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Vidas que mudam por meio da educação

Vidas que mudam por meio da educação
Airam em ação nos laboratórios de pesquisa da Universidade (Fotos: Milena Nandi) Mais imagens

Quando Airam Barbosa de Moura, de 24 anos, saiu da Ilha de Mocooca, no Pará, para poder dar continuidade aos estudos do Ensino Fundamental, não imaginava o que a vida lhe traria, mas tinha uma única certeza: não pararia até conseguir alcançar seus objetivos. A história do egresso do curso de Biomedicina traz episódios repletos de desafios e dificuldades, mas também é cheia de conquistas, como a saída da graduação direto para o doutorado e o reencontro com a família, que depois de anos vivendo há mais de 3,5 mil quilômetros de distância, voltou a morar junto. E nessa história, a Unesc ocupa um capítulo muito especial.

Nascido em Ananindeua, no Pará, Airam passou a infância na pequena Ilha de Mocooca, no mesmo estado – atualmente a área foi tomada pelo mar. “O transporte na Ilha era apenas de cavalo e carroça ou canoa. Não tinha energia elétrica nem posto de saúde. Se a gente quisesse ter atendimento, tinha que caminhar cerca de 1h30 para chegar em uma outra aldeia. Lá haviam pessoas da própria localidade que aprenderam a cuidar de ferimentos e fazer sutura”, conta.

Descendente de índios e europeus, ele estudou em uma escola que oferecia até o quarto ano do Ensino Fundamental. Mas ele queria ir além. “A minha diferença de outras pessoas da aldeia é que eu tinha vontade de estudar e conhecer coisas novas. Quando eu terminei a quarta série falei com a minha mãe que queria continuar a estudar. Eu era muito curioso e queria conhecer aquilo que via nos livros”. Para atender ao desejo de Airam, a família mudou para a capital paraense. Lá, ele terminou o Ensino Fundamental e conseguiu uma bolsa de estudos para fazer o Ensino Médio em uma escola particular da cidade.

Ingressou pelo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) na Universidade Federal do Amazonas e deixou Belém para morar em Manaus com uma tia. Cursou um ano da faculdade de Química e lá conheceu a iniciação científica: foi selecionado no programa da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Jovens Talentos para a Ciência.

Mas longo desse um ano de estudos, Airam sentiu falta de aprofundar o conhecimento na área da saúde. Foi então que pesquisou na internet cursos que fossem da área da saúde e tivessem pesquisa relacionada. Se interessou por Biomedicina e voltou para o Pará para estudar. Fez um semestre de Biomedicina na Faculdade Metropolitana da Amazônia, mas sentia falta da pesquisa e de aulas práticas. Então, no fim de 2014, recorreu novamente à internet para procurar uma instituição de ensino com o curso de Biomedicina e com boa estrutura de pesquisa. Encontrou a Unesc. “Vi uma chamada sobre a Unesc ser a primeira instituição não estatal de Santa Catarina em pesquisa e pensei: é para lá que eu vou”.

Foi então que os caminhos de Airam e da Unesc começaram a se cruzar. “Liguei para a Universidade e expliquei que queria fazer Biomedicina. A atendente disse que eu poderia pedir transferência até o dia 5 de fevereiro. E isso já era 2 de fevereiro. Peguei minhas economias e comprei a passagem para o dia 3. Gastei quase todo o dinheiro. Vi nos classificados do site da Unesc que uma senhora estava alugando um quarto. Entrei em contato com várias pessoas explicando a situação, mas não consegui arrumar um lugar. Foi então que eu liguei para a dona Zulma, que aceitou que eu depositasse o que eu pudesse e me recebeu de braços abertos. Ela foi um anjo que apareceu na minha vida. Durante todo o tempo, ela me tratou como um filho e a gente se ajudava no que podia. Ela conseguia trabalhos temporários em casas para mim e assim eu ia ganhando um dinheirinho”, relembra.

Depois de quase 24 horas para chegar em Criciúma, foi procurar a Unesc e a Centac (Central de Atendimento ao Acadêmico) e conseguiu fazer a solicitação. O resultado saiu dia 21 de fevereiro. “Saí da Unesc preocupado, porque se não passasse, não tinha como voltar para o Pará. Já tinha gasto tudo”. Airam conseguiu a transferência e estudou com bolsa. Enquanto a mãe ajudava com o aluguel, ele trabalhava como garçom de festas infantis, cuidando de crianças e formatando trabalhos acadêmicos.

