Cuidados Paliativos garantem dignidade às pessoas, independente do tempo de vida que ainda tenham
O que fazer com um ser humano quando ele tem uma doença que o conhecimento científico já obtido na área da saúde não consegue mais garantir a continuidade da sua vida? Para responder a esta pergunta, no século IV foi criado um serviço, que foi mudando de nome ao longo do tempo, que hoje pode ser chamado de Cuidados Paliativos. Na saúde, Cuidados Paliativos significa o tratamento usado para proteger o paciente e sua família dos sintomas inconvenientes das doenças que ameaçam a continuidade da vida e que estão fora da possibilidade de tratamentos curativos.
O assunto foi o tema da palestra desta noite (4/5) na 8ª Semana de Enfermagem, promovido pelo curso de Enfermagem da Unesc, que começou ontem no auditório Ruy Hülse, no campus da universidade, e prossegue até sexta-feira, com atividades vespertinas e noturnas. A palestrante foi a enfermeira especialista em oncologia e mestre em Saúde, Filosofia e Sociedade pela UFSC, Maristela Gessi dos Santos. Ela coordena os Serviços de Cuidados Paliativos do Cepon (Centro de Pesquisas Oncológicas) de Florianópolis, órgão público do SUS que existe há 24 anos e presta 400 consultas todo mês.
Sintomas
Para a OMS (Organização Mundial da Saúde), Cuidados Paliativos é a abordagem que aprimora a qualidade de vida dos pacientes e família que enfrentam problemas associados com as doenças que não mais permitem a cura. Segundo Maristela, os principais sinais e sintomas que aparecem nos pacientes nesta condição são constipação, náusea e vômitos, anorexia, fadiga, astenia, caquexia e síndromes confusionais. “O profissional da saúde precisa estar apto a lidar com estas situações todas, adverte.
Sofrimento e dor
Outras questões, segundo ela, que não podem passar desapercebidas pelos profissionais da Enfermagem são os sintomas físicos e espirituais, que geram estresse e sofrimento aos pacientes: o impacto provocado pelo diagnóstico de que acabou as possibilidades de cura, a falta de alguém da família que possa assumir o papel de cuidador, perdas, estigmas, dor, desfiguramento do corpo físico e a eminência da morte, entre outros. A dor, diz a enfermeira, é o carro chefe dos Cuidados Paliativos, porque ela impede o ser humano de comer, dormir, levar uma vida normal e ainda aumenta muito o sofrimento e a depressão. “Nos anos 70, os pacientes oncológicos urravam de dor. A partir daí, a dor passou a ser tratada como uma emergência. Hoje, na avaliação dos sinais vitais do paciente, é considerada o quinto sinal vital”.
Locais
Se o paciente está fora das possibilidades de cura, os Cuidados Paliativos não pretendem antecipar e nem postergar sua morte, mas ajudar para que tenha o mínimo sofrimento possível. Como modelo de cuidado, os Cuidados Paliativos podem ser realizados pelos técnicos onde o paciente esteja. O local pode ser a sua residência, o hospital dia, inter-consultas, hospital ou ambulatório. “O fundamental é dar dignidade às pessoas, independente do tempo de vida que ainda tenham”, diz a coordenadora dos serviços de Cuidados Paliativos do Cepon.
Fonte: Comunicação Social:comunicacao@unesc.net
04 de maio de 2010 às 21:481 comentário
Neide
05 de maio de 2010 às 13:53Parabens a equipe que organizou o evento, pela sensibilidade em discutir um tema tão relevante e significativo. Quem viveu ou vive essas situações sabe dimencionar o sofrimento do doente e dos familiares (cuidadores).
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