Propriedade Intelectual, Desenvolvimento e Inovação

Lançamento Ebook GP/PIDI

Na data de 21/11/2017 foi lançado o Ebook Propriedade Intelectual, Desenvolvimento e Inovação: ambiente institucional e organizações, organizado pela Prof. Dra Adriana Carvalho Pinto Vieira, Prof. Msc Julio Cesar Zilli e Prof. Dra Kelly Lissandra Bruch, membros do GP/PIDI.

A obra foi idealizada pelos organizadores para apresentar os resultados das pesquisas realizadas pelos membros vinculados ao Grupo de Pesquisa (GP) denominado Propriedade Intelectual, Desenvolvimento e Inovação (PIDI) cadastrado no CNPq, vinculado à Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), bem como foram convidados alguns autores de instituições acadêmicas parceiras dentro das temáticas abordadas pelo GP/PIDI.

O grupo foi constituído e autenticado em 2012 e, tem como lideres a Profa. Dra. Adriana Carvalho Pinto Vieira, da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) e pela Profa. Dra. Kelly Lissandra Bruch, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com apoio do prof. Msc Julio Cesar Zilli, também da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC).

Desta forma, esta obra foi estruturada de acordo com as linhas de pesquisa do GP/PIDI, como forma de divulgar as pesquisas que tem sido realizada ao longo dos últimos anos:

1) A indicação geográfica como política pública de desenvolvimento: os artigos apresentados nesta linha tem por objetivo analisar o instituto do direito de propriedade intelectual denominado indicação geográfica (IG) sob o aspecto da concepção deste como uma política pública de promoção do desenvolvimento, notadamente a possibilidade da potencialização do desenvolvimento local, regional e territorial da coletividade relacionada com o produto que se tornou conhecido pela sua origem, incluindo-se nestes os fatores naturais e humanos, bem como a agregação de valor, o espaço geográfico, patrimônio histórico, potencialidades regionais, empreendedorismo.

2) Comércio exterior e negócios internacionais: os artigos apresentados nesta linha têm por objetivo destacar as implicações das ações governamentais no contexto brasileiro e do comercio exterior, bem como a formação de blocos econômicos e as políticas de defesa comercial. Analisar os processos de internacionalização no âmbito público e privado, as ações de transferência de tecnologia, os negócios e a logística internacional, a ciência, tecnologia e inovação e pesquisa, desenvolvimento e inovação.

3) Gestão da inovação, capital intelectual e organizações: os artigos apresentados nesta linha têm por objetivo explorar, analisar e entender os processos de inovação nos diversos setores econômicos a partir de estudos dos condicionantes internos e externos aos diferentes tipos de inovação para a indução de uma proposição geral sobre o tema. Estudar as concepção e modelos de gestão da inovação e sua validação em organizações públicas e privadas. Estudar analisar e compreender o capital intelectual, como matéria intelectual utilizada para gerar riqueza e a gestão do conhecimento. Analise do sistema de propriedade intelectual e suas implicações.

4) Propriedade intelectual, atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação: As pesquisas apresentadas nesta linha visam integrar ações de pesquisa científica e de desenvolvimento local, regional e territorial de forma interdisciplinar. A principal característica é o formato estruturante que busca integrar ações de pesquisa científica e de desenvolvimento socioeconômico levando em conta fatores como: analise do sistema de propriedade intelectual, das cadeias produtivas, agregação de valor, analise de espaço geográfico, patrimônio histórico, potencialidades regionais, empreendedorismo.

A obra possui um olhar interdisciplinar tanto dos membros como das instituições participantes, constituindo o cerne da riqueza da publicação, refletindo sobre estratégias e alternativas de desenvolvimento decorrente da linha de pesquisas do GP/PIDI.

Esta obra é apoiada pelo fomento do Edital Universal/CNPq, chamada n° 14/2012, processo sob n° 446536/2014-8, em que é coordenado pela prof. Dra. Adriana Carvalho Pinto Vieira.

