Montysuma dá dicas para uso da História Oral em pesquisas
Colocando a história oral no mesmo nível de importância do documento escrito como fonte primária de pesquisa, o professor sugeriu aos acadêmicos alguns cuidados no uso desta metodologia em suas pesquisas. "Estabelecido o público que vou privilegiar no projeto, devo ler todo o acervo bibliográfico e documental existente referente aquela pessoa ou assunto. Jamais devo chegar ignorante enfrente à pessoa que vou entrevistar. Preciso ter domínio prévio do conhecimento para poder conversar e ter as rédeas da condução da entrevista. Ou seja, saber o que perguntar e como perguntar. "
Para ele, "temos o direito de discordar do entrevistado", mas isso não significa "encher a pessoa de perguntas ou atropelar o discurso", menos ainda ficar olhando o relógio. É preciso, antes de mais nada, conforme o professor, "ter humildade, jamais constranger ou colocar o entrevistado em situação difícil e escutá-lo atentamente", porque tão importante quanto o que é dito, é o não dito. "Preste atenção nas entonações da voz, nas repetições, nos trejeitos. Ao falar, não estamos apenas falando, estamos igualmente interpretando", ensina.
Origem
Durante a palestra, Montysuma falou que a História Oral como aparato teórico e metodológico no ofício do historiador não tem nada de novo. Pelo contrário, remonta à Grécia clássica. Naquela época, os historiadores "entrevistavam" aqueles que teriam promovido, participado ou visto algum fato ou evento, para que dessem o seu testemunho. Depois de ter ficado um longo período sem uso, a metodologia voltou com força a partir de 1950, nos Eua e, posteriormente, em países da Europa, como Espanha,.Itália, França, Inglaterra e outros.
17 de agosto de 2006 às 15:09
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