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Pobreza têm sexo e cara de mulher. Alerta foi feito por um dos 974 pesquisadores que durante dois dias apresentaram 308 trabalhos na Unesc

Pobreza têm sexo e cara de mulher. Alerta foi feito por um dos 974 pesquisadores que durante dois dias apresentaram 308 trabalhos na Unesc
Janete Triches Mais imagens
A pobreza não é só uma questão econômica ou estado de carência de bens materiais. É um processo cultural e social que transformou as diferenças biológicas entre homens e mulheres numa brutal e gigantesca diferença hierárquica entre os sexos. O resultado dessa perversidade é que a "nova"  pobreza têm sexo e cara de mulher. A afirmação é do estudante de Ciência Política da Univali, Moisés Krieger. Ele foi um dos participantes do IV Seminário de Grupos de Pesquisa e II Seminário de Iniciação Científica da Acafe, que aconteceu nas instalações da Unesc, em Criciúma, dias 09 e 10 de novembro. O evento reuniu, durante os dois dias, 308 trabalhos de pesquisa de 974 pesquisadores de 12 universidades membros do Sistema Acafe de SC.

Krieger lembra que, embora a inserção da mulher no mercado de trabalho tenha se iniciado no início do século XX, e ganhado impulso durante a 2ª Guerra Mundial, ainda hoje a diferença salarial entre os sexos é grande. Os fatores que têm contribuído para a perpetuação desta desigualdade, segundo ele, é a percepção equivocada de que o salário da mulher é apenas complemento de renda, e não a renda única ou principal; a precarização do trabalho feminino e as ocupações pouco qualificadas. "Embora em média as mulheres apresentem cerca de cinco a dez anos de estudo a mais que os homens, seu poder aquisitivo ainda é muito inferior ao deles", afirma.

Cético com relação ao futuro, ele acredita que a tendência é aumentar ainda mais a desigualdade já existente.  "A tônica do atual sistema político e econômico neoliberal é aumentar a diferença entre os seres humanos. No caso das mulheres, o sonho da autonomia esbarra no mercado de trabalho, que não a remunera como deveria. E a liberdade é uma relação econômica", lembra. Sua pesquisa foi realizada durante dois anos com mulheres moradoras dos onze municípios da região da Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí. 10 de novembro de 2006 às 17:26
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