 

Por: Adriana Carvalho Pinto Vieira 23 de novembro de 2017 às 07:22
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Inteligência artificial, experiência do usuário e análise de dados: o futuro é agora!?

Inteligência artificial, experiência do usuário e análise de dados: o futuro é agora!?
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Davi Carrer

Três temas têm me chamado muito atenção nos últimos tempos: Inteligência artificial; Experiência do usuário; Análise de dados. Mas porquê? Acredito que sejam são a bola da vez, seja para empreendedores, profissionais de comunicação (entre outras áreas) ou um destes 7,6 bilhões de habitantes da terra. Sim, todos seremos (somos) afetados radicalmente por estes assuntos. Não importa se você é geração X, baby boomer, tem 10 ou 80 anos. Você pode trabalhar no campo, para uma multinacional, em uma linha de montagem ou ser um agente de saúde. Essas três áreas deverão estar cada vez mais presentes na sua vida.

Recentemente participei de um dos maiores eventos da América Latina sobre marketing digital e vendas. Lá, estes três assuntos eram frequentemente ressaltados. Por exemplo, ouvi de três palestrantes diferentes sobre a guerra entre taxistas e motoristas de Uber, quando ambos perderão seus empregos em um futuro muito breve. Logo teremos carros autônomos, sem motorista, que dirigirão melhor que a maioria das pessoas. Estamos falando aqui, principalmente, de Inteligência Artificial (A.I.), mas não uma simples A.I.! É uma Inteligência que aprende com o usuário, tornando suas experiências melhores a cada interação.

Metade dos usuários que falaram com uma operadora de telefone brasileira pelas mídias sociais no último ano optaram por falar com um robô, em vez de escolher a opção “falar com um humano”. Até onde não estamos mais robotizados do que as A.I.s? Imagine se as A.I.s desses atendimentos aprendessem e conhecessem o usuário melhor que ele mesmo... Uma coisa é certa, o cliente terá uma experiência muito melhor!

Agora, quando falo sobre experiência do usuário não é só para o ambiente virtual e para A.I. que chamo atenção. Falo principalmente do presencial. Neste mesmo evento, tive uma das melhores experiências como usuário da minha vida. Do início ao fim do encontro fomos tratados de uma maneira ímpar. Pensaram em quase tudo, desde a recepção sem filas, ao fluxo entre uma palestra e outra, até a despedida, com direito a Gretchen, escola de samba e Preta Gil. Foi fenomenal! E estou falando de um evento para 8 mil pessoas. Agora trago a lembrança de outro evento que participei no último ano, uma corrida. Toda a organização estava impecável, desde a entrega dos kits, ao atendimento antes da corrida e depois (com direito a fruta, água, massagem e chope). Quando os atletas iniciaram o desafio, a maioria corredores amadores, a sensação foi extraordinária. Mas, na chegada, depois de vencer os vários quilômetros, apenas os primeiros tiveram uma recepção calorosa. Os demais, na maioria das vezes chegavam sozinho, sem grandes estardalhaços. Na hora eu pensei: “Que triste. Depois de vencer esse desafio é assim que termina? Sozinho?”. Não podemos esquecer: o ser humano precisa de validação social! E cada um que participa de um evento tem um desafio individual que está superando. É preciso celebrar isso!

E análise de dados. Onde entra? Acho que você já deve ter sacado essa, não? Saber colher dados dessas experiências e de outras, analisar e melhorar as experiências dos usuários é fundamental! As A.I.s farão isso sozinhas... E nós? Estamos aproveitando esse conhecimento? Vamos a um exemplo rápido: esqueça idade e gênero quando for pensar em público-alvo! Você consegue saber a intenção das pessoas. Ouvi isso do indiano Avinash Kaushik, Digital Marketing Evangelist do Google: “Se o Davi gosta de lingerie e tem dinheiro para comprar muita lingerie, por que não estou vendendo para ele? Hoje conseguimos saber a intenção do Davi e devemos utilizar esses dados! Seja para oferecer um produto ou, até mesmo, para fazer uma ação social.

