PPGCS - Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde

Pesquisa liderada pela Unesc sobre sequelas da Covid-19 recebe recursos da BRF

Pesquisa liderada pela Unesc sobre sequelas da Covid-19 recebe recursos da BRF
Estudo avalia possíveis danos ao organismo causado pelo o vírus Sars-CoV-2 (Foto: Arquivo Unesc) Mais imagens

O estudo multicêntrico sobre os danos que a Covid-19 pode causar no organismo de pessoas que desenvolveram a doença, liderado pelo professor doutor da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), Felipe Dal Pizzol, conta com recursos da multinacional do ramo alimentício BRF. O apoio financeiro é de cerca de R$ 280 mil e foi formalizado à Universidade e ao líder da pesquisa no fim de 2020.

 No ofício encaminhado, representantes da BRFHub (braço de inovação aberta da BRF que procura conectar a empresa com novos estudos e tecnologias) afirmam que as parcerias formalizadas pela empresa têm, como principal objetivo, fortalecer ações humanitárias e de desenvolvimento social e local. “Acreditamos no poder da ciência nacional e trazemos pesquisadores e startups para nossos programas. Temos buscado ativamente alternativas inovadoras para combater a Covid-19 e, ao analisar mais de 40 iniciativas de combate à pandemia, identificamos que o estudo que tem sido coordenado pela Universidade do Extremo Sul Catarinense poderá contribuir e beneficiar a sociedade de maneira geral”, reforça a Companhia. 

 Dal Pizzol explica que o projeto visa monitorar um grupo de 300 pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com Covid-19 tanto durante a internação hospitalar até 1 ano após, para avaliar a mortalidade e as consequências da doença, como incapacidade pulmonar, neurocognitiva e conexões do sistema nervoso central. O professor da Unesc afirma ainda que os pesquisadores irão calcular também os dias de vida de cada paciente que foram perdidos por conta do novo coronavírus.

 “Com o apoio financeiro da BRF, o projeto “Estudo prospectivo e multicêntrico dos fatores preditivos de mortalidade hospitalar e carga de doença da Síndrome Respiratória Aguda Grave”, que havia sido contemplado em 2020 pelo edital do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), ganhou um valioso recurso extra para fazer algumas análises nos sobreviventes da Covid-19 que não estavam inicialmente previstas no escopo”, afirma Dal Pizzol.

O projeto é liderado pelo professor doutor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Unesc (PPGCS), Felipe Dal Pizzol, e tem a participação de pesquisadores e profissionais de diversas instituições: Hospital São José e da Unimed, de Criciúma; Hospital Nereu Ramos e Hospital Universitário (HU), de Florianópolis; Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Hospital das Clínicas, de Porto Alegre; Universidade da Região de Joinville (Univille); Hospital Regional de Joinville e Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (Uniarp), de Caçador.

Milena Nandi – Agência de Comunicação da Unesc

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

28 de janeiro de 2021 às 16:13
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Pesquisa para avaliação dos transtornos psiquiátricos relacionados à Covid-19 entra na fase final de aplicação de questionários e coletas de materiais

Pesquisa para avaliação dos transtornos psiquiátricos relacionados à Covid-19 entra na fase final de aplicação de questionários e coletas de materiais
Voluntária de número 200 participou, na última semana, da coleta de sangue para análise (Fotos: Milena Nandi) Mais imagens

A pesquisa da Unesc que vai avaliar a saúde mental da população durante a pandemia, entra esta semana em sua fase final de aplicação de questionários e coletas de sangue em voluntários de Criciúma. Na última semana, o estudo chegou ao número de 200 participantes, e até o fim de dezembro de 2020, a estimativa é que mais 60 voluntários, entre pessoas que contraíram o Sars-CoV-2 nas últimas seis semanas, e que não tiveram contato com o vírus, sejam visitadas pela equipe de pesquisadores ou venham até a Universidade.

Com a finalização da primeira etapa do estudo em Criciúma, os pesquisadores da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), parceira da Unesc neste projeto, irão iniciar os trabalhos com moradores de Chapecó. A estimativa é que o estudo tenha a participação de 150 pessoas que tiveram coronavírus e 300 casos controle, ou seja, que não foram infectadas pelo vírus.

