AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

Projeto Mentalkit apresenta as primeiras propostas aos profissionais de saúde

Projeto Mentalkit apresenta as primeiras propostas aos profissionais de saúde
Ação com foco na saúde mental de crianças e adolescentes está em pesquisa entre universidade de Londres, Unesc e Universidade Federal de Alagoas (Fotos: Reprodução) Mais imagens

A utilização de evidências científicas no planejamento de ações efetivas com foco na saúde mental de crianças e adolescentes é objeto de estudo entre a Unesc, por meio do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, a Escola de Economia e Política de Londres, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Nesta quinta-feira (22/7) profissionais envolvidos no desenvolvimento do projeto, chamado “Mentalkit”, estiveram reunidos virtualmente com agentes de secretarias de saúde e educação de Criciúma e Maceió.

O principal objetivo da pesquisa internacional é desenvolver uma caixa de ferramentas para ajudar profissionais e gestores públicos do Brasil a terem acesso a evidências científicas de modo a contribuir com a implementação de políticas públicas, prevenção e tratamentos para a saúde mental de crianças e adolescentes.

Este foi o terceiro workshop realizado como forma de aprimoramento do projeto, desta vez com o tema “Melhorando a capacidade do sistema público de saúde para cuidar da saúde mental de crianças e adolescentes”. No encontro, pesquisadores da London School of Economics and Political Science (LSE) apresentaram as propostas de um site e um aplicativo desenvolvidos como ferramentas para o projeto.

Conforme a coordenadora do PPGSCol, Cristiane Tomasi, este é um dos principais projetos do Programa e envolve a colocação do conhecimento científico na prática em prol da comunidade. “O Mentalkit está sendo feito com base em informações coletadas através de criteriosa revisão sistemática de literatura científica em torno do assunto. É, literalmente, a evidência científica sendo utilizada como forma de identificar possíveis soluções e sugerir ações de enfrentamento e prevenção aos problemas de saúde mental”, explica.

Ao apresentar a proposta a profissionais de secretarias de saúde e educação de diferentes cidades do país, o grupo de pesquisadores buscou avaliar o retorno destes, que estão na ponta dos sistemas que utilizarão o projeto quando finalizado. Além de explicar o propósito do estudo, esteve entre os destaques do encontro a mensuração do retorno do investimento em tais ações de saúde mental e os reflexos esperados, tais como impactos na saúde geral do paciente, aumento da frequência escolar, melhora na saúde mental de crianças, adolescentes e adultos envolvidos no ecossistema.

O encontro desta quinta-feira contou com a participação e apresentação dos pesquisadores Sara Evans-Lacko, Wagner Ribeiro e David MacDaid, da LSE, além das presenças do professor do PPGSCol, Jacks Sorato, e do professor da Ufal, Cláudio Miranda. Até o lançamento oficial do Mentalkit, previsto para setembro, outros encontros devem ser realizados como forma de alinhar as expectativas e necessidades dos usuários do sistema e a realidade aplicável no contexto brasileiro.

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

22 de julho de 2021 às 19:29
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Professor da Unesc tem pesquisa reconhecida por revista de divulgação científica nacional

Professor da Unesc tem pesquisa reconhecida por revista de divulgação científica nacional
Estudo sobre a relação entre os leões-marinhos e perdas na produção pesqueira aparece na última edição da Revista Fapesp (Foto: Rodrigo Machado Unesc/Gemars) Mais imagens

O trabalho de investigação científica para verificar possíveis perdas para o setor de pesca devido a presença de leões-marinhos nas redes no litoral do Extremo Sul catarinense e Norte gaúcho, desenvolvido pelo biólogo e professor do curso de Ciências Biológicas da Unesc, Rodrigo Machado, com a parceria de outros profissionais e entidades, foi reconhecido pela Revista Pesquisa Fapesp. Editada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, a revista é a única publicação jornalística do Brasil com foco na produção científica nacional.

Para o pesquisador, o reconhecimento da Revista da Fapesp é importante para o trabalho, especialmente pela maneira como ela trata a ciência, de forma a facilitar o entendimento das pesquisas para o público. “A revista trouxe vários olhares: da gestora da Ilha dos Lobos (em Torres, município que foi o centro da pesquisa), do pescador, de pesquisadores que participaram do estudo. É de extrema importância esse diálogo com a sociedade”, comenta.