Ao longo da graduação, Airam recebeu ajuda de professores e colegas do curso de Biomedicina e também do Laboratório de Psiquiatria Translacional nas dificuldades que enfrentou, especialmente no inverno. Por ser do Norte do país, Airam não estava preparado para o frio do Sul. “O pessoal do laboratório é como uma família para mim. Quando eu fiquei doente, uma das doutorandas me levou para a casa dela e cuidou de mim. Quando eu quebrei o pé também tive o apoio de muita gente”, conta.

Na Unesc, Airam também descobriu o talento para as artes e atualmente, é integrante da Cia de Dança. “A dona Zulma, as colegas do laboratório e as professoras, o pessoal da Biomedicina, a coreógrafa da Cia de Dança, Viviane Candiotto, a professora Josiane Budni, a minha orientadora, Gislaine Zilli. Tive várias mães e anjos em Criciúma. Se não fosse a ajuda de todos que conheci e da Unesc, não teria conseguido fazer curso superior”.

Da graduação para o doutorado

Airam encerrou o curso de Biomedicina em 2018 e no primeiro semestre de 2019 já era aluno do PPGCS (Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde). “Durante toda a graduação trabalhei no Laboratório de Psiquiatria Translacional e nesse tempo, fiz várias publicações e quando fui para a seleção do doutorado, já tinha 12 artigos científicos publicados, na maioria em revistas A. Eu tive os requisitos necessários para pular o mestrado e ir para o doutorado”. Ele continua na mesma linha de pesquisa da época do curso superior, depressão, e pensa em fazer um doutorado sanduíche.

Quando ele passou na seleção do doutorado com bolsa, conversou com a mãe e ela decidiu vir morar em Criciúma e trazer a irmã de Airam. “Minha mãe abriu mão de muita coisa para me ajudar a realizar um sonho. Aqui em Criciúma ela já está trabalhando com carteira assinada e a minha irmã de dez anos conseguiu uma bolsa para estudar no Colégio Unesc. Hoje está tendo uma oportunidade que eu não tive quando tinha a idade dela e fico feliz em poder ajudar com isso. Mais uma vez a Universidade está mudando a nossa vida”.

E se você perguntar a Airam se faria tudo novamente, a resposta será um sonoro sim. “Valeu muito a pena porque a oportunidade que eu tive aqui, nunca teria tido no local que eu estava. Sentia que precisava dar um passo grande e fazer muito diferente do que as outras pessoas estavam fazendo. No começo parecia loucura sair daquela aldeia pequena onde o estudo só ia até a quarta série e vir parar tão longe, quase no final do Brasil. Mas depois foi vitória, com muita luta. Consegui tudo o que eu queria, tanto na dança quanto na pesquisa e nos estudos. Mas eu não teria conseguido nada disso sozinho”.

Milena Nandi – Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

30 de janeiro de 2020 às 13:48
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Doutoranda em Ciências Ambientais da Unesc participa do Geodesign South America 2019

Doutoranda em Ciências Ambientais da Unesc participa do Geodesign South America 2019
Aluna do PPGCA apresentou trabalho no evento (Foto: Divulgação) Mais imagens

A aluna do doutorado em Ciências Ambientais da Unesc, Thaise Sutil, participou do Geodesign South America 2019, em Florianópolis, de 11 a 13 de dezembro. Na ocasião, a estudante do PPGCA (Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais) apresentou o trabalho intitulado “O Geodesign como Plataforma para o Zoneamento: Estudo de Caso da Área de Proteção Ambiental do Rio Maior”.

Além de Thaise, o trabalho tem a autoria de Danrlei De Conto, Juliana Debiasi Menegasso, Nilzo Ivo Ladwig e Ana Clara Mourão Moura. O estudo é fruto do workshop “Geodesign: Futuros Alternativos para a APA do Rio Maior”, que ocorreu entre os meses de maio e junho de 2019 na Unesc e contou com a presença de alunos de graduação, pós-graduação, técnicos municipais e representantes do comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Urussanga.

O Geodesign South America tem o objetivo de reunir pesquisadores da América do Sul para trocar seus conhecimentos e experiências no uso de tecnologias de informação e geoinformação como suporte ao planejamento de uma ampla gama de escalas territoriais.