A coordenadora geral do projeto de pesquisa e professora doutora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) da Unesc, Gislaine Zilli Réus, afirma que os trabalhos, iniciados oficialmente em 14 de setembro, estão sendo realizados dentro do cronograma estabelecido e contando com o apoio da população. “A receptividade está ótima e temos inclusive lista de espera de participantes. Todos os voluntários que aceitam participar da pesquisa são muito especiais para nós e tem sido muito solícitos. Só temos a agradecer à população de Criciúma por este apoio”, afirma.

A pesquisa

O estudo “Investigação de marcadores neuroinflamatórios e de dano neuronal e suas relações com transtornos neuropsiquiátricos em sujeitos positivos para Covid-19” foi um dos projetos de pesquisa da Unesc para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus e suas consequências contemplados pelo edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e ao Ministério da Saúde. Em Santa Catarina, a Unesc é a única Universidade Comunitária com projetos de pesquisa aprovados (dois no total). O estudo conta com a parceria da Secretaria de Saúde de Criciúma.

Enquadrado na linha de pesquisa carga da doença, o estudo tem a contribuição da professora doutora, pesquisadora e reitora da Universidade, Luciane Bisognin Ceretta. Na UFFS, a equipe será liderada pela professora doutora Zuleide Maria Ignácio.  

Gislaine explica que o estudo aplica escalas para avaliação da presença de estresse, depressão, ansiedade e transtornos do sono. Além disso, é investigado perifericamente marcadores de dano neuronal, bem como de inflamação, dano mitocondrial e microbiota intestinal, os quais também se relacionam com inflamação. Esses marcadores serão correlacionados com a ocorrência de transtornos psiquiátricos.

Os participantes da pesquisa terão contato com dois profissionais ligados à Unesc: psicólogo do Programa de Residência Multiprofissional ou psiquiatra do Laboratório de Psiquiatria Translacional, para realizar as entrevistas e aplicar as escalas; e outro da área de Biomedicina ou Enfermagem para coletar o sangue, que servirá para análise da correlação do vírus com os transtornos mentais.

Também haverá coleta de fezes para a avaliar a microbiota intestinal e correlacionar os resultados com os transtornos psiquiátricos. “A ideia é usar várias escalas para avaliar pontos como depressão e ansiedade. A nossa hipótese é que o cenário da pandemia vai alterar de alguma maneira o cérebro, possivelmente a memória, o sono, o grau de ansiedade e estresse e até gerar depressão, não apenas em quem teve a doença”, afirma Gislaine.

Voluntária de número 200

A psicóloga e estudante da sétima fase de Medicina da Unesc, Maiara De Bom Minatto, veio até a Unesc na última semana para retirar sangue e receber as orientações para a participação na pesquisa. Ela teve um breve contato com pessoas infectadas pela Covid-19, mas não apresentou sintomas da doença e afirma querer colaborar com a pesquisa por entender a importância de seu foco, que é a saúde mental. “É fundamental a Universidade estar ativa pesquisando não só sobre os efeitos da Covid-19, mas especialmente na saúde mental das pessoas. Nas Unidades Básicas de Saúde estamos percebendo pacientes com sintomas depressivos por causa da pandemia e tentar contribuir de alguma forma com a ciência é bem relevante, para tentar encontrar estratégias para o enfrentamento da pandemia”.

Ações no combate à pandemia 

A reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta, que também integra a equipe do projeto, afirma que o estudo é mais uma importante ação da Universidade que utiliza a ciência em favor da vida. Ela salienta o protagonismo da Instituição no enfrentamento à Covid-19, incluindo ações como pesquisas desenvolvidas por professores e estudantes de graduação, mestrado e doutorado.

“Os resultados desta pesquisa serão valiosos para apoiar decisões nas políticas públicas e estabelecer novos alvos terapêuticos. Como reitora, estou orgulhosa de nossa Universidade, mas enquanto pesquisadora tenho plena certeza de que nosso grupo está produzindo ciência de excelência e contribuindo com a manutenção da vida”, salienta.

