Coronavírus

Universidade segura: Unesc realiza desinfecção dos ônibus com a tecnologia do ozônio

Universidade segura: Unesc realiza desinfecção dos ônibus com a tecnologia do ozônio
Ação se repete ao longo dos dias e da semana (Fotos: Leonardo Ferreira) Mais imagens

A tecnologia de higienização por ozônio está garantindo a retomada gradual e segura das atividades presenciais na Unesc. Nesta segunda-feira (15/6), a segunda fase de retorno foi iniciada, com a garantia do método mais assertivo de desinfecção contra o coronavírus em uso no mundo. A primeira ação, que se repete ao longo do dia e da semana, é a descontaminação dos ônibus. “A Universidade coloca à disposição o que há de mais avançado no combate à Covid-19, resultado de um importante investimento institucional. Em nosso campus, temos a garantia de um retorno seguro e confiável aos nossos estudantes, professores e colaboradores”, garante a reitora, Luciane Bisognin Ceretta.



O uso do ozônio dentro do processo de higienização do campus é executado pelo Comitê de Biossegurança e inicia mais de 12 horas antes do primeiro turno de aulas. No dia anterior, equipes da Universidade realizam a descontaminação de todos os espaços de convivência e aprendizagem. Ao amanhecer, logo antes do primeiro turno, os ônibus que chegam também passam pelo processo, e em apenas seis minutos são eliminados 99% dos vírus e bactérias presentes no interior.

Tecnologia será parte da rotina na Universidade

Desenvolvidos no Iparque (Parque Científico e Tecnológico), parte do primeiro projeto de higienização por ozônio para o combate da pandemia Covid-19 do Sul do Brasil, os dispersores serão presença constante no campus da Unesc, agora e no pós-pandemia. Para garantir a assertividade desta ação, os colaboradores foram capacitados para uso do equipamento. 

A tecnologia presente no projeto é estudada na Universidade desde 2013. Sua capacidade de desinfecção entrega uma resposta 100 vezes mais potente do que o cloro e age 3.120 vezes mais rápido. Dentro do dispersor, a transformação é iniciada quando o ar passa por uma peneira molecular, que separa o nitrogênio presente. O oxigênio em forma concentrada é levado ao gerador de ozônio. O resultado é a abertura de um arco elétrico, que transforma o O2 em O3, ou seja, o ar em ozônio. Uma vez gerado, ele é espalhado em todo o ambiente e alcança espaços onde a mão humana e ferramentas convencionais não podem alcançar.



Retorno seguro e planejado

As atividades presenciais no campus da Unesc estão sendo retomadas de forma gradual desde o dia 8 de junho. A decisão foi tomada mediante liberação por meio de decreto Estadual e, principalmente, acompanhamento minucioso da situação por profissionais de saúde e epidemiologia. O retorno neste momento será apenas de acadêmicos das fases finais dos cursos de graduação que não integrem o grupo de risco e que desejem retornar. A retomada será exclusivamente para atividades de ordem prática e estágios obrigatórios. Saiba mais clicando aqui.

Leonardo Ferreira - Agência de Comunicação da Unesc 

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

15 de junho de 2020 às 12:21
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Brasil pode estar próximo do pico da pandemia de Covid-19

Brasil pode estar próximo do pico da pandemia de Covid-19
País entrou na 29ª semana epidemiológica, momento em que a doença atingiu o ápice em outros países (Foto: Lucas Ninno/Divulgação) Mais imagens

Após mais de 80 dias desde o início da quarentena e das orientações de cuidados individuais e coletivos para evitar a contaminação e a disseminação do coronavírus, há um retorno gradativo às atividades. Os especialistas ainda não sabem com 100% de assertividade qual o comportamento do vírus nos próximos meses, mas as análises de cenário têm permitido algumas projeções, como por exemplo, o pico da pandemia no Brasil para as próximas semanas.

