História e 28º GAC promovem 1º Seminário sobre Totalitarismos e a 2ª Guerra Mundial
A relação do Brasil com os fascismos europeus do século XX e a participação da FEB (Força Expedicionária Brasileira) na 2ª Guerra Mundial foram os temas das exposições ocorridas agora à noite (27/4) no 1º Seminário no campus da Unesc. As palestras foram proferidas pelo professor doutor José Henrique Zanelatto e pelo comandante do 28º GAC, tenente coronel André Luiz Ribeiro Campos Allão. O evento foi promovido pelo curso de História e pelo 28º GAC (Grupo de Artilharia de Campanha) no mini-auditório do bloco T e reuniu estudantes, professores, militares e familiares de ex-pracinhas brasileiros. A programação continua nesta quarta-feira (28), a partir das 19h30, com as palestras A Era da Guerra Total, com o professor mestre Antonio Luiz Miranda; e As conseqüências da 2ª Guerra Mundial para o Exército Brasileiro, com o capitão Eduardo Moraes Fonseca, do 28º GAC.
Fascismos
O fascismo europeu não se restringiu à Itália e a Alemanha, mas também foi vivenciado por Portugal, Espanha, Hungria, México e Brasil. Segundo Zanelatto, este sistema totalitário tem algumas características gerais e outras específicas. Entre elas, ele destaca o controle político da sociedade por um partido único e de massa, em constante mobilização; a figura de um líder máximo, que atua como chefe-condutor, que é cultuado; complexa hierarquia existente internamente, construção de símbolos e uso intenso de propaganda, que contribuem para seu crescimento, desenvolvimento e adesão; forte aparato de repressão contra a sociedade em geral; e o liberalismo e o comunismo como inimigos a serem combatidos.
Outras características deste sistema é o nacionalismo como mito de unificação, com homogenização dos interesses; o corporativismo, o racismo e o anti-semitismo, com a perseguição e morte de milhões de judeus. O fascismo, diz o professor, também se apropriou de conceitos como virilidade, superioridade, sangue, solo e raça. O perigo do comunismo, a crise mundial de 1929 e a crise da liberal-democracia, teriam contribuído para a ascensão dos fascistas ao poder naqueles países.
Integralismo
O Integralismo de Plínio Salgado foi o fascismo no Brasil, na visão do professor. Conservador, ultra-nacionalista e com forte vertente no catolicismo, o sistema teria nascido no país a partir de 1932. Teve rápida aceitação pela população – em 1937 já totalizava mais de 1 milhão de filiados no país - e pode ser considerado o primeiro partido de massa no Brasil. Não houve aproximação com o nazismo alemão. Por outro lado, esteve tão próximo do fascismo italiano ao ponto de receber recursos e financiamento dele.
Guerra
Países do eixo (Alemanha, Itália e Japão) afundaram 39 navios brasileiros e provocaram a perda de 975 vidas humanas. A posição geográfica do Brasil, aliada a este resultado, foi talvez a razão principal para o Brasil romper relações com aqueles países em 1942 e entrar na 2ª Guerra Mundial. Segundo o tenente coronel André Luiz Ribeiro Campos Allão, dificuldades de toda ordem tiveram que ser enfrentadas pelas Forças Armadas e pelos 25.334 soldados brasileiros que combateram na região norte da Itália. Essas dificuldades foram de organização, mobilização e instrução, entre outras. “A guerra é uma tragédia recorrente que não enaltecemos porque é nela que morremos. Mas precisamos enaltecer os ex-combatentes, alguns deles inclusive de Santa Catarina”, disse o comandante.
Fonte: Comunicação Social:comunicacao@unesc.net
27 de abril de 2010 às 21:50
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