O evento foi organizado pelo Laboratório de Geoprocessamento da Udesc representado pelo professor doutor Francisco Henrique de Oliveira, pelo Laboratório de Geoprocessamento da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais, representado pela professora doutora Ana Clara Moura Mourão e pelo Laboratório de Pesquisa em Planejamento e Gestão Territorial da Unesc, representado pelo professor doutor Nilzo Ivo Ladwig. A iniciativa teve o apoio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico Sustentável do Estado de Santa Catarina, Defesa Civil de Santa Catarina, e Sociedade Brasileira de Cartografia.

As atividades em Florianópolis contaram com a presença dos professores doutores Carl Steinitz (professor emérito de Harvard), Alenka Poplin (Iowa State University), Brian Orland (University of Georgia) e Michele Campagna (Università degli studi di Cagliar).

Milena Nandi – Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

Por: Milena Spilere Nandi 17 de dezembro de 2019 às 13:40
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Pesquisadores da Unesc presentes no 37º Congresso Brasileiro de Psiquiatria

Pesquisadores da Unesc presentes no 37º Congresso Brasileiro de Psiquiatria
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O PPGCS (Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde) da Unesc está presente ao 37º Congresso Brasileiro de Psiquiatria, que acontece de 9 a 12 de outubro, no Rio de Janeiro. O PPGCS está representado pelo coordenador do Laboratório de Psiquiatria Translacional, médico psiquiatra, doutor João Luciano de Quevedo, e pela médica psiquiatra, Kelen Recco, que é professora do curso de Medicina da Unesc e da pós-graduação em Saúde Mental da Unesc.

Nesta quinta-feira (10/10), o Quevedo coordenou o curso "Fronteiras no diagnóstico e tratamento do transtorno bipolar", da área clínica e de nível avançado. O pesquisador, que também é professor do Departamento de Psiquiatria e Ciências do Comportamento da McGovern Medical School da Universidade do Texas Health Science Center at Houston, também apresentará o subtema "Diagnóstico e tratamento da depressão bipolar". Já Kelen será relatora, trazendo o subtema "Diagnóstico e tratamento da ciclotimia". Além deles, o curso também contará com os relatores Dr. Rodrigo Machado Vieira e Dra. Sheila Caetano que tratarão dos temas "Lítio: passado, presente e futuro" e "Identificação e manejo de risco em filhos (offspring) de pacientes bipolares", respectivamente.

Quevedo explica que o objetivo do curso é apresentar os conceitos mais atualizados no diagnóstico e tratamento do transtorno bipolar e suas comorbidades, discutir a aplicabilidade clínica das mais recentes descobertas nesse campo do conhecimento, abordar de forma direta temas controversos ou ainda não bem estabelecidos pela literatura, discutir ferramentas para a identificação e manejo precoces dos fatores de risco e ainda proporcionar condições para a audiência esclarecer dúvidas clínicas relevantes.

O evento também foi prestigiado pela coordenadora adjunta do curso de Medicina da Unesc, Lêda Soares Brandão Garcia, pelo professor do curso, Dario Henrique Garcia, e pela Médica Psquiatra, Ritele Hernandes da Silva, doutoranda do PPGCS Unesc.

Ana Sofia Schuster - AICOM - Assessoria de Imprensa Comunicação e Marketing Unesc

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

Por: Ana Sofia Schuster 10 de outubro de 2019 às 18:13
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Evento na Unesc aborda os avanços no tratamento e no diagnóstico do transtorno bipolar

Evento na Unesc aborda os avanços no tratamento e no diagnóstico do transtorno bipolar
Simpósio de Psiquiatria reúne estudantes e pesquisadores de diversos estados brasileiros (Fotos: Milena Nandi) Mais imagens

Para dialogar sobre os avanços no tratamento e no diagnóstico do transtorno bipolar, a Unesc iniciou nesta sexta-feira (26/9), a 17ª edição do Simpósio de Psiquiatria Translacional na Interface Cérebro e Mente. No evento, pesquisadores, profissionais, professores e estudantes poderão debater e compartilhar conhecimentos sobre estudos que abrangem os mais diferentes aspectos relacionados ao transtorno bipolar, a terceira doença mental mais incapacitante.

Realizado anualmente pelo Laboratório de Psiquiatria Translacional, ligado ao PPGCS (Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde) da Unesc, o Simpósio promoverá até sábado (27/9), mais de 20 atividades, entre palestras, rodas de conversa e sessão de perguntas.

