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Pesquisador alerta para os riscos do uso do celular

Pesquisador alerta para os riscos do uso do celular
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"Já existem evidências científicas suficientes para que o governo e as indústrias passem a tomar atitudes de precaução quanto ao uso do celular". A afirmação é do professor doutor Álvaro Augusto Almeida de Salles (UFRGS), uma das maiores autoridades brasileiras na pesquisa sobre irradiação eletromagnética, em palestra na Unesc nesta sexta-feira à tarde. O encontro teve como tema "Os efeitos biológicos das radiações não ionizantes da telefonia celular".

Segundo o professor, o Brasil quer começar agora a fazer pesquisas, que duram cerca de 10 anos, para depois adotar medidas preventivas. Ele cita países como Suíça, Áustria, Rússia, Canadá e Inglaterra que já tomaram posturas oficiais perante o risco da telefonia móvel. Salles comenta que antenas com menor potência podem ser a solução para a saúde pública. Entretanto, para continuar com a mesma área de abrangência do sinal serão necessárias mais antenas.

Aparelho celular

O pesquisador relata que o uso do aparelho celular resulta em dois efeitos prejudiciais no cérebro humano, o térmico e o não-térmico. O primeiro pode ser evitado utilizando o dispositivo afastado do ouvido em pelo menos dois centímetros. Já o último ocorre devido a correntes eletromagnéticas que o celular produz, sendo que apenas o uso do fone de ouvido evitaria este dano. "Nossas células não foram projetadas para suportar uma corrente eletromagnética tão intensa", relata Salles.

Questionado sobre o celular em stand-by (ligado, mas sem estar em uso), o professor descreveu que o aparelho nesta condição produz pequenos pulsos periódicos, mas que eles não tem potência suficiente para trazer algum prejuízo às células humanas. "Entretanto, em mulheres grávidas os danos podem ser consideráveis para o feto, pois estes são muito mais sensíveis", lembra o pesquisador.

Risco de câncer

Salles mostrou dados de pesquisas que demonstram que o uso do celular aumenta consideravelmente o risco de câncer. "O uso de um a cinco anos aumenta em 60% o risco, já de cinco a dez anos aumenta em 120%, e mais que dez anos este percentual chega a 260%. Isso em celulares digitais, nos aparelhos analógicos, para o uso de mais de dez anos, o índice de risco chega a 490%", explica.

Crianças

Vários países que tomaram posturas oficiais perante o uso do celular dão destaque às crianças. Devido às suas células se reproduzirem mais rápido, o osso da face ser mais fino e a cabeça menor, elas têm uma absorção 50% maior da radiação emitida pelo aparelho. "Estamos falando muito pouco sobre o assunto. Ele é muito mais grave do que pensamos", reflete Salles. 08 de agosto de 2008 às 17:02
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