Ampliando o conhecimento

A acadêmica da quarta fase do curso de Biomedicina da Unesc, Natália Maciel de Andrade faz parte do grupo da pesquisa é uma das pessoas responsáveis pela coleta de sangue dos voluntários. Ela entrou no Laboratório de Psiquiatria Translacional no segundo semestre de 2019, onde participa do grupo que estuda depressão e na pesquisa sobre os impactos da saúde mental na pandemia, está fazendo parte da parte pré-clínica e clínica.

“Sou apaixonada pelo que faço e está sendo muito importante para mim poder contribuir com um estudo como este, em um período de pandemia. A pesquisa é de extrema relevância para saber o que a Covid-19 causa no cérebro dos nossos pacientes. Ela também vai dar oportunidade para a realização de diversos outros estudos igualmente importantes para a comunidade acadêmica e para nossa sociedade”.

Participação internacional

Além da Unesc e da UFFS, a pesquisa tem a participação de instituições de outros países. A avaliação dos marcadores biológicos é realizada com a parceria da MCGill Univesity, de Montreal, no Canadá e The University of Texas Health Science Center at Houston, nos Estados Unidos. Já a análise dos dados, terá a participação da McMaster University, do Canadá.

Na Unesc, o estudo é desenvolvido no Laboratório de Psiquiatria Translacional por uma equipe multiprofissional, formada por estudantes e profissionais das áreas de Biomedicina, Enfermagem, Biologia, Psiquiatria e Psicologia, todos ligados aos PPGCS e ainda com contribuição dos participantes do Programa de Residência Multiprofissional da Universidade.

A investigação científica foi contemplada pelo CNPq com recursos que incluíram bolsas de apoio técnico, de iniciação científica e de estudos. A pesquisa ainda foi contemplada pelo edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Santa Catarina (Fapesc) com duas bolsas de pós-doutorado.

Milena Nandi – Agência de Comunicação da Unesc

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

24 de novembro de 2020 às 16:15
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Unesc inicia pesquisa em Criciúma para avaliação de transtornos psiquiátricos relacionados à Covid-19

Unesc inicia pesquisa em Criciúma para avaliação de transtornos psiquiátricos relacionados à Covid-19
Etapa inicial do estudo contará com a participação de pessoas da comunidade (Foto: Divulgação) Mais imagens

A pesquisa da Unesc que vai avaliar a saúde mental da população durante a pandemia teve, nesta segunda-feira (14/9), a primeira saída a campo para a coleta de dados. A partir desta semana, diariamente, a equipe de pesquisadores da Universidade estará visitando a casa tanto de pessoas que contraíram o Sars-CoV-2 nas últimas seis semanas, quanto de pessoas que não tiveram contato com o vírus. O objetivo das visitas é a coleta de amostras de sangue para análise e a aplicação de questionários para contribuir com informações para o estudo.

A pesquisa é realizada em parceria com a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), por isso, além de Criciúma, o município de Chapecó também fará parte da pesquisa. O estudo “Investigação de marcadores neuroinflamatórios e de dano neuronal e suas relações com transtornos neuropsiquiátricos em sujeitos positivos para Covid-19” foi um dos projetos de pesquisa da Unesc para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus e suas consequências contemplados pelo edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e ao Ministério da Saúde. Em Santa Catarina, a Unesc é a única Universidade Comunitária com projetos de pesquisa aprovados (dois no total).

Enquadrado na linha de pesquisa carga da doença, o estudo tem como coordenadora geral a professora doutora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) da Unesc, Gislaine Zilli Réus e a contribuição da professora doutora, pesquisadora e reitora da Universidade, Luciane Bisognin Ceretta. Na UFFS, a equipe será liderada pela professora doutora Zuleide Maria Ignácio.