O professor doutor e pesquisador da Unesc, médico intensivista, pneumologista e membro da equipe responsável pela elaboração das Diretrizes para Diagnóstico e Tratamento da Covid-19, divulgadas pelo Ministério da Saúde, Felipe Dal Pizzol, comenta que a pandemia do coronavírus é a maior da última década e que está desafiando a humanidade. “Muito rapidamente ela se espalhou pelo mundo causando milhares de mortes. Como as outras pandemias virais, com exceção do HIV, não há um tratamento efetivo até que se desenvolva a vacina. Há algumas perspectivas, mas na prática ainda não se dispõe de nada”, afirma o pesquisador.

Ainda a respeito da Covid-19, Dal Pizzol pontuou alguns itens como pico da pandemia, tratamentos em estudo, o aprendizado do Brasil com os outros países, a situação diferenciada de Santa Catarina e a necessidade de observar as orientações de segurança individual e coletiva:

Pico da pandemia

O pico epidêmico é o ponto mais alto na curva de infecção – a partir dele o número de novos casos tende a se estabilizar ou diminuir. O professor da Unesc afirma que, analisando o comportamento da pandemia em outros países, percebe-se que o pico se deu em torno da 28ª a 30ª semana epidemiológica e o Brasil entrou esta semana em sua 29ª.

Dal Pizzol afirma que é difícil fazer uma projeção do pico do coronavírus, mas que ao se analisar o número no Brasil e o histórico de outros países, a persistência do não aumento de casos, sugere que tenhamos chegado muito próximo ao pico. Segundo o professor da Unesc, entre a 28ª a 30ª semana em outros países foi quando a doença começou a entrar no pico e depois, os números começaram a decrescer. “A impressão que se tem olhando o Brasil e o que aconteceu em outros países é que a tendência é a de que a gente atinja o pico nas próximas semanas e esse platô se estenda por três ou quatro semanas, e a partir daí comece a reduzir o número de casos”.

O Sul do Estado seria, neste contexto, uma exceção, devido aos baixos números de casos e de contágio no comparativo com outras regiões. O comportamento nos próximos meses ainda é incerto, mas segundo o professor da Unesc, há tanto a possibilidade de se ter casos espalhados por um período maior de tempo quanto a possibilidade de as baixas temperaturas contribuírem com um aumento do número de casos, levando o pico para o inverno. “A minha aposta é em um cenário mais indolente, de casos vindo mais progressivamente, sem sobrecarregar o sistema de saúde. Estamos observando medidas para conter o vírus e temos uma condição diferente do resto do país, mas é preciso fazer uma análise de cenário a cada semana. Trabalhamos com projeções, mas é a análise do que demonstra se a projeção estava certa ou errada”. 

Tratamentos em estudo

Por hora, dentre os estudos mais próximos de se tornarem realidade para o tratamento da população está uma vacina para o coronavírus, que está em desenvolvimento. Segundo Dal Pizzol, como não há comprovação se o vírus irá continuar a circular no mundo, à exemplo do Influenza, a vacina terá um impacto importante.

O professor cita também tratamentos que estão sendo desenvolvidos e testados e que há uma boa perspectiva de que pelo menos algum deles possa ter efetividade para o tratamento da Covid-19. Um deles é o antiviral remdesivir, medicamente ainda não existente no Brasil, mas que tem um estudo positivo demonstrando que consegue reduzir a gravidade da doença. O remdesivir preveniu doenças pulmonares em macacos infectados com o coronavírus, segundo um estudo publicado na revista médica Nature nesta terça-feira (9/6). Os testes do medicamento em humanos estão em andamento.

