Consultor da ONU critica darwinismo econômico e sugere inclusão produtiva
Darwinismo econômico
Diante do que classifica como "caos planetário", o assessor da ONU sugere que a humanidade não aceite o "darwinismo econômico" e procure encontrar mecanismos de convivência. Em termos futuros, ele acredita que as "grandes simplificações" do século XX chegaram ao fim. "Aquela idéia de mercado e privatização da direita e de estatização e planejamento central da esquerda, chegou ao fim. Precisamos ultrapassar essas visões", diz.
Tripé de objetivos
A nova rota, ensina, é buscar equilibrar o econômico, que precisa ser viável; o social, que deve ser justo; e o ambiental, que precisa ser sustentável. Para Dowbor, a ação de cada banco, empresa e universidade, entre outros, terá que articular esse tripé de objetivos (viável, justo e sustentável). E esse tripé, segundo ele, se equilibrará entre estado, empresa e organismos da sociedade civil. "Já estão existindo formas inovadoras de organização da sociedade, para fazer esses processos funcionar", diz otimista.
Inclusão produtiva
Depois de citar exemplos brasileiros como o de Santos e de Mauá, no interior de São Paulo, o professor diz que um dos eixos mais importantes de oportunidades é o trabalho. Cita que existem 125 milhões de trabalhadores brasileiros em idade produtiva, entre 15 e 64 anos; desses, 120 milhões são classificados como população economicamente ativa, mas apenas 40 milhões estão efetivamente trabalhando (31 milhões no setor privado e 8 milhões no setor público). Segundo relatório do IPEA de 2006, 51% dos brasileiros estão na informalidade.
Para Dowbor, os governos locais, estaduais e federal deveriam promover a inclusão produtiva dos trabalhadores desempregados e informais aproveitando-os na construção de 7 milhões de habitações, em obras de saneamento básico e na produção de alimentos, entre outras ações. "Temos um contingente enorme de pessoas paradas, terra sem uso e dinheiro sem produzir nada. De outro lado, temos muitas coisas a serem feitas. Precisamos fazer o encontro desses dois lados", sugere. "Não existe mágica. Cada cidade deve buscar as suas alternativas, porque ao contrário do que muitos dizem, nem tudo está globalizado e existe um campo enorme de ação". 10 de março de 2008 às 21:51
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