Primeiros resultados em campo

Gislaine afirma que o primeiro dia da pesquisa em campo foi muito positivo para fazer todos os ajustes necessários para as coletas de dados que virão. Em relação à participação da comunidade, a professora comenta que em geral, muitas pessoas estão querendo participar, pois entendem a importância da pesquisa para a ciência e para a sociedade. “As pessoas que aceitam participar da pesquisa têm nos recebido muito bem em suas casas. Eu como pesquisadora e professora, fico imensamente feliz com cada pessoa que participa, cada um é muito importante para nossa pesquisa”, comenta.

Iniciativa tem o apoio popular

A moradora de Criciúma, Sirleia Miranda Pereira, foi a primeira participante da pesquisa. Ela conta que descobriu que estava com o novo coronavírus quando teve febre e foi ao pronto socorro. Após exames, veio o diagnóstico de Covid-19 e junto com ele, a insegurança. “Fiquei com muito medo. Sou paciente renal crônica transplantada e não sabia o que poderia acontecer”, conta. Sobre a pesquisa da Unesc, Sirleia considera importante iniciativas que possam colaborar com a saúde da população, especialmente neste momento de pandemia.

Piloto para avaliação da metodologia foi realizado

Na última quarta-feira (10/9), a equipe de pesquisadores da Unesc realizou um piloto para ajustar os últimos detalhes antes do início das atividades oficiais do projeto. Segundo Gislaine, é uma etapa é importante em todas as pesquisas, pois nela são feitos os processos e procedimentos que seriam realizados na pesquisa oficial. “Esses dados não entram oficialmente para a pesquisa, mas sim subsídio para qualquer ajuste necessário para a pesquisa oficial”, explica.

Nesta etapa de projeto piloto, o casal Marlene Borges Lima e Joventino dos Santos Lima, de Criciúma, contribuíram com o estudo, recebendo a equipe da Unesc em sua casa. Lima faz hemodiálise e o seu médico resolveu fazer o teste de Covid-19. O aposentado estava com o vírus e a esposa pegou também. “Tive dor de garganta e tremor de frio. Fiquei muito fraco e nem conseguia subir esse morrinho até o portão de casa. O nervosismo foi grande. Achei que não ia escapar porque sou do grupo de risco”, conta.

Marlene teve sintomas mais amenos que os do marido, mas a incerteza pelo que aconteceria e a dificuldade de não ver pessoas queridas também fizeram parte de seus dias. “Não pude ver meu filho, minhas irmãs e isso me afetou muito. Fiquei desanimada. Mesmo tendo cuidado, meu marido e eu pegamos e digo para todos que se cuidem ao máximo, porque esta doença precisa ser levada a sério”.

Como a pesquisa é feita

A professora da Unesc, Gislaine Zilli Réus, explica que a pesquisa é um caso-controle em que os casos são pessoas sintomáticas e assintomáticas positivas para Covid-19 e os controles são indivíduos negativos para o novo coronavírus. O estudo aplica escalas para avaliação da presença de estresse, depressão, ansiedade e transtornos do sono. Além disso, é investigado perifericamente marcadores de dano neuronal, bem como de inflamação, dano mitocondrial e microbiota intestinal, os quais também se relacionam com inflamação. Esses marcadores serão correlacionados com a ocorrência de transtornos psiquiátricos.

O estudo será feito com pessoas doentes que foram diagnosticadas nas últimas seis semanas. Já as pessoas que farão parte do controle, serão testadas para o vírus (os testes serão feitos pela própria Universidade). Gislaine explica que os pesquisadores estão ligando para agendar as visitas na casa dos indivíduos diagnosticados como positivos para a Covid-19. Para a parte do controle, a pesquisa aceita voluntários – os interessados devem entrar em contato pelos telefones (48) 3431-2618 ou 99807-2526.

Os participantes da pesquisa receberão a visita de dois profissionais ligados à Unesc: psicólogo do Programa de Residência Multiprofissional ou psiquiatra do Laboratório de Psiquiatria Translacional, para realizar as entrevistas e aplicar as escalas; e outro da área de Biomedicina ou Enfermagem para coletar o sangue, que servirá para análise da correlação do vírus com os transtornos mentais.

