Grupo orienta comunidade a parar de fumar
A luta contra o tabagismo uniu ainda mais a dona-de-casa de Criciúma Edna Fernandes Vieira e seu filho. Ela consumia uma carteira e meia por dia, mas foi em uma formatura da sobrinha que decidiu parar. “Estava sentada no banco da frente e de repente fui para a rua fumar. Quando voltei percebi que sentiram o cheiro do cigarro. Senti-me mal e tomei essa decisão, que já fez dois meses”, lembra. Edna é uma das participantes do Grupo de Controle ao Tabagismo, que iniciou seus trabalhos recentemente na Policlínica do Rio Maina.
Ela destaca que agora sua pele está muito mais bonita e está se sentindo muito feliz, já que além dela o filho também deixou de fumar. “Ele parou antes de mim e nós dois estamos nos incentivando”, conta, entusiasmada.
Nos encontros, coordenados pelas residentes do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica/Saúde Família da Unesc, em parceria com o Governo Federal Merieli Medeiros Ronsani (nutricionista) e Deise Patrício dos Santos (psicóloga), foi realizada uma bateria de testes para avaliação de estado nutricional, estresse, ansiedade e qualidade de vida de cada participante. A avaliação realizada no primeiro encontro é repetida durante e ao final do processo.
Além dela, Eugênio Ronchi também parou de fumar, e lembrou que ia sempre para o bar. “Quando acordava era de seis a sete cigarros, um atrás de outro. No trabalho já levava três carteiras de cigarro”, manifestou. Já Graziela de Mello Nascimento continua no vício e fuma uma carteira por dia. “Se fico agitada ou nervosa, sinto mais vontade de fumar”, destaca.
Medicamentos
A nutricionista Merieli explica que são seis meses de encontro, que iniciam com uma vez por semana e terminam com atividades uma vez ao mês. “Além de manuais de determinados temas, como a formas de parar de fumar, o Governo Federal também fornece medicamentos”, destaca.“Na primeira reunião explicamos sobre o funcionamento do programa, os tipos de dependência existentes, algumas exigências para participar do tratamento, como a questão da frequência nas terapias de grupo, as expectativas dos pacientes e os recursos terapêuticos e medicamentosos que são oferecidos”, conta a psicóloga.
O Grupo de Controle ao Tabagismo é um programa do Ministério da Saúde, realizado por profissionais devidamente capacitados, e ocorre nos serviços públicos de saúde. A primeira etapa contou com a colaboração dos psicólogos residentes Gabriela Maciel Alves e Fábio Cossa de Souza para realização das avaliações. As residentes já estão recolhendo inscrições para o próximo grupo, pois existem muitos interessados procurando a Unidade de Saúde em busca deste tratamento.
Como funciona
Na primeira reunião são explicados o funcionamento do Programa de Controle do Tabagismo, os tipos de dependência existentes, algumas exigências para participar do grupo (como a questão da frequência nas terapias de grupo), as expectativas dos pacientes quanto ao tratamento e os recursos terapêuticos e medicamentosos que o grupo oferece, como é o caso do adesivo e da goma de mascar de nicotina e, em alguns casos, o medicamento Bupropiona, que atua diminuindo a vontade de fumar.
O tratamento divide-se em duas etapas: primeiramente objetiva-se a abstinência por quatro semanas, utilizando técnicas cognitivo-comportamentais para reformular a relação que o fumante tem com o cigarro. A etapa seguinte tem como foco principal a manutenção da abstinência, ou seja, a consolidação da recuperação.
Também ocorrem encontros nos bairros: Santa Luzia e Mineira Velha. Já na Cruz Vermelha e nos bairros Boa Vista e Santa Augusta a intenção é iniciar em breve. Interessados deverão procurar a Unidade de Saúde do Bairro ou se inscrever no site do governo municipal.
Fumo é uma das principais causas de morte
O tabagismo é considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) a principal causa de morte evitável em todo o mundo. O cigarro provoca doenças, como: câncer no pulmão, hipertensão arterial; aneurismas arteriais; úlcera do aparelho digestivo; infecções respiratórias; trombose vascular; osteoporose; catarata; impotência sexual no homem; infertilidade na mulher; menopausa precoce e complicações na gravidez.
A OMS estima que um terço da população mundial adulta, isto é, 1,2 bilhão de pessoas (entre as quais 200 milhões de mulheres), sejam fumantes. Pesquisas comprovam que aproximadamente 47% de toda a população masculina e 12% da população feminina no mundo fumam.
Enquanto nos países em desenvolvimento os fumantes constituem 48% da população masculina e 7% da população feminina, nos países desenvolvidos a participação das mulheres mais do que triplica: 42% dos homens e 24% das mulheres têm o comportamento de fumar. O total de mortes devido ao uso do tabaco atingiu a cifra de 4,9 milhões de mortes anuais, o que corresponde a mais de 10 mil mortes por dia.
Fonte: Comunicação Social:comunicacao@unesc.net
22 de março de 2012 às 15:47
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