Médica fala da Saúde da Mulher no encerramento do Ciclo de Debates
A pílula anticoncepcional representou o marco básico da cidadania e dos direitos políticos da mulher. Até os anos de 1960, as mulheres tinham em média seis filhos e o sexo e a procriação eram uma coisa só. Com a pílula, a mulher pode definir quantos filhos quer ter - hoje ela tem 2,3 filhos - e houve a separação entre procriação e sexo, que associou ao prazer. A idéia foi apresentada pela médica ginecologista, feminista e professora do curso de Medicina da Unesc, Ana Maria Pizolati Cardoso, ontem à noite, no auditório Ruy Hülse, durante o encerramento do Ciclo de Palestras promovido pelos CAs de Direito, Economia e Letras, em conjunto com várias entidades sociais e sindicais, para marcar a passagem do Dia Internacional da Mulher. As DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis), para a médica, vieram na contramão dessa "revolução sexual" para atrapalhar as mulheres num momento em que elas estavam descobrindo o sexo. "Com a medicação e o tempo, também isso será superado", diz otimista.
A diminuição da desigualdade e da opressão entre homens e mulheres, conforme Ana Maria, passa pela educação igualitária na infância, quando a sociedade deveria ensinar os direitos sexuais e reprodutivos da mulher para as crianças, única etapa da vida onde os seres são iguais. O resultado será "seres mais lúcidos e evoluídos". E continua na adolescência, segundo a médica, quando o jovem deveria ter acesso a uma estrutura pública de saúde que o acolhesse com afeto, que o ajudasse, aconselhasse e o orientasse quando ele se decidisse pelo início da vida sexual. "Nesta etapa da vida, ele precisa ser escutado e educado para a sexualidade com responsabilidade, da abstinência até os métodos contraconceptivos. O machismo que oprime as mulheres é o mesmo que oprime os homens. É preciso que eles se libertem conosco."
16 de março de 2006 às 13:50
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