A pesquisa

Por meio de entrevista com os pescadores, eles atribuíram uma perda econômica aos leões-marinhos: 88% dos entrevistados acreditavam que cada leão-marinho consumia cerca de 100 quilos de peixes por interação. Além disso, os animais ainda seriam responsáveis por prejuízos ao causar buracos nas redes. No entanto Machado realizou uma pesquisa acompanhando os pescadores nas embarcações que saiam para o mar – barcos com  tamanhos entre 10 e 14 metros, enquadradas na categoria médio porte. E estimou que a cada 100 quilos de peixe, os leões-marinhos comeriam 3 quilos, perfazendo assim um prejuízo de 3%.

“Se levarmos em consideração que barcos menores têm redes menores e capturam menos peixe, temos uma projeção de prejuízo maior para a pesca artesanal, para uma pesquisa realizada no Uruguai, por exemplo, Machado menciona que os pesquisadores estimaram uma projeção de 20% para a pesca artesanal. É preciso observar ainda que a estimativa de 3% de prejuízo na quantidade de peixes é para o setor pesqueiro como um todo, mas o sistema é de partilha em cotas não iguais. Para o dono do barco, que muitas vezes fica com 50% da produção, o prejuízo é um. Para o mestre do barco, já é maior e para os pescadores de convés, é ainda mais elevado. Sem contarmos os danos nas redes. Os animais são grandes e em muitas vezes a rede fica inutilizada”, conta o professor da Unesc.

A pesquisa foi realizada por Machado, com apoio de profissionais e organizações como o Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos do Rio Grande do Sul (Gemars), do qual o biólogo também faz parte. Entre março de 2011 e março de 2012, Machado realizou 104 embarques, totalizando 100 dias no mar. No período, nas localidades de Passo de Torres e Torres, o pesquisador realizou 58 embarques e acompanhou 161 redes puxadas do mar, verificando que em 68 vezes os leões-marinhos acompanharam os barcos e atacaram as redes, estando o animal sozinho na maioria das vezes, ou em grupo de até oito leões.

Machado explica que as interações dos animais tem sazonalidade. “No verão não vi interação com a rede e no outono, pouca. A maior quantidade é no inverno e na primavera. Nos meses de inverno, por exemplo, na região entre Araranguá (SC) a Tramandaí (RS) todo barco que estiver no mar está suscetível à interação com os animais, que se aproxima da rede de pesca quando o barco está puxando ela para cima”, conta.

Para entender a quantidade de peixes ingerida pelos animais durante as interações e estimar o prejuízo para os pescadores, o pesquisador além de utilizar parâmetros existentes, de consumo diário de alimento pelos leões-marinhos em cada categoria etária a partir de animais em cativeiro. Machado também aferiu a quantidade de peixes consumida pelos leões-marinhos a partir da análise do estômago de animais que apareceram mortos na costa.

Somou e mediu os ossos dos peixes (otólitos) que estavam presentes no estômago dos leões e estimou a quantidade em quilos das presas presentes nos estômagos, encontrando até 18 quilos de peixe consumidos, no caso de machos adultos. Já animais subadultos, consomem até 8 quilos e juvenis, 5 quilos. Por fim, com estas informações, Machado pode calcular o prejuízo em quilos de peixes e monetário que os leões marinhos causavam ao setor pesqueiro, pois cada macho adulto que ele observou em uma rede, atribuiu uma redução de peixes em 18 quilos aquela rede, e assim por diante para todos os animais e suas respectivas categorias etárias.  Para fins de pesquisa, quando o animal avistado não era identificado em alguma categoria, o cálculo foi feito em cima do consumo médio de 10 quilos de peixe.

Confira a matéria da Revista da Fapesp


Milena Nandi – Agência de Comunicação da Unesc

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

19 de março de 2021 às 15:56
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Estudantes do curso de Nutrição realizam levantamento sobre segurança alimentar e nutricional em Criciúma

Estudantes do curso de Nutrição realizam levantamento sobre segurança alimentar e nutricional em Criciúma
Pesquisa é realizada por meio de Trabalho de Conclusão de Curso de Filipe Fernandes Gabriel (Fotos: Divulgação) Mais imagens

A população de Criciúma passa por um momento de segurança ou insegurança alimentar e nutricional? A resposta a este e a outros questionamentos relacionados à alimentação dos moradores do município serão dadas por uma pesquisa realizada pelo curso de Nutrição da Unesc. O estudo “Perfil de Segurança Alimentar e Nutricional em Usuários Adultos do Sistema Único de Saúde de um Município Polo de Santa Catarina”, desenvolvido para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do estudante Filipe Fernandes Gabriel, orientado pela professora Rita Suselaine Vieira Ribeiro, pretende levantar dados que possam contribuir com a tomada de decisão de gestores de saúde do município.

