Unesc realiza ações em alusão ao Dia do Orgulho Autista
Mesmo sendo cada vez mais conhecido e desmistificado, o TEA (Transtorno de Espectro Autista) e as pessoas com o transtorno nem sempre são acolhidos de forma natural e positiva perante a sociedade. Seja por desconhecimento, preconceito, receio ou quaisquer outros fatores. Por vezes, tais pessoas sofrem para conquistarem a inclusão em ambientes do dia a dia. Diante deste cenário, a Unesc realizou, nesta terça-feira (18/6), ações alusivas à passagem do Dia do Orgulho Autista. Neste dia, a Universidade voltou seu foco à conscientização e destacou as atividades de assistência e cuidado que realiza às pessoas que têm o transtorno.
O Dia do Orgulho Autista foi instituído por movimentos internacionais com o intuito de dar visibilidade às pessoas que vivem e convivem com o autismo. O TEA é um transtorno de desenvolvimento que compromete as habilidades de comunicação e interação social. Ele tem prevalência no sexo masculino, sendo que, para cada quatro casos de autismo, três se referem ao sexo masculino e apenas um para o feminino.
O diagnóstico se baseia, principalmente, na história de vida do paciente, também sendo utilizados anamnese (exame psicológico) e observações dos profissionais capacitados para a avaliação. Os principais sintomas são: dificuldade de estabelecer e compreender as relações sociais; dificuldades na comunicação verbal; dificuldade em brincadeiras de "faz de conta”; respostas sensoriais anormais; crises; e outros sintomas.
CER trabalha no atendimento às pessoas com o transtorno
Na Unesc, o CER (Centro Especializado em Reabilitação) atua na avaliação de crianças e adolescentes que possam apresentar transtornos do espectro autista. Os principais “déficits” atribuídos ao autismo situam-se no âmbito das relações com outros sujeitos e das regras sociais que regem tais relações. O grau de severidade do autismo pode ser mensurado a partir do nível de suporte de que o autista necessita.
De acordo com a psicóloga do CER, Suzamara Vieira, a pessoa com TEA é muito mais do que o simples rótulo, nenhuma classificação diagnóstica é capaz de falar sobre a totalidade daquela pessoa. “O transtorno não determina quem ela é, seu jeito de ver e ser no mundo, e é isso o que os fazem únicos como cada sujeito. E necessário falar sobre o autismo e desmistificar os preconceitos e estereótipos criados” pontua.
Inclusão e Tecnologia Assistiva
A Unesc realiza, desde 2018, o projeto de extensão Tecnologias Assistivas e Móveis, na inclusão social e digital do autista. O projeto tem como objetivo propiciar suporte técnico e pedagógico para o uso de tecnologias assistivas e móveis na inclusão social e digital do autista. A atividade é realizada em parceria com a AMA-REC/SC (Associação de Pais e Amigos dos Autistas da Região Carbonífera de Santa Catarina), de Criciúma.
Confira os dez itens que toda criança autista gostaria que você soubesse, conforme a especialista do assunto, Ellen Notbohm, em uma de suas obras:
1º -Eu sou uma criança, meu autismo é apenas parte do que sou, e não tudo o que sou;
2º- Meus sentidos estão desordenados, isso significa que imagens, sons, cheiros, sabores e toques normais que talvez você nem note podem ser extremamente dolorosos para mim;
3º - Procure distinguir entre “não quero” (escolho não fazer) e “não consigo” (não sou capaz de fazer), não é que eu não ouça as instruções, é que eu não consigo entender você. Quando você me chama do outro lado da sala, o que ouço é: JOAGGGÇÇÇAO, João. Em vez disso, venha até mim, ganhe a minha atenção e fale diretamente comigo usando palavras simples;
4º Eu penso de forma concreta. Eu interpreto a linguagem literalmente. Você me deixa confuso quando diz “Pé na tábua!”, quando o que realmente quer dizer é, “Corra!”. Não me diga que algo é “moleza” quando não há nenhum objeto mole ali quando você quer dizer que “aquilo será uma coisa fácil de fazer";
5º - “Ouça” todas as maneiras pelas quais eu tento me comunicar.Tenho dificuldade de dizer o que preciso, pois não sei como descrever o que estou sentindo. Posso estar com fome, frustrado, assustado ou confuso, mas, por enquanto, essas palavras estão além da minha capacidade de expressão. Fique atento à minha linguagem corporal, isolamento, agitação ou outros sinais de que algo está errado. Eles estão lá.
6º Veja só! Minha orientação é visual, me mostre como fazer algo, em vez de apenas me dizer como. E esteja preparado para me mostrar várias vezes. Repetições me ajudam a aprender;
7º Concentre-se naquilo que eu consigo fazer, e não naquilo que eu não consigo fazer, assim como qualquer outro ser humano eu não consigo aprender num ambiente onde sou constantemente levado a sentir que não sou bom o suficiente e que preciso de “conserto”.
8º - Ajude-me a interagir socialmente, pode parecer que eu não quero brincar com as outras crianças no parquinho, mas a verdade é que simplesmente não sei como iniciar uma conversa ou entrar numa brincadeira. Ensine-me a brincar com as outras crianças. Incentive-as a me convidar para brincar com elas, talvez eu fique muito contente por ser incluído.
9º - Identifique a causa dos meus descontroles, estes descontroles emocionais e explosões são mais terríveis para mim do que para você. Eles ocorrem porque um ou mais dos meus sentidos estão sobrecarregados, ou então porque fui forçado além dos limites das minhas habilidades sociais. Se você conseguir descobrir o que desencadeia minhas crises, poderá evitá-las.
10º - Ame-me incondicionalmente, elimine pensamentos do tipo: “Se ele ao menos…” e “Por que ele não tenta…?”. Provavelmente você não correspondeu a todas as expectativas que seus pais tinham em relação a você e não gostaria de ser lembrado disso a todo momento. Eu não escolhi ter autismo. Lembre-se de que isto está acontecendo comigo e não com você. Sem seu apoio, minhas chances de obter sucesso e ser um adulto independente são ínfimas. Com seu apoio e orientação, as possibilidades são muito maiores do que você possa imaginar.
Vitor Netto - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing
Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing
18 de junho de 2019 às 15:50
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