Coronavírus

Terceira etapa da pesquisa sobre casos de Covid-19 em Criciúma aponta 2,4% de pessoas infectadas

Terceira etapa da pesquisa sobre casos de Covid-19 em Criciúma aponta 2,4% de pessoas infectadas
Os testes foram aplicados em 500 indivíduos moradores de diferentes regiões do município (Foto: Divulgação) Mais imagens

A terceira etapa da pesquisa realizada para estimar a prevalência do coronavírus no município de Criciúma apontou que, das 500 pessoas testadas, 12 estão infectadas pelo vírus, ou seja, 2,4%. Entre os casos positivados, 50% apresentaram anticorpos IgG e estão recuperados. A coleta iniciou no dia 26 de maio e o resultado foi divulgado em 29 de maio. Os testes foram aplicados de maneira aleatória em homens e mulheres de diferentes faixas etárias, em diversos bairros.

O projeto, avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Unesc, é uma parceria da Universidade e da Prefeitura de Criciúma, para auxiliar na tomada de decisão dos gestores da saúde. A criação do projeto teve a participação ativa da reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta, que com a sua experiência como professora e pesquisadora enxergou a possibilidade de utilizar a expertise da Universidade em prol de um estudo focado nesta questão.

A coleta de sangue para os testes é feita por profissionais da secretaria de Saúde de Criciúma. O material coletado é analisado no Laboratório Municipal e o resultado estudado de forma mais ampla com a equipe da Unesc, coordenada pela epidemiologista, médica e coordenadora do curso de Medicina da Unesc, Maria Inês da Rosa.

A primeira etapa de coleta, realizada entre 20 e 24 de abril, demonstrou que 11 das 500 pessoas testadas apresentaram resultado positivo para o vírus, ou seja, 2,2% de casos confirmados. Já na segunda etapa, com coleta feita entre 5 e 8 de maio, o número de pessoas com resultado positivo para o coronavírus foi de 40 entre as 500 que realizaram o teste, o que significa 8% de casos confirmados.

A partir dos casos estimados em cada etapa, o professor da Unesc que compõem a equipe que analisa os dados da pesquisa, Kristian Madeira, afirma que com base nos resultados da primeira etapa de testes, o número de casos estimados em Criciúma foi de 4.734. Já com os resultados da segunda etapa, as estatísticas apontaram para 17.215 pessoas infectadas pelo vírus no município. Nesta terceira etapa, a estimativa de casos de Covid-19 passou para 5.164 casos. 

Apesar da queda na quantidade de casos positivados, o professor da Unesc chama a atenção para o fato de que ainda é cedo para afirmar que existe uma tendência de redução do número de infectados pelo coronavírus. “ A nossa série histórica é muito pequena (três pesquisas). Temos que continuar monitorando e verificando como a curva se comporta, ainda mais que teremos o retorno do transporte coletivo. Nessas condições reiteramos a todos os indivíduos que usem álcool em gel, máscara e fiquem em suas casas. Quem precisar sair, além dessas medidas, deve respeitar o distanciamento de 1,5 metros das demais pessoas”.

A quarta etapa da coleta de dados tem início previsto para 8 de junho. Mais 500 questionários sócio-demográfico, de comorbidades, de sintomas e de isolamento social e testes aplicados. Até agora, foram aplicados 1,5 mil testes, que detectaram 63 pessoas contaminadas pelo coronavírus, em seis macrorregiões: Centro, Próspera, Pinheirinho, Quarta Linha, Rio Maina e Santa Luzia.

Saiba mais

A coordenadora da equipe da Unesc na pesquisa, a médica, epidemiologista e coordenadora do curso de Medicina da Unesc, Maria Inês da Rosa, explica que foi determinado o número de 500 domicílios que foram sorteados randomicamente para cada inquérito nas seis macrorregiões de Criciúma.

A pesquisadora da Unesc observa que houve um pico na segunda fase dos testes, que diminuiu consideravelmente no terceiro inquérito. “Dia 13 de abril tivemos a reabertura do comércio de rua e dia 21 de abril a abertura de shoppings, academias, igrejas, salões de beleza entre outras atividades não essenciais. Como o teste pode retratar até 14 dias retroativo pois a positividade do teste é maior depois do sétimo dia, e como praticamente 100% das pessoas sintomáticas apresentam positividade para o teste entre a segunda e terceira semana, possivelmente o primeiro inquérito retratou uma parte da abertura do comércio de rua e o segundo a abertura mais ampliada dos setores não essenciais”, comenta.

Maria Inês afirma ainda que os resultados podem ter sido influenciados pela sensibilidade do teste (divisão dos acertos do teste pelo total de positivos) que é de 86,4%. “Para minimizar esse efeito foram refeitos 20% dos testes positivos com testes rápidos de IgG e IgM que tem uma melhor sensibilidade, assim como o mesmo número de testes negativos foram retestados, e todos foram coincidentes com o primeiro resultado. O valor preditivo positivo (VPP) de um teste, que é a probabilidade de um indivíduo avaliado e com resultado positivo ser realmente doente, depende da prevalência da doença, como aqui a prevalência é baixa o VPP igualmente será baixo. Por exemplo, se o mesmo teste for aplicado em Manaus, o VPP será bem maior, pois a prevalência de Covid-19 lá é bem maior do que em Criciúma”, explica.

Milena Nandi – Agência de Comunicação da Unesc

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

02 de junho de 2020 às 12:11
Compartilhar Comente

Deixe um comentário