A coleta de dados ocorrerá até o fim do mês de março, sempre de segunda a sexta-feira, na Praça Nereu Ramos e os estudantes estarão com jaleco ou camiseta que identifique ligação ao curso de Nutrição da Unesc.

No local, os acadêmicos irão aplicar um questionário e verificar o peso e a altura dos voluntários. A orientadora do TCC explica que as pessoas que participarem da pesquisa não terão a identidade revelada e assinarão um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, sendo que a qualquer momento da entrevista, poderão desistir da participação. “A pesquisa tem como objetivos verificar o estado nutricional, avaliar a situação de segurança/ insegurança alimentar e nutricional, verificar os hábitos alimentares e a escolaridade dos entrevistados”, conta.

O que é segurança alimentar


O conceito de segurança alimentar e nutricional nasceu na década de 70 e em 1996 foi definido pela Conferência Mundial da Alimentação, em Roma, que ela ocorre quando as pessoas têm acesso físico, social e econômico permanente a alimentos seguros, nutritivos e em quantidade suficiente para satisfazer suas necessidades nutricionais e preferências alimentares, dando a possibilidade de se ter uma vida ativa e saudável.

Conforme o Relatório da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2019 da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), aproximadamente 2 bilhões de pessoas no mundo têm algum nível de insegurança alimentar e nutricional.

Vivência fez estudante se interessar pelo assunto

O estudante Filipe Fernandes Gabriel, da sétima fase de Nutrição na Unesc, conta que a escolha do tema partiu da experiência que teve em participar dos Conselhos Municipais e Estaduais de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e projetos de extensão e pesquisa envolvendo a saúde pública. “Entender o perfil de SAN é algo complexo, pois envolve diversos vieses, desde acesso à saúde, nível de escolaridade e perfil socioeconômico, para podermos chegar a um diagnóstico de segurança ou insegurança alimentar e nutricional. Ainda não há resultados preliminares, mas os estudos nacionais apontam um aumento expressivo de insegurança alimentar e nutricional, potencializada pela pandemia”, afirma o acadêmico.

Após a conclusão da fase inicial da pesquisa, os dados serão tabulados e analisados, para gerar estatísticas. Segundo Fernandes, o objetivo é publicar a pesquisa e encaminhar o documento para a Secretaria Municipal de Saúde de Criciúma, para colaborar com os gestores públicos na definição de ações com foco na soberania e segurança alimentar e nutricional dos criciumenses.

Milena Nandi – Agência de Comunicação da Unesc

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

16 de março de 2021 às 09:48
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Pesquisa Mental Covid aponta que cenário da pandemia causa mais impacto à saúde mental que a própria doença

Pesquisa Mental Covid aponta que cenário da pandemia causa mais impacto à saúde mental que a própria doença
Estudo realizado pela Unesc e pela Furg foi concluído recentemente (Foto: Arquivo) Mais imagens

Após praticamente um ano do início das medidas restritivas para tentar conter a proliferação do vírus Sars-COV-2, como será que anda a saúde física e mental das pessoas? Pois o estudo Mental Covid – Impacto da Covid-19 sobre a Saúde Mental da População”, realizado por meio de uma parceria entre a Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) e a Universidade Federal de Rio Grande (Furg), tem importantes respostas. Concluída recentemente, a pesquisa aponta que o cenário causa mais sofrimento psicológico que a própria doença. Em alguns grupos da população, a pandemia causou estresse, depressão e até ideação suicida. Já em outros, a saúde física também foi prejudicada, com a diminuição da atividade física e o ganho de peso.

O estudo foi desenvolvido em Criciúma (SC) pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSCol) da Unesc, e coordenado pelos professores doutores em Epidemiologia, Antônio Augusto Schäfer e Fernanda de Oliveira Meller. Já na cidade de Rio Grande (RS), a pesquisa foi realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) da Furg, tendo como líder o professor doutor em Epidemiologia, Samuel de Carvalho Dumith. O estudo foi contemplado em um edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) e o seu desenvolvimento contou com uma equipe formada por diversos pesquisadores e acadêmicos das duas universidades.

A pesquisa foi realizada de outubro de 2020 a janeiro de 2021 e segundo a professora da Unesc, teve o objetivo de avaliar os impactos da pandemia de Covid-19 na saúde mental e física da população adulta e idosa dos municípios de Criciúma e Rio Grande, que possuem características semelhantes, como o número de habitantes – cerca de 210 mil cada. “O estudo de base populacional foi realizado com uma amostra aleatória (as residências foram escolhidas por sorteio) de adultos e idosos. Ao todo, foram entrevistadas 2.170 pessoas em mais de 1.000 domicílios. Em Criciúma, visitamos mais de 600 domicílios e entrevistamos 863 pessoas. Entre os pontos abordados estiveram alimentação, realização de atividades físicas, qualidade de vida, duração do sono e diversos aspectos da saúde mental”, conta Fernanda.

