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Queima de lixo em terrenos baldios ameaça saúde da população

Queima de lixo em terrenos baldios ameaça saúde da população
Mário Guadagnin Mais imagens
A queima de pneus, plásticos de todo tipo, isopor, papel e restos de poda (galhos de árvores), historicamente tão comum na região, provoca a liberação de dioxinas e furano – substâncias altamente tóxicas – no ar e são uma ameaça à saúde da população. O alerta vem dos pesquisadores da área ambiental da Unesc, Rafael Lattuada e Mário Guadagnin, que estudam o tratamento de resíduos sólidos. Professores do curso de Engenharia Ambiental, eles informam que esta prática compromete a qualidade do ar da região. "A queima de papéis com conteúdo impresso, por exemplo, libera a toxidade química das tintas", observa Lattuada.

Ao serem queimados, os materiais (principalmente plásticos) liberam hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs), que são cancerígenos. "Essa combinação foi constatada ainda no século XIX, com a ocorrência de câncer de próstata em meninos que limpavam chaminés de uma fábrica, em Londres", informa. Guadagnin, por sua vez, destaca a necessidade de uma campanha de conscientização que resulte na mudança comportamental das pessoas. "Hoje, em Criciúma, a coleta do lixo é quase 100% em toda a cidade. Mesmo assim, há quem utilize terrenos abandonados para queimar resíduos", relata.

Não raramente, a queima de resíduos plásticos, dentre outros, prejudica a qualidade do ar, ajudando a aumentar os casos de problemas respiratórios, principalmente em crianças e idosos. Essa prática pode ser comprovada a qualquer hora do dia, nas várias regiões de Criciúma, inclusive na área central. "Os incômodos causados pelo lixo muitas vezes estimulam as pessoas a usarem o fogo como forma de resolver esse problema. As conseqüências resultantes são desastrosas, pois a queima libera na atmosfera gases venenosos, que afetam os seres vivos e o meio ambiente. No ser humano, a queima pode provocar dor de cabeça, náusea, doença de pele e irritação dos olhos e das vias respiratórias", destaca Guadagnin. Para o ambiente, lembra o professor, promove o aumento do efeito estufa – ou o aquecimento da temperatura da terra acima do normal.
 
23 de março de 2006 às 16:26
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