Quero ser honesto aqui: isso é muito pouco perto de tudo que está em transformação - mas é um pouco muito importante. Depois dessa breve reflexão deveríamos fazer os seguintes questionamentos: 1) O futuro (que é agora), realmente é por este caminho? Atualmente, acredito que sim. 2) A.I., experiência do usuário e análise de dados são tão importantes? Talvez, mas se eu tivesse que arriscar e escolher um – ou três! –, apostaria nestas áreas.

Minha maior dica para lidar com este futuro que já chegou: aprenda, aprenda, aprenda. E continue aprendendo.

Davi Carrer - (davicarrer@gmail.com) - jornalista e consultor de comunicação e marketing digital. Especialista em Comunicação Estratégica nas Organizações

Especialista em Educação, Diversidade e Redes de Proteção Social. Membro do Instituto Catarinense de Juventude

 

Por: Adriana Carvalho Pinto Vieira 18 de novembro de 2017 às 11:27
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Economia compartilhada

Economia compartilhada
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Junior Ruiz Garcia

O avanço das tecnologias de informação (TI) tem contribuído para a ruptura de modelos econômicos e sociais convencionais. A Economia Compartilhada (Sharing Economy) é um dos exemplos desse potencial de ruptura de padrões e modelos proporcionada pela TI. Em 2015, o termo Sharing Economy foi incluído no Oxford English Dictionary, revelando seu avanço e consolidação na sociedade. Afinal, o que é a Economia Compartilhada?

A Economia Compartilhada ou Sharing Economy representa um sistema econômico baseado no compartilhamento de bens subutilizados, de maneira gratuita ou sob a cobrança de uma taxa, diretamente com seus proprietários. Em outras palavras, a Economia Compartilhada é uma nova forma de mercado. Neste sentido, o interessante da Economia Compartilhada é que um indivíduo pode ter acesso à serviços, antes restritos à aquisição de um bem ou mediante a contratação de serviços oferecidos exclusivamente por empresas, diretamente de outro indivíduo, com ou sem intermediação de terceiros. A criação de aplicativos (app’s) gratuitos baseados na TI tem permitido, a custo zero ou quase zero, o encontro de indivíduos que estão à procura de serviços e os proprietários de bens – meios de provisão de serviços – subutilizados, por exemplo, carros, lugares vagos em carros, acomodações, roupas, entre outros (Figura 1).

Figura 1 – Modelos de Economia Compartilhada

Fonte: Juliana Carpanez e Lilian Ferreira, disponível em: https://goo.gl/wRGbD8.

Cabe destacar que os bens representam o meio pelo qual os indivíduos têm acesso aos serviços que contribuem para o bem-estar ou prazer. O carro, por exemplo, é portador do serviço de deslocamento ou transporte; a casa é portadora do serviço de moradia ou de proteção (abrigo); as roupas são portadoras do serviço de proteção ao frio ou de nosso corpo; o livro é portador do serviço de informação. Em resumo, não compramos esses bens para ter sua propriedade ou exclusividade, mas para usufruir de seus serviços. Diante dessa nova oportunidade a sociedade está presenciando o surgimento de novos mercados, tais como carros, imóveis e roupas compartilhadas.

A BlaBlaCar (https://www.blablacar.com.br) é uma comunidade de indivíduos que estão dispostos a compartilhar suas viagens de carro com outros indivíduos. O objetivo é reduzir os custos das viagens a partir da ocupação de vagas ociosas no carro. Estima-se que em média mais de 12 milhões de pessoas compartilham suas viagens de carro todos os trimestres. Segundo dados da página web da BlaBlarCar, a comunidade tem mais de 45 milhões de membros em 22 países; 12 escritórios internacionais; mais de 21 milhões de downloads de seus aplicativos foram realizados.