Resultados chamam a atenção

Um dos pontos observados pelos pesquisadores é que embora sejam de estados diferentes, com economias distintas e sem proximidade geográfica, os dois municípios onde as entrevistas ocorreram tiveram resultados semelhantes.

O líder da pesquisa comenta que para avaliar o impacto, foi estabelecido um comparativo entre um perídio anterior (pré-pandemia) e um posterior (durante ou pós-pandemia), e isso foi possível porque a Furg havia feito um estudo sobre a saúde mental e física da população de Rio Grande em 2016 e a Unesc, um levantamento nos mesmos moldes em Criciúma, em 2019. “Resolvemos reproduzir estas duas pesquisas para ver de que forma a pandemia afetou a saúde das pessoas. Para nossa surpresa, a saúde mental melhorou após a Covid-19. Porém, isso não aconteceu para todos os grupos. Para as pessoas mais afetadas pela pandemia, observaram-se maiores níveis de depressão, estresse, tristeza e ideação suicida”, revela Dumith.

O resultado da pesquisa demonstrou que a piora do quadro de saúde mental não foi causada pelo coronavírus em si. “O que nos chama muito a atenção é que o que está impactando a saúde mental não é o fato de ter tido ou não a doença. Tudo o que cerca a pandemia tem causado mais sofrimento psicológico que a própria doença”, afirma Schäfer.

Segundo o professor da Unesc, as pessoas que fizeram o isolamento total e praticamente não saíram de casa, tiveram uma pior percepção de sua saúde e maior nível de estresse e depressão. Além disso, aqueles que fizeram uma busca excessiva de informações (denominado “infodemia”) foram as que, comparativamente, tiveram o maior sofrimento psicológico. “Já entre os indivíduos que tiveram Covid-19, não houve nenhuma diferença nos escores de depressão e estresse, quando comparados àqueles que não tiveram. O que debilitou (e vem debilitando) a saúde mental das pessoas é o medo e/ou preocupação de contrair a doença. Tanto que, entre as pessoas que já tiveram Covid, este medo/preocupação é menor”, revela.

O distanciamento total foi maior para sexo feminino, para idosos e para pessoas de um menor nível socioeconômico. O medo/preocupação com a Covid-19 foi maior para pessoas do sexo feminino e para idosos. Já a busca excessiva de informações (infodemia) foi maior entre os idosos.

Além da saúde mental, a pesquisa abordou também a física e os resultados também chamam a atenção. Entre os entrevistados, cerca de 40% das pessoas relataram aumento de peso; 40% diminuíram a prática de atividade física e 30% passaram a comer mais após a pandemia.

Dilema

O professor da Furg e líder da pesquisa, Samuel de Carvalho Dumith, afirma que os dados levantados trazem à tona um dilema: as complicações causadas pela Covid-19 têm levado milhões de pessoas a óbito, por razões de cunho biológico (deterioração da saúde ‘física’). Porém, o que tem debilitado a saúde mental da população não é a doença propriamente dita, mas as medidas impostas para conter a proliferação do vírus, como o distanciamento social. “De um lado as pessoas podem deixar de viver por causa de um vírus que pode ser letal; de outro, com o distanciamento social e as preocupações impostas pela pandemia, as pessoas seguem vivendo, mas sem perspectiva, sem ânimo, sem esperança”, analisa.

Gestores públicos receberão resultado da pesquisa


Todas as informações coletadas nas entrevistas foram armazenadas em um banco de dados e estão sendo analisadas. As informações serão compiladas e fornecidas para o poder público dos municípios participantes da pesquisa, para colaborar na tomada de decisões na área da saúde coletiva. O estudo ainda será o ponto de partida de artigos científicos desenvolvidos pelos alunos e professores do Mestrado em Saúde Coletiva da Unesc.

Milena Nandi – Agência de Comunicação da Unesc

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

15 de março de 2021 às 08:21
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Professor da Unesc entre os finalistas do Prêmio Inovação Catarinense

Professor da Unesc entre os finalistas do Prêmio Inovação Catarinense
Paulo Cesar Lock Silveira concorre na categoria Agente de Inovação (Fotos: Divulgação) Mais imagens

A qualidade do corpo docente da Unesc coloca a Universidade mais uma vez em um patamar de destaque quando o assunto é pesquisa. O professor doutor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) e do curso de Fisioterapia, Paulo Cesar Lock Silveira, está entre os finalistas do Prêmio Inovação Catarinense “Professor Caspar Erich Stemmer”, edição 2020, concedido pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc). Silveira concorre na categoria “Agente da Inovação”, que leva em conta a carreira do pesquisador e a conversão da produção científica em benefício da sociedade.

