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Professor fala sobre negros e espíritos na capital federal no início do século XX

Professor fala sobre negros e espíritos na capital federal no início do século XX
Janete Triches Mais imagens
Negros e espíritos na capital federal no início do século XX, o olhar de João do Rio foi o tema da programação do 7º Maio Negro esta noite (12) no campus da Unesc. A palestra foi ministrada pelo professor de História da UFSC com pós-doutorado na França, Artur César Isaía, que foi recepcionado pelo professor doutor João Henrique Zanelatto, da História. Segundo Isaía, João do Rio era o pseudônimo de Paulo Barreto, importantíssimo escritor nascido em 1881 e falecido em 1921, um dos pioneiros do jornalismo investigativo no Brasil, polêmico, homossexual, eleito para a Academia Brasileira de Letras, afro-descendente que não se aceita como tal e freqüentador da alta sociedade carioca.

Paulo Barreto, conforme o professor, é mulato que se move pelos códigos da elite da época. Seu olhar preconceituoso sobre os morros cariocas, onde os espíritos são invocados, por outro lado, dá visibilidade ao universo cultural dos negros. No final do século XIX, início do século XX, têm início a favelização do Rio de Janeiro, quando os pobres começam a morar em favelas. Esta situação, segundo o professor, aprofunda a marginalização do negro na sociedade capitalista e a contínua desclassificação das religiões afro-brasileiras. A criminalização do negro e a invocação dos espíritos é que terão visibilidade nas obras de Paulo Barreto. Para Isaía, as idéias preconceituosas de João do Rio ainda não foram suplantadas.            12 de maio de 2008 às 20:55
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