Existem ainda estudos que sugerem que o plasma convalescente (PC) coletado de pessoas que se recuperaram da Covid-19 possa ser benéfico para um grupo de pacientes, assim como alguns corticoides. “Estamos ainda muito aquém de ter uma evidência robusta de que esses tratamentos devam ser empregados para todos os doentes. Ainda temos uma caminhada e nas próximas semanas mais estudos virão para que tenhamos um tratamento que seja de rotina, que possa ser aplicado pelo menos para a maioria dos pacientes. Atualmente a gente consegue mais usar medicamentos em casos individualizados que tratar a população como um todo”.

Aprendizado com outros países

“Se existe benefício de estarmos no Brasil é que a gente aprendeu muito com outros países e todo o conhecimento gerado na China, Europa e Estados Unidos vai refletir no cuidado dos nossos pacientes agora. Os tratamentos que eles não puderam utilizar na época de pior número de casos, talvez possamos começar a aplicar na nossa realidade, tendo em vista que os casos no Brasil ainda são bastante expressivos”, afirma Dal Pizzol. 

No cenário de pandemia, Santa Catarina se destaca por números menores de casos

Comparando Santa Catarina a outros estados, a realidade da pandemia está mais “amena”, com taxa de casos e morte por milhões de habitantes menor comparativamente. “Tudo que se fez até agora como o distanciamento social e o fechamento de serviços não essenciais de maneira precoce e aderência da população aos cuidados teve impacto positivo e o nosso sistema de saúde não chegou a ficar sobrecarregado de maneira geral, só em alguns momentos”, comenta.

No entanto, o professor da Unesc chama a atenção de que é inevitável a continuidade do número de casos e de mortes com o afrouxamento do isolamento social e por isso, a necessidade de que o retorno às atividades seja feito gradualmente e da maneira mais segura possível. “Se for pensar em São Paulo, por exemplo, onde existem em torno de 2 mil pessoas na terapia intensiva e que vão demorar pelo menos um a dois meses para ter alta, mesmo com uma redução do número de casos novos, muitas pessoas vão morrer porque a doença costuma ter um quadro arrastado. As mortes e os casos após o pico da pandemia vão persistir, mesmo em número menor, e vamos ainda ter que conviver com isso nos próximos meses”.  

Não afrouxar nas medidas de proteção individual e coletiva

“Por melhor que a condição seja, talvez ela seja única e exclusivamente por conta das medidas de proteção. Sair o mínimo de casa, se sair usar máscara, manter 1,5 metros das pessoas e lavar as mãos com água e sabão ou higienizar com álcool 70 é o básico e isso vai valer até termos certeza de que o vírus não esteja circulando. A realidade é que é possível que tenhamos uma segunda onda de infecção mais fraca. E é difícil de prever se vamos voltar ao normal ou se a partir de hoje teremos esse novo normal”, afirma o professor da Unesc.

Milena Nandi – Agência de Comunicação da Unesc

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

09 de junho de 2020 às 17:36
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Criatividade na busca de soluções em tempos de pandemia

Criatividade na busca de soluções em tempos de pandemia
Adaptador para abrir maçanetas e apertar botões foi um dos produtos desenvolvidos (Foto: Divulgação) Mais imagens

Os acadêmicos do curso de Design – ênfase em Projeto de Produtos da Unesc, foram desafiados a usar a criatividade para buscar soluções que colaborem com a resolução de problemas reais causados pela Covid-19. O desafio “O Design na pandemia”, propôs que os alunos pensassem e criassem soluções nos níveis formal, funcional, técnico, estético e operativo, no que se refere às mudanças de hábitos e a não contaminação entre as pessoas.

O desafio foi idealizado pelo Colegiado do curso de Design e contou com o apoio da Pró-Reitoria Acadêmica e da empresa Ostec – Segurança digital de resultados. As criações foram avaliadas por um júri constituído por quatro professores da Universidade e um representante da Ostec.

Segundo o coordenador do curso, João Luis Rieth, a proposta foi oportunizar aos acadêmicos colocarem em prática os conhecimentos adquiridos no curso, além de incentivar a pesquisa e o encontro de soluções úteis para a realidade das pessoas, especialmente no momento atual.