Também haverá coleta de fezes para a avaliar a microbiota intestinal e correlacionar os resultados com os transtornos psiquiátricos. “A ideia é usar várias escalas para avaliar pontos como depressão e ansiedade. A nossa hipótese é que o cenário da pandemia vai alterar de alguma maneira o cérebro, possivelmente a memória, o sono, o grau de ansiedade e estresse e até gerar depressão, não apenas em quem teve a doença”, afirma Gislaine. 

Segundo a professora, os resultados da pesquisa poderão trazer o entendimento de como o vírus afeta o sistema nervoso central, além de identificar a presença de transtornos que já são um problema de saúde pública. Além disso, as correlações entre os escores de transtornos e a expressão de marcadores biológicos serão relevantes, tanto para subsídio dos serviços de saúde, quanto para elencar novos estudos que apontem para possíveis tratamentos.

Universidade no protagonismo de ações no combate à pandemia

A professora doutora, pesquisadora e reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta, que também integra a equipe do projeto, afirma que o estudo é mais uma importante ação da Universidade que utiliza a ciência em favor da vida. Luciane lembra que ao longo da pandemia, a Instituição está sendo protagonista no enfrentamento ao vírus, realizando uma série de ações internas e com a comunidade, incluindo pesquisas desenvolvidas por professores e estudantes de graduação, mestrado e doutorado.

“Os resultados desta pesquisa serão de grande importância para apoiar decisões nas políticas públicas, bem como estabelecer novos alvos terapêuticos. Enquanto reitora estou orgulhosa de nossa universidade, mas enquanto pesquisadora estou convicta de que nosso grupo está produzindo ciência de excelência e contribuindo com a manutenção da vida. Isso tem muito valor e nos motiva a enfrentar estes tempos desafiadores buscando respostas às questões que ainda não conhecemos relacionadas aos transtornos neuroquímicos provocados pelo vírus”, salienta. A reitora lembra ainda a importância da parceria da Secretaria de Saúde de Criciúma para a realização desta pesquisa.  

Aprendizado em primeiro lugar

A enfermeira Luana Campos, participa do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva da Unesc e é uma das pesquisadoras do projeto. Para ela, poder compor a equipe é uma grande oportunidade de aprendizado. “Está sendo maravilhoso participar da pesquisa e aprender com profissionais tão incríveis e capacitados. A residência foi uma porta que me oportunizou um mundo de possibilidades de crescimento profissional, uma delas é adentrar ainda mais no mundo da pesquisa, em uma universidade que tem como pilares o ensino, pesquisa e extensão e que comprometidos com a população e comunidade acadêmica, executam tudo com tamanha excelência. A pesquisa será um marco e nos trará respostas a esse momento de tanta complexidade”, afirma Luana.

Participação internacional

Além da Unesc e da UFFS, a pesquisa científica terá a participação de instituições de outros países. A avaliação dos marcadores biológicos terá a parceria da MCGill Univesity, de Montreal, no Canadá e The University of Texas Health Science Center at Houston, nos Estados Unidos. Já a análise dos dados, terá a participação da McMaster University, do Canadá.

Na Unesc, o estudo será desenvolvido no Laboratório de Psiquiatria Translacional da Unesc por uma equipe multiprofissional, formada por estudantes e profissionais das áreas de Biomedicina, Enfermagem, Biologia, Psiquiatria e Psicologia, todos ligados aos PPGCS e ainda com contribuição dos participantes do Programa de Residência Multiprofissional da Universidade.

A investigação científica foi contemplada pelo CNPq com recursos que incluíram bolsas de apoio técnico, de iniciação científica e de estudos. A pesquisa ainda foi contemplada pelo edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Santa Catarina (Fapesc) com duas bolsas de pós-doutorado.