A solenidade na qual será anunciada a colocação de cada finalista ocorrerá em evento com data a ser definida pela Fapesc. O Prêmio Inovação Catarinense reconhece estudantes, professores, pesquisadores, instituições, empresas e inventores independentes.

Graduado em Fisioterapia pela Unesc, Silveira iniciou sua trajetória na ciência ainda enquanto acadêmico. Deu continuidade durante o Mestrado em Ciências da Saúde na Instituição e no Doutorado em Bioquímica na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professor da Unesc desde 2014, Silveira desenvolve pesquisas sobre o uso de agentes eletrofísicos associados à nanotecnologia no tratamento de feridas e queimaduras.  Em janeiro de 2019, foi criada a Regenera - Tratamento Avançado de Feridas, uma startup que disponibiliza a atuação do fisioterapeuta em lesões de pele, acelerando o processo de reparo tecidual, utilizando aparelhos da fisioterapia, como laser e correntes elétricas.

“Desde 2001 venho estudando os mecanismos bioquímicos e moleculares envolvidos na cicatrização de feridas e os efeitos desses equipamentos nesse processo. Ao longo dos anos desenvolvi um método que associa esses aparelhos respeitando a resposta celular da pele lesionada e em 2017, tive a oportunidade de aplicar em humanos, no Ambulatório de Feridas da Unesc. Em 2018, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, publicou um acórdão habilitando o fisioterapeuta a tratar feridas e queimaduras. Em janeiro de 2019, criamos a Regenera, que atua em clínicas, hospitais e presta serviços para o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Amrec (Cisamrec)”, conta.

Atualmente, a Regenera faz parte das startups da incubadora da Unesc, onde recebe orientação de profissionais para o seu desenvolvimento. “Esta indicação ao prêmio é fruto de todo o apoio que a Unesc me deu, desde aluno de Iniciação Científica até na fase de incubação da startup. Este é um prêmio que reconhece a carreira do pesquisador e o que a sua produção beneficiou à população catarinense. Ser indicado entre tantos cientistas com uma trajetória grandiosa é uma honra. Coroa todo tempo dedicado à pesquisa e à inovação para criar uma tecnologia que possa contribuir com a sociedade”, ressalta o professor, lembrando que além da Unesc, o estudo conta com o apoio de outros pesquisadores do Centro Universitário da Fundação Hermínio Ometto (Uniararas) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Ecossistema de inovação colabora com desenvolvimento do projeto

No caminho para fazer a sua pesquisa ser ampliada e dela, nascer uma startup, Silveira contou com o apoio do ecossistema de inovação criado pela Unesc e que envolve ações para a comunidade interna e externa. O gerente de Inovação e Empreendedorismo da Unesc, Paulo Priante, conta que o projeto da Regenera está passando por um período de incubação, no qual recebe mentoria de professores e profissionais ligados à Agência de Inovação da Unesc (Aditt).

Na incubadora da Universidade, a Regenera já teve orientação em aspectos como a estruturação da empresa, no desenvolvimento de visão de mercado, na modelagem do negócio, nas conexões e na abordagem de vendas. Agora, a startup se prepara para a próxima fase a aceleração do negócio.  “Para a Agência de Inovação e para a incubadora da Unesc é muito gratificante estar colaborando para a transformação de uma pesquisa em algo empreendedor e que vai beneficiar a sociedade”, afirma. 

Novas oportunidades ao fisioterapeuta

Especialmente durante a pandemia de Covid-19, a fisioterapia tem ganho amplo reconhecimento como essencial para o tratamento de saúde. Além do papel fundamental que este profissional passou a ter nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), cuidando da parte respiratória dos pacientes afetados pela doença, o fisioterapeuta passou a também colaborar no tratamento de lesões na pele em decorrência da posição que o paciente precisa ficar na cama, para facilitar a respiração.

“Além das áreas de atuação tradicionais, atualmente a fisioterapia vem ganhando espaço em outras áreas da medicina mostrando sua importância na reabilitação desses pacientes, vindo complementar a atuação e o conceito de multidisciplinaridade da saúde”, afirma Silveira. Segundo ele, o profissional pode colaborar com o enfermeiro no tratamento de lesões da pele, como feridas vasculares, diabéticas, traumáticas, oncológicas e queimaduras.

Milena Nandi – Agência de Comunicação da Unesc

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

23 de fevereiro de 2021 às 11:10
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