O Diabetes em Debate no Novembro Azul da UNESC
Profª Drª Luciane Bisognin Ceretta; Profª M.Sc. Indiana Becker; Profº Dr. Carlos André Tonelli. Professores do Grupo de Pesquisas em Diabetes da UNESC.
As doenças crônicas não transmissíveis têm sido um desafio para pesquisadores, gestores e trabalhadores da saúde. Dentre as doenças crônicas de grande impacto sobre a vida de quem as possui está o Diabetes Mellitus, que é uma disfunção no metabolismo da glicose - importante combustível do organismo humano.
Dados da Organização Mundial da Saúde indicam que na América Latina a prevalência do Diabetes aumentará de 35 milhões, em 2000, para 63 milhões, em 2025. Fatores de risco como o aumento do sobrepeso, obesidade e sedentarismo e a mudança de estilo de vida da população observados nos últimos anos estão associados a este incremento global na carga de diabetes.
Estima-se que o Brasil passará da 8ª posição, com prevalência de 4.6% em 2000, para a 6ª posição, com11,3% em 2010. A Organização Mundial de Saúde estima que, após 15 anos de doença, 2% dos indivíduos acometidos estarão cegos, 10% terão deficiência visual grave, 30 a 45% terão algum grau de retinopatia, 10 a 20% de nefropatia, 20 a 35% de neuropatia e 10 a 25% terão desenvolvido doença cardiovascular.
Em Criciúma, a situação se repete. Estimam-se mais de 21.000 diabéticos, considerando-se os dados de estudos anteriores, os quais nos mostram que mais de 50% dos portadores não conhecem o diagnóstico. O custo dos cuidados relacionados ao diabetes é quatro vezes superior aos dispensados a pacientes não diabéticos e está diretamente relacionado à ocorrência de complicações crônicas. A análise epidemiológica, econômica e social do número crescente de pessoas que vivem com a doença mostra a necessidade da implantação de políticas públicas de saúde que minimizem as dificuldades dessas pessoas e de suas famílias e propiciem a manutenção da sua qualidade de vida.
O Diabetes, junto com a Hipertensão, é responsável pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizações no Sistema único de Saúde (SUS) e de amputações de membros inferiores. Representa mais da metade do diagnóstico primário em pessoas com insuficiência renal crônica submetidas à diálise. O custo de um único episódio de internação por diabetes corresponde ao valor gasto na atenção contínua ambulatorial de 10 a 20 diabéticos durante um ano.
Mudar o modelo de atenção à saúde significa inovar na busca de um modelo que considere tanto os problemas agudos quanto os crônicos, com ação equilibrada na promoção da saúde, na prevenção das doenças e nas práticas de cuidado com evidências científicas, integrando os recursos da comunidade e estabelecendo padrões de qualidade.
A UNESC, cumprindo sua missão de contribuir com a melhoria da qualidade de vida da população, desenvolve pesquisas científicas relacionadas ao diabetes e realiza diversas atividades com vistas à promoção da saúde e à sensibilização das pessoas, tanto para a adoção de um estilo de vida saudável quanto para o autocuidado daqueles que já são portadores da disfunção. Em parceria com a Secretaria de Saúde de Criciúma, atende diabéticos em tratamento com insulina, diariamente, no ambulatório de diabetes localizado junto às Clínicas Integradas da Universidade. Os programas de pesquisa e extensão tem se dedicado ao estudo do problema e ao desenvolvimento de estratégias que apoiem o autocuidado das pessoas que possuem a doença.
Fonte: Imprensa regional
18 de novembro de 2013 às 10:08
Newsletter
RSS