Pesquisadores da Unesc e UFSC estudam degradação ambiental na Bacia do Rio Urussanga
Os principais impactos ambientais que ameaçam ou já comprometem os serviços ecossistêmicos na Bacia Hidrográfica do Rio Urussanga foram objeto de estudo de campo, sexta-feira (4/11), do Grupo de Pesquisa Gestão de Recursos Hídricos Restauração de Ambientes Alterados, da Unesc, vinculado ao PPGCA (Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais). A atividade foi realizada com a participação de membros do NMD (Núcleo Transdisciplinar de Meio Ambiente e Desenvolvimento), da UFSC, compreendendo uma das etapas de um projeto de parceria interinstitucional.
Durante todo o dia, os pesquisadores percorreram vários pontos na área de estudo, iniciando pela Barra do Torneiro, no município de Balneário Rincão. Neste local, situa-se a foz do Rio Urussanga, para onde se deslocam as várias cargas poluentes provenientes das diversas áreas ao longo de toda extensão do curso d’água e afluentes. A coloração esverdeada da água, no momento da observação do grupo, revelava a alta carga de metais pesados oriundos da mineração de carvão, cujos sedimentos são transportados pelo rio desde a região das nascentes, distante mais de 50 quilômetros, no município de Urussanga. “É um dos principais problemas ambientais da região”, observou o coordenador do grupo de pesquisa da Unesc, Carlyle Torres Bezerra de Menezes.
Mas o problema da bacia não se restringe aos efeitos negativos do carvão – que hoje é considerado o mais grave, pelo comprometimento irreversível dos recursos hídricos. Também a mineração de argila, o desmatamento às margens do rio principal e afluentes com a ocupação pela agricultura, e o lançamento de efluentes industriais e de esgoto doméstico sem qualquer tratamento, ajudam a agravar a situação.
Na sequência, o grupo percorreu outros vários locais, com destaque para o ponto de confluência entre os rios Maior (água de boa qualidade) e Carvão (água contaminada pelos metais pesados da mineração), formando o Urussanga. A realidade socioambiental observada, conforme o coordenador do NMD, professor da UFSC, Paulo Freire Vieira, deve orientar os dois grupos a aprofundarem o estudo para contribuir de forma concreta a trabalho futuro junto às comunidades afetadas, voltado à solução dos problemas com a participação direta e autônoma da população.
A ênfase da pesquisa em questão é o ambiente costeiro, sobretudo nas áreas abrangidas pela APA (Área de Proteção Ambiental) da Baleira Franca. Por esta razão, o ambiente da Barra do Camacho, em Jaguaruna, foi igualmente observado. As outras áreas visitadas da Bacia do Urussanga ajudaram a compreender a origem do problema constatado na Barra do Torneiro, onde ainda persistem em torno de 15 famílias de pescadores tradicionais e que segundo Menezes, têm cada vez mais dificuldade devido a escassez dos peixes.
Fonte: Setor de Comunicação Integrada
07 de novembro de 2016 às 17:30