Milena Nandi – Agência de Comunicação da Unesc

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

15 de setembro de 2020 às 17:03
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Unesc participa de pesquisa multicêntrica para avaliar sequelas da Covid-19 em pessoas que contraíram o vírus

Unesc participa de pesquisa multicêntrica para avaliar sequelas da Covid-19 em pessoas que contraíram o vírus
Professor doutor Felipe Dal Pizzol lidera pesquisa envolvendo instituições brasileiras (Foto: Arquivo) Mais imagens

O estudo multicêntrico liderado pela Unesc sobre os danos que o vírus Sars-CoV-2 (novo coronavírus) pode causar no organismo de pessoas que desenvolveram a doença já começou. Nesta etapa, a pesquisa já avalia 100 pacientes nos três centros ativos de recrutamento de pacientes em Santa Catarina: Criciúma, Joinville e Florianópolis. Os pesquisadores irão avaliar os pacientes com Covid-19 da internação até 1 ano após a alta hospitalar e verificar não apenas a taxa de mortalidade da doença, mas as possíveis sequelas no campo neurológico e como ela afetou a qualidade de vida dos pacientes. 

A pesquisa de enfrentamento da pandemia de Covid-19 e suas consequências foi contemplada pelo edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Em Santa Catarina, a Unesc foi a única Universidade Comunitária com projetos de pesquisa aprovados.

O projeto “Estudo prospectivo e multicêntrico dos fatores preditivos de mortalidade hospitalar e carga de doença da Síndrome Respiratória Aguda Grave” é liderado pelo professor doutor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Unesc (PPGCS), Felipe Dal Pizzol. O estudo terá a participação de pesquisadores e profissionais de diversas instituições: Hospital São José e da Unimed, de Criciúma; Hospital Nereu Ramos e Hospital Universitário (HU), de Florianópolis; Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Hospital das Clínicas, de Porto Alegre; Universidade da Região de Joinville (Univille); Hospital Regional de Joiville e Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (Uniarp), de Caçador.

Dal Pizzol explica que a o projeto quer monitorar um grupo de 300 pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com Covid-19 tanto durante a internação hospitalar até 1 ano após, para avaliar a mortalidade e as consequências da doença, como incapacidade pulmonar, neurocognitiva e conexões do sistema nervoso central. “Vamos analisar informações dos pacientes antes de passarem pela UTI durante o período de internação e fazer um sequenciamento completo do RNA de leucócitos, além de proteínas relacionadas com imunidade e coagulação”.

O professor da Unesc conta que os pesquisadores irão calcular também os dias de vida de cada paciente que foram perdidos por conta do vírus. “Além de levantar dados científicos para fins acadêmicos, o projeto irá desenvolver um aplicativo com as informações mais relevantes para o Sistema Único de Saúde (SUS), colaborando assim com o trabalho dos profissionais da saúde pública no enfrentamento da doença”.

A pesquisa ainda irá fazer um comparativo entre pacientes com Sars-CoV-2 e com Síndrome Respiratória Aguda Grave, para verificar semelhanças e diferenças, como o grau de letalidade e sequelas.

Professor integrará grupo de nova pesquisa

O médico, professor doutor e pesquisador da Unesc, Felipe Dal Pizzol está envolvido diretamente no trabalho de análise e pesquisa para o enfrentamento da pandemia desde o seu início. Ele integrou a equipe que elaborou as “Diretrizes para Diagnóstico e Tratamento da Covid-19”, publicada em abril pelo Ministério da Saúde. Engajado na pesquisa do grupo Coalizão Brasil Covid-19, participou do estudo sobre o uso da hidroxicloroquina x azitromicina x placebo no tratamento de casos graves de coronavírus. 

Dal Pizzol se prepara para iniciar uma nova investigação, dentro do grupo de pesquisa Coalizão Brasil Covid-19. Desta vez, novos medicamentos para o combate ao Sars-CoV-2 serão avaliados. Segundo ele, de 10 a 15 protocolos com drogas novas serão adotados nas próximas semanas. As substâncias virão do exterior e a pesquisa já foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

Cenário da pandemia 

Segundo Dal Pizzol, ao analisarmos o cenário da pandemia no Brasil, é preciso levar em consideração as dimensões do país. “Do primeiro caso, na Itália, até chegar aos outros países da Europa, tivemos em torno de cinco meses. Analisando que o Brasil tem dimensões de um continente, estamos dentro da média dos demais países. Nas regiões mais ao norte tivemos os primeiros casos e lá já estamos vendo os casos diminuírem. Aqui no Sul, o ponto crítico da pandemia chegou depois e a julgar pelo comportamento das demais regiões, devemos estar chegando ao platô e começar a estabilizar em setembro, outubro”, comenta. 

