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Quando o sonho de uma vida melhor se transforma em trabalho com condições desumanas

Quando o sonho de uma vida melhor se transforma em trabalho com condições desumanas
Palestra na Unesc abordou as migrações contemporâneas (Fotos: Milena Nandi) Mais imagens

Hoje, 236 milhões de pessoas no mundo são imigrantes. Isso significa que 3,2% da população mundial deixou o país de origem para viver em outro, na maioria das vezes, motivada por oportunidades de trabalho e qualidade de vida melhor. Mas nem sempre estas pessoas encontram o que foram procurar. Segundo a professora doutora em Sociologia Política (UFSC) Caroline da Graça Jacques, a partir de 2011 aumentaram o número de denúncias de más condições de trabalho para imigrantes. “São casos de trabalho análogo ao escravo, quando a dignidade humana é subtraída e as pessoas convivem sem condições mínimas de higiene, com jornadas exaustivas, servidão por dívidas e trabalho forçado”.

A afirmação de Caroline, que é aluna do PPGDS (Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Socioeconômico da Unesc), foi feita durante a palestra “Globalização, Migrações Contemporâneas e Trabalho Decente” na noite desta terça-feira (22/9), organizada pelo curso de Ciências Econômicas da Universidade para professores, estudantes e comunidade em geral.

Na rota da imigração em busca de uma vida melhor os destinos mais procurados são Estados Unidos, Austrália e países da União Europeia. Já quem mais sai de seu país são os asiáticos, africanos e latinoamericanos.

Segundo Caroline, em 2014, Criciúma recebeu 1400 imigrantes de países da África, e boa parte deles vem para tentar trabalhar e enviar dinheiro para a família que ficou. “Eles veem o Brasil como um novo sonho. O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) destes países é mais baixo que o nosso e os imigrantes enxergam aqui uma maneira de viver melhor”.

A tese de doutorado de Caroline fala sobre as condições de trabalho no setor têxtil e de confecções no Brasil e em Portugal. Pesquisadora na área de globalização, cadeias produtivas globais e direitos fundamentais dos trabalhadores, durante o debate, a professora centrou o debate sobre como as grandes marcas internacionais do mundo fashion têm se beneficiado dos fluxos migratórios atuais para explorar a mão de obra estrangeira com trabalho análogo ao escravo.

Fonte: Setor de Comunicação Integrada

22 de setembro de 2015 às 21:16
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