A Airbnb (https://www.airbnb.com.br) é uma comunidade de indivíduos que estão dispostos a compartilhar seus imóveis com outros indivíduos. O objetivo é oferecer alternativas de hospedagens a preços acessíveis, transformar o espaço ocioso dos imóveis em renda extra e divulga-los para viajantes interessados nesta modalidade de hospedagem. Segundo dados da página web da Airbnb, a comunidade está presente em mais de 65 mil cidades em mais de 191 países; oferece mais de 3 milhões de acomodações; atendendo mais de 200 milhões de hospedes.

A ROUPATECA (http://aroupateca.com/) é um “guarda-roupa” compartilhado. O acesso ao “guarda-roupa” é baseado em sistemas de assinaturas mensais. A comunidade somente está presente no Brasil, na cidade de São Paulo. Essa é uma iniciativa recente, portanto, ainda não existem informações mais qualificadas. Existem outras iniciativas, tais como a sharewear na Suécia (http://sharewear.se/) e a Poshmark nos Estados Unidos (https://poshmark.com/). Contudo, o “guarda-roupa ou closet” compartilhado representa uma importante mudança no comportamento dos indivíduos, que estariam dispostos a compartilhar um bem tão íntimo, a sua “roupa”.

O avanço da Economia Compartilhada está baseado nas recentes mudanças no comportamento da sociedade a respeito da propriedade de bens ou da acumulação de riqueza ou bens – base do capitalismo –, maior disposição à novidade ou à inovação, maior propensão ao uso das TI’s, entre outras. As novas gerações não têm compartilhado dos mesmos objetivos das gerações anteriores, tais como uma maior propensão à acumulação de riqueza ou de propriedade material. Essa mudança tem dado origem aos movimentos de consumo consciente, minimalismo, menos é mais, entre outros. Neste sentido, a Economia Compartilhada pode suportar essa mudança sem uma perda significativa de bem-estar econômico.

No entanto, quais os impactos sociais e econômicos em sistema baseado no consumo e na acumulação acrescente de bens? Como o avanço da Economia Compartilhada pode afetar negativamente a produção de bens? A Economia Compartilhada pode ser a alternativa para reduzir a degradação ambiental proporcionada pelo consumo desenfreado de bens? A sociedade está preparada para abrir mão da propriedade privada dos bens? Como superar a falta confiança entre as pessoas?

Junior Ruiz Garcia - 

Por: Adriana Carvalho Pinto Vieira 17 de novembro de 2017 às 08:34
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Sobre associações e seus programas de certificação – parte 1

Sobre associações e seus programas de certificação – parte 1
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Patricia Maria da Silva Barbosa

Segundo a Lei de Propriedade Industrial - LPI  - apenas as marcas de certificação tem a função de atestar a conformidade de um produto ou serviço com determinadas normas ou especificações técnicas, notadamente quanto à qualidade, natureza, material utilizado e metodologia empregada. E para cumprir esta função o titular da marca não pode ter relação comercial com o que será certificado. Sendo assim, não podem requerer marcas de certificação os agentes econômicos envolvidos na indústria ou no comércio dos produtos ou serviços que o sinal visa certificar; e as associações, sindicatos ou organizações que representem os interesses de tais agentes.

Dentro deste entendimento, diversas marcas conhecidas não poderiam ser registradas no INPI como marcas de certificação. Um exemplo deste caso são as marcas do Programa de Qualidade do Café, da ABIC, a Associação Brasileira da Indústria de Café.

Fonte: http://1.bp.blogspot.com/_qhcGF_Bv_78/Shn4GKjFm_I/AAAAAAAAAHc/cfYf60xG8fg/s400/selosqualidade.jpg

 As marcas acima citadas da ABIC estão devidamente registradas no INPI como marcas coletivas para assinalar serviços de controle de qualidade. Não foram registradas como marcas de certificação, já que são o titular é uma associação.