Sobre a vacina, Dal Pizzol comenta que há cerca de 150 em teste e o Brasil tem parceria nas pesquisas envolvendo quatro delas. Segundo o professor, os estudos destas quatro vacinas já estão em fase adiantada e que existe a possibilidade de que ao menos duas sejam colocadas em produção. “Os mais otimistas afirmam que em outubro ou novembro já teremos vacina. Um grupo, do qual eu faço parte acredita que teremos isso para o ano que vem. É preciso levar em consideração que teremos 7 bilhões de pessoas para imunizar e toda a questão que envolve a produção, os grandes laboratórios e o estabelecimento de prioridades do recebimento das doses”, afirma.

Neste cenário, o pesquisador salienta a necessidade da população manter os cuidados. Segundo ele, apesar de um afrouxamento do isolamento social e o retorno de atividades, ainda teremos um período relativamente longo de necessidade de uso de máscara e cuidados reforçados de higiene e distanciamento. 

Milena Nandi – Agência de Comunicação da Unesc

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

31 de agosto de 2020 às 15:52
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Unesc inicia em setembro coleta de dados de pesquisa para avaliar danos neuropsiquiátricos relacionados à Covid-19

Unesc inicia em setembro coleta de dados de pesquisa para avaliar danos neuropsiquiátricos relacionados à Covid-19
Etapa inicial do estudo contará com a participação de pessoas da comunidade (Foto: Divulgação) Mais imagens

Quais os efeitos da pandemia da Covid-19 na saúde mental das pessoas? O questionamento, feito por muitos, será respondido por uma pesquisa realizada pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), de Criciúma, em parceria com a UFFS (Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó. O estudo irá ocorrer em Criciúma e Chapecó e vai trabalhar tanto com pessoas que contraíram o Sars-CoV-2 quanto pessoas que não tiveram contato com o vírus. A primeira etapa do projeto tem previsão de início em 3 de setembro, quando pesquisadores da Unesc irão à campo para coletar amostras de sangue e realizar entrevistas.

O estudo “Investigação de marcadores neuroinflamatórios e de dano neuronal e suas relações com transtornos neuropsiquiátricos em sujeitos positivos para Covid-19” foi um dos projetos de pesquisa da Unesc para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus e suas consequências contemplados pelo edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Em Santa Catarina, a Unesc é a única Universidade Comunitária com projetos de pesquisa aprovados (dois no total). Os outros quatro projetos pertencem à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC).

Enquadrado na linha de pesquisa carga da doença, o estudo tem como coordenadora geral a professora doutora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) da Unesc, Gislaine Zilli Réus. Na UFFS, a equipe será liderada pela professora doutora Zuleide Maria Ignácio.

Gislaine conta que a preparação para o início da saída dos pesquisadores a campo tem sido realizada há meses e que os últimos detalhes serão finalizados ao longo dos próximos dias, para que a partir da primeira semana de setembro, as atividades externas à Universidade iniciem.

“Nesse período temos articulado tudo entre as equipes de pesquisa e comprado os equipamentos de segurança. Neste momento, a psiquiatra que integra o grupo está treinando a equipe da Unesc para que possa ir à campo no dia 3 de setembro. A pesquisa vai iniciar por Criciúma, com um piloto de dois dias de coleta para uma avaliação inicial e possíveis ajustes. Em Chapecó ela iniciará um pouco depois. Será realizado um treinamento com os pesquisadores da UFFS e tanto aqui quanto lá, os padrões de investigação científica serão os mesmos. Já sabemos que vamos encontrar muitas respostas com este projeto e o que queremos é que ele seja o mais completo possível”, comenta.