Segundo a coordenadora do Simpósio, o evento já é referência para a região Sul na área de psiquiatria. Segundo Samira, muitos pacientes são diagnosticados e tratados erroneamente, o que por muitas vezes acaba gerando complicações no quadro. “A ideia é dar a oportunidade para que estudantes e profissionais da área da saúde tenham acesso a informações relevantes e que colaborem para aprofundar o conhecimento da doença e como consequência, a melhoria do diagnóstico e tratamento”, afirma.  

A abertura oficial do evento ocorreu na noite desta sexta-feira, e contou com a presença do coordenador do PPGCS, Felipe Dal Pizzol, da coordenadora do Simpósio, Samira Valvassori, da representante do Laboratório de Psiquiatria Translacional, Alexandra Zugno e da professora e pesquisadora do PPGCS, Gislaine Réus – que apresentou a segunda rodada de palestras.

Programação extensa e rica

As atividades tiveram início na tarde desta sexta-feira, com duas rodadas de palestras e sessões de perguntas. No período, o tema “Psicopatologia do Transtorno Bipolar”, foi abordado pelo médico psiquiatria Marcelo Daudt Von Der Heyde e “Evidências Orgânicas do Transtorno Bipolar”, pelo também psiquiatra Alexandre Bello. Além disso, o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e diretor técnico adjunto da Hospital Psiquiátrico São Pedro, Eduardo Daura Ferreira, falou sobre “Pródromos e Estados de Risco para Transtorno Bipolar: Oportunidades para Prevenção”.

Na segunda rodada de palestras, Ferreira abordou o tema “Alterações da Microbiota Intestinal no Transtorno Bipolar”. “Microbiota é o que temos dentro de nós de bactérias e vírus. Temos 100 trilhões disso dentro do organismo e 95% está no trato gastrointestinal. E a microbiota intestinal está associada a doenças que afetam diversos órgãos do ser humano. Ela vai mudando a constituição ao longo dos anos e a relação que se estabelece diferente é que é problemático para a sinalização para o cérebro e o desenvolvimento de doenças”, comenta.

Já o médico psiquiatra e membro internacional da Associação Europeia de Psiquiatria e da Associação Americana de Psiquiatria, Luiz Henrique Junqueira Dieckmann, falou sobre “Aspectos Genéticos e Epigenéticos do Transtorno Bipolar”. Segundo o palestrante, o transtorno bipolar é uma doença que até hoje intriga a comunidade científica, que em função das diferentes formas de manifestação, está, assim como as demais doenças mentais, passando por uma reclassificação.

De acordo com Dieckmann, a doença acomete de 0,5% a 2% da população mundial e se caracteriza por fases. É um dos principais transtornos da psiquiatria e é caracterizado por períodos de humor, atividades, energia elevados, que em sua forma grave são chamados de mania e na mais branda, de hipomania. Normalmente, alternam-se com período de baixo humor atividades e redução de prazer chamados depressões, sendo essas fases mais frequentes ao longo de sua evolução.

“Antigamente se achava que era evolução benigna, já que parecia que depois que o paciente saia da crise, ele voltava aí normal. Mas quanto mais ocorre a crise, menos intervalos entre um quadro e outro vai ocorrendo. E vai cada vez menos elas vão dependendo de fatores externos para acontecer. E cada vez que ela ocorre, vai causando danos ao cérebro. Por isso, quanto mais se conseguir evitar a progressão da doença, melhor para o cérebro da pessoa com transtorno bipolar”.  

O pesquisador afirma que em geral, o transtorno bipolar vai eclodir no final da adolescência e no início da fase adulta e que o uso de drogas lícitas e ilícitas parecem ser fatores epigenéticos para o desenvolvimento de doenças mentais, incluindo o transtorno bipolar. Além disso, estudos apontam que episódios de abuso, traumas, e estresse na infância são importantes no desenvolvimento de doenças mentais no futuro, como a depressão. “A mensagem que posso deixar aos pais é que cuidem de seus filhos. Mais que pensar no que ele vai ser no futuro profissional, se preocupem com a saúde mental deles. Estamos delegando a educação dos filhos para outras pessoas. Trabalhando muito e deixando nossos filhos serem criados com a nossa ausência. Isso tido pode causar problemas sérios na saúde mental das crianças”, alerta.