E, embora algumas pesquisas informem que os consumidores no segmento do café estão se habituando a pagar mais quando percebem através da marca que o produto em exposição passou por um controle de qualidade e cumpre certas regras, existe a pergunta: o que exatamente o consumidor identifica? Faz diferença para ele se a marca foi registrada como coletiva ou de certificação? 

Patricia Maria da Silva Barbosa - Servidora do Instituto Nacional da Propriedade Industrial desde 1998 é integrante da Divisão de exame de Marcas Coletivas, Marcas de Certificação e Indicações Geográficas da Diretoria de Marcas, Desenhos Industriais e Indicações Geográficas do Instituto Nacional da Propriedade IndustriaI. Doutora em Biotecnologia Vegetal e Propriedade Intelectual pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestre em Propriedade Intelectual e Inovação pelo INPI. Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Possui pós-graduação lato sensu em propriedade intelectual pelo IFRJ além de cursos oferecidos pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) e Organização Mundial do Comércio (OMC). Pesquisadora no grupo de pesquisa Propriedade intelectual, Desenvolvimento e inovação, da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC).

Por: Adriana Carvalho Pinto Vieira 14 de novembro de 2017 às 13:59
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UNIVERSIDADE CORPORATIVA EM REDE: o que é o tal de “capital relacional” que deve ser desenvolvido?

UNIVERSIDADE CORPORATIVA EM REDE: o que é o tal de “capital relacional” que deve ser desenvolvido?
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Patrícia de Sá Freire

Uma das principais diferenças entre o Modelo Stakeholder University e o Modelo Universidade Corporativa em Rede(UCR), é o destaque que o Modelo UCR dá para a gestão do capital relacional como um dos elementos determinantes para a formação das redes de aprendizagem, logicamente sem desprezar o capital humano e social.  Mas o que é “capital relacional”?

Bem, primeiro é bom compreender que, tanto o capital humano e social, quanto o capital relacional, fazem parte do que chamamos de Capital Intelectual. Ao se falar em capital intelectual, determina-se que são ativos intangíveis que agregam valor à organização quando e, somente se, gerenciados as suas diferentes subdivisões.

Em minha tese de doutorado (FREIRE, 2012) aprofundei as discussões sobre os ativos intangíveis do capital intelectual por saber que, na nova Sociedade do Conhecimento, os principais players do mercado internacional gerenciam estes ativos intangíveis de maneira a agregar valor as suas marcas e produtos, independente de dimensões temporais, conceituais ou epistemológicas. Conclui que ganhos substanciais são alcançados pelas organizações a partir da gestão do capital intelectual e de seus ativos intangíveis que levam ao domínio de mercado, marca diferenciada e destacado desempenho financeiro e estratégico.

O pesquisador espanhol Bueno (BUENO, 2005; BUENO et al., 2008) definiu linhas epistemológicas para classificar os diversos estudos sobre capital intelectual, conseguindo classificá-los de acordo com três enfoques históricos: financeiro-administrativo (1992 a 1998), estratégico corporativo (1997 a 2001) e social-evolutivo (2000 a 2005). O primeiro enfoque, mantém clara a influência da contabilidade. O segundo, tem abordagem estratégica-empresarial, e o terceiro enfoque pode ser classificado como de abordagem sócio-evolutiva.  

Percebe-se a evolução do tratamento do capital relacional do primeiro para o terceiro enfoque. Para o primeiro enfoque (financeiro-administrativo, 1992 a 1998), o termo “capital relacional” refere-se a estrutura para relacionamento externo. Porém, para os representantes do terceiro enfoque, como Campos & Pablo (2007) o capital relacional é resultante “da relação cognitiva organizacional”, como um sistema e seu ambiente gerando o capital da marca, dos consumidores, Reputação da empresa,  Canais de distribuição,  Parceiros,  Capacidade de negociação, Relacionamento externo.