Parcerias com outros cursos

Rieth conta que um dos requisitos do desafio foi que as equipes tivessem, além de aluno de Design, estudantes de outros cursos da Unesc, com o objetivo de proporcionar um trabalho multidisciplinar e com diferentes visões.

E foi por ângulos diferentes que a aluna da sétima fase de Design Tamires Barbosa da Silva e acadêmicas do curso de Fisioterapia avaliaram a realidade atual de pandemia, buscaram inspirações, pensaram e desenvolveram três produtos. Pelo trabalho realizado, Tamires e as estudantes de Fisioterapia Suelen Barbosa da Silva Verginio, Pietra de Souza Trombim e Taís Sparremberger Justo receberão Menção Honrosa do curso de Design, da Pró-Reitoria Acadêmica e da Ostec em data a ser confirmada.

A acadêmica de Design lembra que neste momento, muitas pessoas estão perdendo os seus entes queridos e que mudanças de hábitos são necessárias. “Sabemos na pele o quanto mudar hábitos é difícil, mas o nosso pensamento ao desenvolver os produtos foi o de facilitar e trazer mais conforto para as pessoas. Conseguindo contribuir com alguma porcentagem já estaremos muito satisfeitas. Quem sabe isso incentive outras pessoas a contribuírem também”, afirma Tamires.

Conheça os projetos

Desenvolvidos por Tamires e Suelen

Free Touch – um adaptador para abrir maçanetas e apertar botões sem que a pessoa tenha contato com as superfícies que possam estar infectadas. Ele também funciona como chaveiro. Produção por meio de impressora 3D.

Adaptador para máscara – tem o objetivo de amenizar os problemas causados por máscaras que ficam pequenas ou grandes e trazer um conforto maior ao usuário. O adaptador consiste em duas peças que podem ser produzidas na impressora 3D e é colocado na parte de trás da cabeça, com as alças da máscara apoiadas sobre ele, podendo ser regulado em tamanhos variados dentro de 12 a 20,5 cm.

Desenvolvido por Tamires, Suelen, Pietra e Taís

Safe Box – caixa hospitalar anti-gotículas e anti-aerossóis com o objetivo de minimizar as possibilidade de transmissão do coronavírus durante procedimentos médicos como a traqueostomia. A caixa protege o profissional ao longo do atendimento ao paciente. A caixa é transparente com a possibilidade de isolar por completo. Possui os quatro lados fechados ou apenas três, dependendo da necessidade, com duas portas laterais para auxiliadores, que também podem estar fechadas ou abertas. Feita em acrílico.

Milena Nandi – Agência de Comunicação da Unesc

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

09 de junho de 2020 às 11:08
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Observatório de Desenvolvimento Socioeconômico e Inovação da Unesc trabalha na análise de cenários

Observatório de Desenvolvimento Socioeconômico e Inovação da Unesc trabalha na análise de cenários
Dados elencados pelo grupo mostram saldo na geração de empregos de janeiro a abril no país e na região (Foto: Arquivo Unesc) Mais imagens

Instalado no início de 2020 e em atuação desde então, o Observatório de Desenvolvimento Socioeconômico e Inovação da Unesc desempenha importante papel já no início de suas atividades. Isso porque o grupo de profissionais envolvidos no projeto trabalha com a análise e coleta de dados primordiais para a correta avaliação do cenário socioeconômico diante da pandemia e as possibilidades para o período posterior à Covid-19.

Entre os dados nos quais o grupo está debruçado estão os números voltados à geração de empregos em 2020. Conforme um dos coordenadores do Observatório, professor Thiago Rocha Fabris, os dados do período analisado de janeiro a abril mostram que todos os setores, com exceção da agropecuária, tiveram mais desligamentos do que admissões. “Temos observado saldos negativos, portanto, nos setores de comércio, construção, indústria geral e serviços. Os números apontam que esses setores realizaram mais desligamentos que contratações, o salgo negativo varia de 21,8 mil a mais de 342 mil empregos”, explica.

