos são raros, para nossa tranquilidade. Contudo, tivemos um alerta em Criciúma há alguns anos, quando foi encontrado o inseto em canas de açúcar, que eram utilizadas para fazer a bebida da cana, bastante consumida no verão”, comentou. O Brasil possui mais de 60% dos portadores da doença no mundo.

Patrícia está na França desde maio, onde desenvolve seu pós-doutorado até maio de 2013, em uma parceria entre à Unesc, Universidade de Rennes e o Instituto Pasteur, de Paris. Lá ela trabalha em colaboração com pesquisadores de renome internacional, como Paola Minoprio, Philippe Uriac e Nicolas Gouault. Na Universidade Patrícia Amaral também é professora do PPGCA (Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais), do curso de Farmácia e Ciências Biológicas.

Tratamento

Segundo a pesquisadora, a doença possui um tratamento com 80% de eficiência, mas apenas para a sua fase inicial. “No entanto, os sintomas iniciais podem ser confundidos com um mal-estar, como gripe e resfriado, e normalmente o diagnóstico é tardio”, comentou. Ela explicou que o maior problema é justamente na fase crônica da enfermidade, que é incurável, já que os danos em órgãos, como o coração e o sistema nervoso, são irreversíveis.

Transmissão

A transmissão da doença de Chagas exige a participação de um vetor: o inseto Triatoma infestans, mais conhecido no Brasil como barbeiro. A pesquisadora elucidou que a doença atinge principalmente as populações rurais pobres. “As casas pobres, com reboco defeituoso e sem forro, são moradia para o inseto barbeiro, que dorme de dia, nas rachaduras das paredes, e sai à noite, para sugar o sangue da pessoas que descansam (geralmente no rosto ou onde a pele é mais fina), ocasionando a transmissão”, ilustrou.

Problemas

“As pessoas infectadas desenvolvem problemas crônicos digestivos. No entanto, a principal causa de morte dos portadores está relacionada aos problemas cardíacos, causados pelo parasita”, analisou. Patricia Amaral explicou que o quadro piora em mulheres infectadas que engravidam. “Durante a gestação, o sistema imunológico do bebê entende que o parasita faz parte do seu organismo. Por isso, depois que nasce ele não desenvolve nenhuma defesa, ocasionando a morte dessas crianças antes de atingirem os três anos de idade”, comentou.

Fonte: Comunicação Social:comunicacao@unesc.net

17 de julho de 2012 às 20:28
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2 comentários

João Batanolli

17 de julho de 2012 às 17:17

Grande Patrícia. Teu sucesso também nos engrandece. Parabéns!!!

enedir meller

17 de julho de 2012 às 15:09

Importante que a Unesc esteja ultrapassando"fronteiras". Espero que a pesquisadora possa ampliar não só seus conhecimentos mas colaborar efetivamente na melhoria do tratamento da doença. Parabéns.

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