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Formação essencial: Estudantes dos cursos de Saúde têm contato com culturas afro-brasileira e indígena

Formação essencial: Estudantes dos cursos de Saúde têm contato com culturas afro-brasileira e indígena
Seminário Saúde, Ambiente e Cidadania ocorre nesta quarta na Universidade (Foto: Davi Carrer) Mais imagens

Compreender o contexto social e as diferenças é essencial para promover a saúde. A afirmação é da diretora da UNA SAU (Unidade Acadêmica de Ciências da Saúde), Indianara Becker, durante a abertura do Seminário Saúde, Ambiente e Cidadania da Unesc, que ocorre nesta quarta-feira (22/4), na Universidade.

“Este evento busca apresentar diferentes culturas, modos de pensar e agir”, destaca Indianara, ao abrir o primeiro momento do Seminário, o painel “Resgate histórico da cultura afro-brasileira e indígena em Criciúma e região”. Participaram do painel os professores Normélia Lalau de Farias (membro do NEAB – Núcleo de Estudos Étnico Raciais, Afro-Brasileiros, Indígenas e de Minorias, da Unesc) e Juliano Campos (coordenador do Setor de Arqueologia da Unesc e membro do NEAB), mediados por João Batanolli (membro do NEAB).

Cultura afro-brasileira

A professora Normélia Lalau de Farias fez um resgate histórico da chegada dos negros ao Brasil. “O tráfico trouxe pessoas de vários países. São várias etnias, com crenças e línguas diferentes”, lembra. Ela explicou que a região que mais recebeu foi o Norte do país. “Aqueles que chegaram em Santa Catarina vieram de lutas, fugidos. Mas também teve alguns que vieram como escravos”, explica.

“Tubarão teve um número expressivo de escravos, que trabalhavam na lavoura e como domésticas. Em Jaguaruna e Morro Grande, por exemplo, houve e ainda há um reduto de resistência, onde ainda é muito forte a cultura africana”, comenta Normélia. Porém Santa Catarina só teve 2% do total de escravos do Brasil.

Cultura indígena material

O coordenador do Setor de Arqueologia, doutor Juliano Campos, apresentou aos alunos sua experiência com a cultura indígena material. “Em Santa Catarina, o registro mais antigo que temos é de 9 mil anos atrás, em Chapecó. Na nossa região é no Balneário Rincão, com 4 mil anos”, explica. Campos explicou que não tivemos contato com essas culturas, pois eram nômades e não estavam mais aqui quando os europeus chegaram. Já os povos que estavam por aqui no século XIV foram dizimados.

Roda de conversa

No período da tarde, o evento recebeu o coordenador nacional da Comissão Guarani Yvyrupa, Leonardo Werá Tupã, para a roda de conversa “Processo saúde-doença sob a ótica da cultura indígena”, que teve a mediação do membro do NEAB da Unesc, João Batanolli.

Tupã, que também é coordenador técnico da Funai (Fundação Nacional do Índio) e coordenador técnico da Comissão Nhemonguetá de Caciques Guaranis do Estado de Santa Catarina, falou sobre o modo de vida do povo Guaraní e a concepção de saúde que os índios têm, e que vai além do remédio. Segundo Tupã, os índios respeitam e utilizam a natureza para a saúde do corpo e da alma. “O mais importante é o bem estar, é estar em harmonia com a natureza. Não acumulamos bens materiais. A nossa maior riqueza é o ser humano”.

Seminário

O evento é uma realização da UNA SAU e uma das atividades propostas pela disciplina do núcleo comum dos cursos da área da saúde, “Interação Comunitária”, que tem como objetivo discutir conceito de saúde, processo de saúde-doença e realizar diagnóstico de vida e saúde da comunidade de forma multiprofissional.

Confira a programação completa

9 às 11 horas
Painel: Resgate histórico da cultura afro-brasileira e indígena em Criciúma e região.
Local: Auditório Ruy Hülse
Painelistas: Normélia Lalau de Farias (membro do NEAB – Núcleo de Estudos Étnico Raciais, Afro-Brasileiros, Indígenas e de Minorias, da Unesc); Juliano Campus (coordenador do Setor de Arqueologia da Unesc e membro do NEAB) e João Batanolli (membro do NEAB)

14 às 17 horas
Roda de conversa “Processo saúde-doença sob a ótica da cultura indígena”
Local: Auditório Edson Rodrigues (sala 19 do Bloco P)
Convidado: Leonardo Werá Tupã (coordenador técnico da Funai, coordenador nacional da Comissão Guarani Yvyrupa e coordenador técnico da Comissão Nhemonguetá de Caciques Guaranis do Estado de Santa Catarina).
Mediadores: João Batanolli (membro do NEAB/Unesc) e Ioná Bez Birolo (coordenadora do Programa de Residências Multiprofissional em Saúde da Família da coordenadora adjunta do curso de Enfermagem da Unesc)

19h30 às 21h30
Conferência “Organização do Sistema de Saúde Indígena”
Local: Auditório Ruy Hülse
Conferencista: Leonardo Werá Tupã.

Fonte: Secom

22 de abril de 2015 às 14:46
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