Após a segunda rodada de palestras, ocorreu a abertura oficial do evento e a palestra que marcou o encerramento do primeiro dia das atividades. “O Céu da Pseudofelicidade, O Inferno da Tristeza Profunda: Como é ter o Transtorno Bipolar” foi o tema tratado pela escritora, palestrante e estudante de Psicanálise, Manoela Serra.

Em sua fala, Manoela, que tem transtorno bipolar e relatou a sua experiência com a doença nas obras “O Diário Bipolar” e o e-book “Os Olhares de Letícia: Uma Vida em Duas Cores”, contou como foi o período antes de ter o diagnóstico médico correto e tratamento compatível com a doença que possui, as dificuldades na vida familiar e profissional, o preconceito vivido e como falar sobre a doença a ajudou.

A palestra de Manoela teve a mediação da doutoranda em Ciências da Saúde da Unesc, Daiane da Rosa e a participação dos palestrantes do evento, Marcelo Daudt Von Der Heyde, Eduardo Daura Ferreira e Marcelo Basso de Sousa.

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Milena Nandi - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing 

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

Por: Milena Spilere Nandi 27 de setembro de 2019 às 21:43
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Unesc representa Santa Catarina na premiação nacional “Para Mulheres na Ciência”

Unesc representa Santa Catarina na premiação nacional “Para Mulheres na Ciência”
Josiane Budni está entre as vencedoras do programa da L’Oréal, Unesco e Academia Brasileira de Ciências (Fotos: Milena Nandi) Mais imagens

A Unesc é a única IES (Instituição de Ensino Superior) de Santa Catarina a ter uma pesquisadora laureada com o prêmio do programa “Para Mulheres na Ciência” 2019, realizado pela L’Oréal Brasil, Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) Brasil e ABC (Academia Brasileira de Ciências). A professora doutora Josiane Budni, está entre as sete jovens pesquisadoras laureadas pelo programa, que reconhece e incentiva o trabalho realizado por mulheres cientistas de todo o país. Esta é a quinta vez que a Universidade tem uma profissional condecorada pelo programa.

A Unesc ainda representa as Universidades Comunitárias no prêmio. Com exceção de sua professora, todas as outras pesquisadoras premiadas são de universidades federais ou estaduais brasileiras. Josiane é graduada em Farmácia e em Análises Clínicas, possui mestrado em Neurociências, doutorado em Bioquímica pela UFSC e pós-doutorado em Ciências da Saúde pela Unesc. Na Unesc, ela é docente do PPGCS (Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde), pesquisadora do Laboratório de Neurologia Experimental e coordenadora adjunta do curso de Biomedicina. É coordenadora do grupo de pesquisa em doenças neurodegenerativas que estuda o envelhecimento e a doença de Alzheimer.

Josiane e as demais vencedoras receberão cada uma, bolsa-auxílio de R$ 50 mil para ser utilizada em um período de dois anos no desenvolvimento de pesquisa aprovado pela comissão julgadora do projeto, composta por 16 profissionais renomados no campo da ciência. E no dia 10 de outubro, a premiação será oficializada em um evento no Rio de Janeiro, no qual as pesquisadoras serão homenageadas.

O Programa “Para Mulheres na Ciência”, é desenvolvido desde 2006 e tem como ponto de partida a transformação do panorama da ciência no país, favorecendo o equilíbrio dos gêneros no cenário e incentivando a entrada de jovens mulheres no universo científico. As pesquisadoras escolhidas atuam nas áreas de Ciências Físicas, Ciências Matemáticas; Ciências Químicas ou Ciências da Vida (Biomédicas, Biológicas e da Saúde) – categoria na qual a professora da Unesc foi premiada.   

Projeto premiado tem como tema principal a doença de Alzheimer

O projeto que a professora da Unesc irá executar relaciona distúrbios do sono como um fator de risco para a Doença de Alzheimer. A proposta dela é trabalhar uma visão translacional do estudo, ou seja, utilizando experimento em modelos animais e estudo com humano. Josiane explica que o uso dos dois estudos, roedores e humano, dá mais força e base ao projeto e colabora com a ampliação das respostas aos questionamentos levantados pela pesquisa.

