Pedagogia

Visita da Maria Luzia, a Titi

A turma da 7ª fase, está trabalhando na disciplina de Educação Inclusiva II, aspectos relacionados a deficiências, transtornos e outras necessidades especificas, enfatizando o fato da acessibilidade, vivencias e permanências das pessoas dentro de um desses quadros.

Em uma das temáticas da aula as alunas irão apresentar sobre pessoas do seu cotidiano ou personalidades celebres com alguma deficiência ou transtorno, de modo que a turma possa apresentar não apenas o diagnóstico da pessoa escolhida, mas suas potencialidades. Sendo assim, o professor Paulo Alves, proporcionou na última aula de terça-feira, um bate papo com a Maria Luzia, mais conhecida como Titi, o objetivo da aula foi de proporcionar momentos de troca de experiencias e mediação de saberes durante a conversa, na qual as alunas puderam perguntar sobre questões do cotidiano, como: como você via as horas antigamente? Como consegue cozinhar sem queimar a comida? Como sabe quem está chegando em sua casa?

Titi é uma pessoa cega de nascença, que aceitou brevemente o convite para partilhar sobre sua trajetória. Na ocasião a convidada relatou sobre sua formação escolar, na qual estudou em um internato de freiras na cidade de Porto Alegre com outras alunas cegas. Titi foi alfabetizada em braile entre sete de dez anos de idade, além disso, relatou que sempre andou pela cidade sem acompanhamento e conseguia se localizar com facilidade. Na vida adulta trabalhou em uma rádio na qual fazia a distribuição das propagandas de empresas para serem executadas durante programas, além disso, Titi enfatizou que seu chefe na época fazia questão de ter pessoas com essa condição em seu trabalho, pois também era uma pessoa com deficiência visual. Após um período, Titi fez curso de massoterapeuta e atuou na área, atendendo clientes que não eram do quadro de alguma deficiência.

Ao longo da conversa as alunas foram compreendendo mais sobre as vivencias da convidada e rompendo com alguns tabus que ainda existiam. Tais quais questionou a acadêmica Lara “você gosta que te ajudem ou prefere fazer as coisas sozinha?”, Titi relatou que gosta de ajuda quando necessário, mas ter autonomia é muito importante e muitas vezes acontece que outras pessoas cegas não gostam de ajuda ou as vezes as pessoas acham estão ajudando, mas não, por isso perguntar, questionar é a forma mais correta.

O encerramento da aula deu-se de forma muito carinhosa, as acadêmicas fizeram sua autodescrição, agradeceram por meio de um abraço individual de cada uma e apontaram que experiencias como estas precisam ser mais vezes proporcionadas, até mesmo para que possam conseguir atender futuros alunos em suas turmas de sala de aula.

13 de março de 2024 às 14:50
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