Tais números demonstram, conforme Thiago, o panorama da economia brasileira como um todo nesse período. “No país, o saldo negativo é de pouco mais de 763 mil vagas, sendo o Sudeste a região com maiores índices. Em termos percentuais de perda de emprego, utilizando o estoque total de emprego como base de cálculo, o Brasil fechou 1,97% das vagas formais”, completa.

Amesc e Amrec

No Sul de Santa Catarina os números também mostram saldos bastante negativos. Conforme os dados levantados pelo observatório, na região da Amesc (Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense) o mês de abril apresentou um saldo negativo entre desligamentos e contratações de 1.052 vagas. Antes de a pandemia atingir em cheio a sociedade e a economia, no entanto, os dados eram melhores. Em março o saldo negativo era de 25 empregos, e em janeiro e fevereiro os vinham positivos, com 412 e 512 vagas abertas no balanço total.

Na Amrec (Associação dos Municípios da Região Carbonífera) o balanço negativo não é diferente, porém traz dados ainda mais significativos. Enquanto em janeiro, fevereiro e março a média entre carteiras assinadas e demissões era de 1.452, 1467 e 277, respectivamente, em abril o declínio foi expressivo e atingiu o saldo negativo de 3.441 vagas.

Mais uma linha de atuação

Apesar de levantarem dados negativos, as análises de tais cenários se fazem importantes para a definição de estratégias embasadas para a recuperação da economia de forma geral. A instalação e o trabalho do Observatório de Desenvolvimento Socioeconômico e Inovação da Unesc, conforme a reitora da Universidade, fortalecem ainda mais o papel comunitário da Instituição. “Esse será mais um braço, dentre tantos outros já ativos, na nossa luta pela comunidade. O grupo tem a expertise da ciência para ajudar na prática. Se esse trabalho já era importante, daqui para frente será ainda mais, algo fundamental”, salienta.

O Observatório será lançado de forma oficial nesta quarta-feira (10/6) no segundo webinar da campanha “O Sul do Estado Pós-pandemia – Prontos para recomeçar hoje”.

Mayara Cardoso - Agência de Comunicação da Unesc

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

08 de junho de 2020 às 15:27
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Terceira etapa da pesquisa sobre casos de Covid-19 em Criciúma aponta 2,4% de pessoas infectadas

Terceira etapa da pesquisa sobre casos de Covid-19 em Criciúma aponta 2,4% de pessoas infectadas
Os testes foram aplicados em 500 indivíduos moradores de diferentes regiões do município (Foto: Divulgação) Mais imagens

A terceira etapa da pesquisa realizada para estimar a prevalência do coronavírus no município de Criciúma apontou que, das 500 pessoas testadas, 12 estão infectadas pelo vírus, ou seja, 2,4%. Entre os casos positivados, 50% apresentaram anticorpos IgG e estão recuperados. A coleta iniciou no dia 26 de maio e o resultado foi divulgado em 29 de maio. Os testes foram aplicados de maneira aleatória em homens e mulheres de diferentes faixas etárias, em diversos bairros.

O projeto, avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Unesc, é uma parceria da Universidade e da Prefeitura de Criciúma, para auxiliar na tomada de decisão dos gestores da saúde. A criação do projeto teve a participação ativa da reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta, que com a sua experiência como professora e pesquisadora enxergou a possibilidade de utilizar a expertise da Universidade em prol de um estudo focado nesta questão.

A coleta de sangue para os testes é feita por profissionais da secretaria de Saúde de Criciúma. O material coletado é analisado no Laboratório Municipal e o resultado estudado de forma mais ampla com a equipe da Unesc, coordenada pela epidemiologista, médica e coordenadora do curso de Medicina da Unesc, Maria Inês da Rosa.