Para a reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta, que também integra a equipe de pesquisadores do projeto, o estudo é mais um importante investimento da equipe a Unesc para utilizar a ciência em favor da vida. “Os seus resultados serão de grande importância para apoiar decisões nas políticas públicas, bem como estabelecer novos alvos terapêuticos. Enquanto reitora estou orgulhosa de nossa universidade, mas enquanto pesquisadora estou convicta de que nosso grupo está produzindo ciência de excelência e contribuindo com a manutenção da vida. Isso tem muito valor e nos motiva a enfrentar estes tempos desafiadoras buscando respostas às questões que ainda não conhecemos relacionadas aos transtornos neuroquímicos provocados pelo vírus. Neste estudo teremos parceiros valiosos e agradecemos muito também a sensibilidade da Secretaria de Saúde de Criciúma, que se colocou como importante parceira neste estudo.

Como a pesquisa será feita

A professora da Unesc explica que a pesquisa será um caso-controle em que os casos serão pessoas sintomáticas e assintomáticas positivas para Covid-19 e os controles serão indivíduos negativos para o coronavírus. Para isso, serão aplicadas escalas para avaliação da presença de estresse, depressão, ansiedade e transtornos do sono. Além disso, será investigado perifericamente marcadores de dano neuronal, bem como de inflamação, dano mitocondrial e microbiota intestinal, os quais também se relacionam com inflamação. Será correlacionado esses marcadores com a ocorrência dos transtornos psiquiátricos.

O estudo será feito com pessoas doentes que foram diagnosticadas nas últimas seis semanas. Já as pessoas que farão parte do controle, serão testadas para o vírus (os testes serão feitos pela própria Universidade). Gislaine explica que os pesquisadores irão ligar e agendar as visitas na casa dos indivíduos diagnosticados como positivo para a Covid-19. Para a parte do controle, a pesquisa aceita voluntários – os interessados devem entrar em contato pelos telefones (48) 3431-2618 ou 99807-2526.

Os participantes da pesquisa receberão a visita de dois profissionais ligados à Unesc: psicólogo do Programa de Residência Multiprofissional ou psiquiatra do Laboratório de Psiquiatria Translacional, para realizar as entrevistas e aplicar as escalas e outro da área de Biomedicina ou Enfermagem para coletar o sangue, que servirá para análise da correlação do vírus com os transtornos mentais. Também haverá coleta de fezes para a avaliar a microbiota intestinal e correlacionar os resultados com os transtornos psiquiátricos. “A ideia é usar várias escalas para avaliar pontos como depressão e ansiedade. A nossa hipótese é que o cenário da pandemia vai alterar de alguma maneira o cérebro, possivelmente a memória, o sono, o grau de ansiedade e estresse e até gerar depressão, não apenas em quem teve a doença”, afirma Gislaine.  

Segundo a professora, os resultados da pesquisa poderão trazer o entendimento de como o vírus afeta o sistema nervoso central, além de identificar a presença de transtornos que já são um problema de saúde pública. Além disso, as correlações entre os escores de transtornos e a expressão de marcadores biológicos serão relevantes, tanto para subsídio dos serviços de saúde, quanto para elencar novos estudos que apontem para possíveis tratamentos.

Pesquisa com participação internacional


Além da Unesc e da UFFS, a pesquisa científica terá participação de instituições de outros países. A avaliação dos marcadores biológicos terá a parceria da MCGill Univesity, de Montreal, no Canadá e The University of Texas Health Science Center at Houston, nos Estados Unidos. Já a análise dos dados, terá a participação da McMaster University, do Canadá.

Na Unesc, o estudo será desenvolvido no Laboratório de Psiquiatria Translacional da Unesc por uma equipe multiprofissional, formada por estudantes e profissionais das áreas de Biomedicina, Enfermagem, Biologia, Psiquiatria e Psicologia, todos ligados aos PPGCS e ainda com contribuição dos participantes do Programa de Residência Multiprofissional da Universidade.

A investigação científica foi contemplada pelo CNPq com recursos que incluíram bolsas de apoio técnico, de iniciação científica e de estudos. A pesquisa ainda foi contemplada pelo edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Santa Catarina (Fapesc) com duas bolsas de pós-doutorado.

Milena Nandi – Agência de Comunicação da Unesc

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

27 de agosto de 2020 às 10:14
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