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Curso promove evento com um dos pioneiros no estudo da pneumoconiose no Brasil

Curso promove evento com um dos pioneiros no estudo da pneumoconiose no Brasil
Janete Triches Mais imagens
As lutas travadas para mudar a legislação trabalhista brasileira para que ela passasse a proteger os trabalhadores das minas de carvão de Criciúma, portadores de pneumoconiose, foram narradas pelo médico Sérgio Haertel Alice na aula magna do curso de Medicina da Unesc na noite desta quarta-feira (21/3). Considerado um dos pioneiros no estudo da doença no Brasil, e uma das suas maiores autoridades, Alice contou também aos estudantes as mudanças provocadas na reabilitação dos pacientes e o longo processo de estudo, pesquisa e identificação da doença, que teve os primeiros casos levantados no país a partir de 1964/5.

Com a experiência acumulada por mais de 30 anos de efetivo exercício da medicina, provocou os jovens futuros médicos. "A pneumoconiose existe há mais de mil anos na Inglaterra. Já foram encontrados cristais de sílica nos pulmões de múmias. Livros da Idade Média já registram a doença. Mas foi necessário que estudássemos mais de 500 casos aqui em Criciúma e publicássemos nosso primeiro artigo científico para que as pessoas, empresas e autoridades brasileiras despertassem para o problema", disse. "E sem receber qualquer remuneração por isso. Somos médicos".  

A doença

Conforme Sérgio Alice, a pneumoconiose é uma doença evolutiva, progressiva, e não há medicação ou tratamento que a cure. Ela é provocada por partículas de sílica que chegam nos avéolos, provocando fibrose. Um mineiro que permaneça 15 anos trabalhando no subsolo, até quatro anos após se aposentar, ainda pode manifestar a doença (fibrose). Cerca de 5 a 7% dos trabalhadores que baixam as minas de carvão e ficam expostos a sílica durante dez a doze anos, terão a doença no seu nível mais elevado (fibrose maciça progressiva). No início das suas pesquisas, as radiografias não registravam a doença em suas fases iniciais, o que passou a ocorrer com o uso do raio X do tórax. 22 de março de 2007 às 14:19
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