A primeira etapa de coleta, realizada entre 20 e 24 de abril, demonstrou que 11 das 500 pessoas testadas apresentaram resultado positivo para o vírus, ou seja, 2,2% de casos confirmados. Já na segunda etapa, com coleta feita entre 5 e 8 de maio, o número de pessoas com resultado positivo para o coronavírus foi de 40 entre as 500 que realizaram o teste, o que significa 8% de casos confirmados.

A partir dos casos estimados em cada etapa, o professor da Unesc que compõem a equipe que analisa os dados da pesquisa, Kristian Madeira, afirma que com base nos resultados da primeira etapa de testes, o número de casos estimados em Criciúma foi de 4.734. Já com os resultados da segunda etapa, as estatísticas apontaram para 17.215 pessoas infectadas pelo vírus no município. Nesta terceira etapa, a estimativa de casos de Covid-19 passou para 5.164 casos. 

Apesar da queda na quantidade de casos positivados, o professor da Unesc chama a atenção para o fato de que ainda é cedo para afirmar que existe uma tendência de redução do número de infectados pelo coronavírus. “ A nossa série histórica é muito pequena (três pesquisas). Temos que continuar monitorando e verificando como a curva se comporta, ainda mais que teremos o retorno do transporte coletivo. Nessas condições reiteramos a todos os indivíduos que usem álcool em gel, máscara e fiquem em suas casas. Quem precisar sair, além dessas medidas, deve respeitar o distanciamento de 1,5 metros das demais pessoas”.

A quarta etapa da coleta de dados tem início previsto para 8 de junho. Mais 500 questionários sócio-demográfico, de comorbidades, de sintomas e de isolamento social e testes aplicados. Até agora, foram aplicados 1,5 mil testes, que detectaram 63 pessoas contaminadas pelo coronavírus, em seis macrorregiões: Centro, Próspera, Pinheirinho, Quarta Linha, Rio Maina e Santa Luzia.

Saiba mais

A coordenadora da equipe da Unesc na pesquisa, a médica, epidemiologista e coordenadora do curso de Medicina da Unesc, Maria Inês da Rosa, explica que foi determinado o número de 500 domicílios que foram sorteados randomicamente para cada inquérito nas seis macrorregiões de Criciúma.

A pesquisadora da Unesc observa que houve um pico na segunda fase dos testes, que diminuiu consideravelmente no terceiro inquérito. “Dia 13 de abril tivemos a reabertura do comércio de rua e dia 21 de abril a abertura de shoppings, academias, igrejas, salões de beleza entre outras atividades não essenciais. Como o teste pode retratar até 14 dias retroativo pois a positividade do teste é maior depois do sétimo dia, e como praticamente 100% das pessoas sintomáticas apresentam positividade para o teste entre a segunda e terceira semana, possivelmente o primeiro inquérito retratou uma parte da abertura do comércio de rua e o segundo a abertura mais ampliada dos setores não essenciais”, comenta.

Maria Inês afirma ainda que os resultados podem ter sido influenciados pela sensibilidade do teste (divisão dos acertos do teste pelo total de positivos) que é de 86,4%. “Para minimizar esse efeito foram refeitos 20% dos testes positivos com testes rápidos de IgG e IgM que tem uma melhor sensibilidade, assim como o mesmo número de testes negativos foram retestados, e todos foram coincidentes com o primeiro resultado. O valor preditivo positivo (VPP) de um teste, que é a probabilidade de um indivíduo avaliado e com resultado positivo ser realmente doente, depende da prevalência da doença, como aqui a prevalência é baixa o VPP igualmente será baixo. Por exemplo, se o mesmo teste for aplicado em Manaus, o VPP será bem maior, pois a prevalência de Covid-19 lá é bem maior do que em Criciúma”, explica.

Milena Nandi – Agência de Comunicação da Unesc

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

02 de junho de 2020 às 12:11
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