Josiane já havia utilizado a melatonina em uma pesquisa para tentar reverter a perda de memória relacionada à doença de e vai usar este hormônio novamente neste novo estudo. A pesquisa consiste em realizar a privação do sono no animal, e depois induzir a doença de Alzheimer neste mesmo animal. A ideia é tentar tratar com melatonina, para ver se ela consegue reverter esse dano causado pelo distúrbio do sono associado com a doença de Alzheimer. “Também quero entender o processo fisiopatológico. O que acontece no animal com distúrbio do sono e com a doença. Será que o dano que vai ter na memória é maior que do que daqueles animais que apresentam os problemas separadamente?”, comenta.

Em um segundo momento, a pesquisadora irá realizar o estudo em humanos. Pessoas com declínio cognitivo leve – que começaram a perder a memória, podendo sinalizar o começo da Doença de Alzheimer – e que têm diagnóstico de apneia do sono serão convidadas a participar da pesquisa. “Durante seis meses iremos utilizar nestas pessoas um aparelho que ajuda a evitar a apneia do sono e junto disso, ministrar melatonina, para ver se eles terão melhora no declínio cognitivo”, explica.

Para desenvolver a pesquisa, Josiane contará com o apoio da equipe formada por alunos de Iniciação Científica e de Mestrado e Doutorado que atuam no Laboratório de Neurologia Experimental da Unesc. “Em pesquisa não se faz nada sozinho. Todo o trabalho é realizado em equipe. A parceria com os profissionais e estudantes da Unesc é imprescindível para que o estudo saia do papel”.

Reconhecimento chama a atenção para trabalho desenvolvido na Unesc


Em 2019, o programa “Para Mulheres na Ciência” da L’Oréal/Unesco/ABC recebeu mais de 500 inscrições com projetos de todo o Brasil. “Ser vencedora e ainda em Ciências da Vida, área que mais teve projetos inscritos é indescritível. Este é um prêmio que vai para você como pesquisadora e como mulher e para a Instituição. E ele vindo no momento político e econômico que estamos no país, com crise na pesquisa que vivemos, é um atestado de que o trabalho científico desenvolvido no país é excelente e as mulheres têm sim parte nisso”, afirma.

Segundo a professora, o prêmio ainda abre portas e dá visibilidade para o trabalho desenvolvido em uma Universidade Comunitária. “Ele mostra para todo o país que na Unesc é feito pesquisa de qualidade e divulga para a comunidade o trabalho que é realizado com o objetivo de contribuir com a vida e saúde da população”, salienta Josiane. Ela pontua ainda que o reconhecimento estimula também os estudantes da Instituição a atuarem e investirem na carreira acadêmica.

Resultado de investimentos na pesquisa

A reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta, observa que esta é a quinta vez que uma professora do PPGCS (Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde) é laureada pelo programa “Para Mulheres na Ciência”. Segundo ela, a premiação é uma honra para a Universidade e também comprova o importante investimento da Unesc na área da pesquisa e dos profissionais ligados a ela.

“Somos uma referência importante na pesquisa nacional. O trabalho da Josiane tem sido impecável. É uma pesquisadora muito focada nos seus objetivos, com uma pesquisa lindíssima voltada aos estudos e alvos terapêuticos na doença de Alzheimer, dentre outros estudos na área de neurociência. Tê-la em nosso hall de pesquisadoras é um privilégio. Para a Unesc, é motivo de orgulho e muita satisfação”, ressalta.

O diretor de Pesquisa e Pós-Graduação da Unesc, Oscar Montedo, lembra da importância do Programa “Para Mulheres na Ciência” para o incentivo e reconhecimento de jovens profissionais brasileiras que se destacaram nacionalmente na pesquisa científica. “Pela quinta vez, a pesquisa feminina da Instituição é agraciada com este importante reconhecimento, o que nos enche de orgulho e alegria. Isso demonstra a relevância da pesquisa realizada na Unesc e o quão talentosas são nossas mulheres, como a professora Josiane”, afirma.

Segundo o coordenador do PPGCS, Felipe Dal Pizzol, para o programa, ser agraciado cinco vezes com o mais importante reconhecimento às mulheres cientistas brasileiras é uma fonte de orgulho. “Isso nos faz ter a certeza de que estamos no caminho certo. Claramente todas as pesquisadoras fazem o PPGCS crescer e o programa faz com que a carreira científica delas cresça junto, com o auxílio e apoio incondicional da Universidade. É uma marca delas, do PPG e da Unesc para ser disseminada pelo país e pelo mundo”.

Milena Nandi - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing 

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

Por: Milena Spilere Nandi 15 de agosto de 2019 às 17:11
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