É importante compreender a evolução para definir quais elementos deverão ser gerenciados para o desenvolvimento do capital relacional, conforme orientado pelo Modelo UCR. Para nós, é este terceiro enfoque que mais se alinha às demandas organizacionais contemporâneas, por preocupar-se com elementos mais dinâmicos do capital intelectual, como o social, o cultural, a inovação e o empreendedorismo, entre outros.

Ao reconhecer a diferença entre os relacionamentos com stakeholders mais próximos ao negócio da empresa e os relacionamentos com outros agentes sociais, o pesquisador espanhol Bueno (2003) subdividiu o capital relacional em capital de negócio e capital social, respectivamente (Figura 1; Quadro 1).

Figura  1 - Subdivisões do Capital Intelectual pelo Intellectus

Fonte: Freire (2012).

Quadro 1 –Elementos do Capital Relacional do Modelo Intellectus, de Bueno (2003).

Fonte: Freire (2012)

Em resumo, o Modelo UCR alerta para se desenvolver o capital humano e social, as supera-se ao destacar a importância do desenvolvimento do capital relacional, ou seja, reconhece a importância da gestão das relações internas à organização (com e entre os colaboradores, entre lideres e liderados e, inter organizacionais, principalmente), e as relações externas com os diferentes stakehorlders, sejam estes fixos ou dinâmicos.

O trabalho é complexo e estratégico, mas não impossível.

Referência

BUENO, E.  Modelo Intellectus: medición y gestión del capital intelectual. Documento Intellectus, n. 5, CIC-IADE (UAM), Madrid, 2003.

BUENO, E. Génesis, evolución y concepto del capital intelectual: enfoques y modelos principales. Capital Intelectual, nº 1, 2005.

BUENO, E.; SALMADOR, M. P.; MERINO, C. Génesis, concepto y desarrollo del capital intelectual en la economía del conocimiento. Asociación de Economía Aplicada. Estudios de Economía Aplicada, v. 26-2, p. 43-64, 2008.

FREIRE, P. S. (2012). Engenharia da Integração do Capital Intelectual nas Organizações Intensivas em Conhecimento Participantes de Fusões e Aquisições. 354 f. Tese (Doutorado). Programa de Pós Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis.

Patricia de Sá Freire - Professora do Departamento de Engenharia do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina. Doutora em Engenharia e Gestão do Conhecimento pela Programa de Pós Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento/ UFSC (2013). Mestre em EGC/UFSC (2010). Possui graduação em Pedagogia, com habilitação em Tecnologias da Educação, pela PUC/RJ (1986). É especialista em Marketing pela ESPM/RJ(1987) e em Psicopedagogia pela UCB/RJ (2006). Atualmente é líder do Grupo de Pesquisa ENGIN Núcleo de Engenharia da Integração e Governança do Conhecimento para a Inovação e pertence aos Grupos IGTI (Núcleo de Inteligência, Gestão e Tecnologia para a Inovação/UFSC) e, do KLOM (Interdisciplinar em Conhecimento, Aprendizagem e Memória Organizacional/UFSC). É Editora do International Journal of Knowledge and Management (IJKEM). O foco das pesquisas, ensino e extensão tem sido o Modelo Universidade Corporativa em Rede; Engenharia da Integração de ativos do conhecimento; Práticas, técnicas e ferramentas de Gestão Colaborativa; Governança do Conhecimento e da Aprendizagem Organizacional; Governança Multi nível; Centro de Memória e Comunicação Organizacional; Gestão de Mudanças Estratégicas e Pessoas para a Inovação. Estes estudos envolvem constructos como a cultura, liderança e tecnologias interativas; aprendizagem e memória organizacional; planejamento e gestão estratégica; ativos intangíveis/capital intelectual, capacidade absortiva, entre outros.

Por: Adriana Carvalho Pinto Vieira 13 de novembro de 2017 às 07:58
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