Núcleo de Estudos Étnico-raciais, Afro-brasileiros e Indígenas

Universidade promove debate sobre terras indígenas

Universidade promove debate sobre terras indígenas
Evento virtual contou com a participação de pesquisadores, professores e estudantes (Foto: Reprodução) Mais imagens

A Unesc recebeu nesta quarta-feira (18/8), professores, estudantes e pesquisadores para dialogarem em um encontro virtual sobre “Direito à Terra: Marco temporal e a demarcação de terras indígenas”. O debate foi desenvolvido a partir da ação judicial que solicita a possibilidade de os povos indígenas reivindicarem e terem o reconhecimento de demarcação das terras que já ocupavam antes da promulgação da Constituição Federal brasileira de 1988, ou seja de 05 de outubro de 1988. A previsão é que o julgamento ocorra no dia 25 de agosto e a decisão terá repercussão geral e será aplicada a outras 27 ações idênticas que também tramitam na Corte Superior.

O webnário teve a mediação do professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGA), Juliano Bittencourt Campos. Segundo ele, o tema é de extrema relevância para o debate na academia. “Não é de hoje que os povos indígenas do Brasil vêm sendo atacados, descreditados e exterminados em nome da “verdade”. Nesta noite, vamos falar de violência que não vem de hoje. Violência que vai ganhando ares de justiça, de legitimidade, de liberdade para todos”.

O mestrando do PPGCA, Fabiano Alves (Karai), integrante do povo indígena Guarani, da Terra Indígena Tekoá Marangatu, em Imaruí, apresentou as concepções da cosmovisão indígena em relação ao meio que se habita e as diferenças dos modos de vida dos povos indígenas e dos povos não indígenas para com todas as formas de vida e a natureza como um todo. “Para nós, povos indígenas, a terra e o uso dela é parte de nossa vida, de nosso modo de viver. Pedimos autorização para a terra para usar suas árvores, suas águas, seus outros habitantes com vida”.

O indigenista, professor e doutorando do Programa de Pós-Graduação em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Socioambiental (PPGPlan/Udesc), Nuno Nunes, apontou contradições, dubiedades e outros problemas no chamado marco temporal. Nuno embasou-se na Constituição Federal para demonstrar os direitos dos povos indígenas reconhecidos por lei. No entanto, conforme Nuno são apontadas fragilidades na lei, ou na forma como a interpretação da lei é feita, conduzida e argumentada, com foco em atribuir vantagens para atividades de grande monta econômica, em detrimento das populações indígenas ou não de determinadas áreas protegidas ambientalmente.

O vice-reitor da Unesc e professor do curso de Direito, Daniel Preve, destacou os elementos constitutivos para a configuração da inconstitucionalidade do reconhecimento do marco temporal junto ao Supremo Tribunal Federal. “A demarcação de terras aos povos indígenas é um direito e uma garantia fundamental assegurada aos povos originários pela Constituição Federal brasileira de 1988, em seu artigo 231, como também pelos pactos e acordos internacionais nos quais o Brasil é signatário”, afirma.

O evento teve ainda a participação do coordenador do Programa de Pós-Graduação em Direito (PPGD), Antonio Carlos Wolkmer; do coordenador adjunto do PPGD, Reginaldo Vieira; dos professores do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGA), Carlyle Bezerra, Vanilde Citadin e Terezinha Gonçalves e dos professores do curso de História, Paulo Osório e Marli de Oliveira Costa.

O webnário foi realizado em conjunto pelos cursos de História e de Direito da Universidade, do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neab), do PPGCA, do PPGD, do Grupo de Pesquisa em Direito à Cidade e Políticas de Sustentabilidade Urbana e Ambiental (GPDUC) e do Laboratório de Arqueologia Pedro Ignácio Schmitz (Lapis) da Universidade.

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

19 de agosto de 2021 às 15:34
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Alunos do Colégio Unesc têm experiência como autores de obras literárias

Alunos do Colégio Unesc têm experiência como autores de obras literárias
Ação faz parte do projeto (Re) Conectando Leituras e aborda temáticas diferentes em cada turma (Fotos: Mayara Cardoso/ Divulgação) Mais imagens

Os pequenos estudantes de 1º a 5º ano do Ensino Fundamental do Colégio Unesc terão obras publicadas para chamar de suas. Eles estão trabalhando no projeto (Re) Conectando Leituras, proposta iniciada após o período de aulas remotas com foco no estímulo à leitura e à escrita e que terá como resultado um livro publicado com a história escrita por cada um dos alunos. A temática das obras é diferente em todas as turmas e aborda o gênero e o assunto escolhidos pelos grupos sob comando dos professores regentes.

O projeto, conforme a coordenadora dos Anos Iniciais do Colégio Unesc, Wânia Inácio da Silva Ramos, tem o propósito de estimular a leitura e a escrita por meio de atividades que envolvam diferentes habilidades, sejam elas artísticas, literárias ou corporais que visem despertar no aluno o seu potencial cognitivo, criativo e literário. “A meta é qualificar leitura e escrita e nada melhor para esse estímulo que proporcionar que eles sejam os autores dos seus próprios livros. Para isso, o Colégio Unesc fez uma parceria com a Estante Mágica, que já atendeu mais de quatro mil escolas, culminando com a produção individual das obras”, explica.

Os enredos construídos pelas crianças envolvem os temas Contos de Fadas Modernos, Eu e o Outro, Brincadeiras Indígenas, Refugiados e O Lixo, assuntos abordados de diferentes formas em sala de aula. “Semanalmente a escrita, a ilustração e a biografia têm sido realizadas e aprimoradas com o olhar do próprio estudante, da professora e com a parceria das famílias que têm se envolvido entusiasmadas com a construção. O enredo da obra é de autoria de cada criança, construído durante as aulas a partir do gênero textual estudado e pesquisas sobre a temática proposta pela turma”, completa Wânia.

No 3º ano, por exemplo, no qual o assunto dos livros envolverá as brincadeiras da tradição indígena, a turma recebeu, de forma virtual, o mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) da Unesc, integrante da Comunidade Guarani, de Imaruí, Fabiano Alves, e do pesquisador Laboratório de Arqueologia Pedro Ignácio Schmitz (Lapis) professor do PPGCA, Juliano Bitencourt Campos, integrantes do Núcleo de Estudos Étnico-raciais, Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi).

Na tarde de conversas os pequenos tiveram a oportunidade de fazer perguntas ao convidado e ver de perto alguns dos objetos e brinquedos produzidos na aldeia. Para a professora da turma, Vanuza Martinello Rocha, essa foi uma forma excepcional de fazer com que eles se envolvessem diretamente com o tema. “Quando conhecemos algo de perto nós aprendemos, entendemos e respeitamos”, comentou.

Nas outras turmas a empolgação com a escrita do primeiro livro também é evidente. No segundo ano, nas aulas da professora Gladis Gisele, o assunto em pauta é “Eu e o Outro”. Por lá, os alunos não veem a hora de estar com a obra em mãos. “Eu estou gostando muito e animado para ver como vai ficar o livro pronto”, comprova o pequeno Enzo Ambrosio.

Para a aluna Ayla Fernandes Moreira, além de interessante estar escrevendo a história, o projeto está ajudando no aprimoramento do traçado da escrita. “Estou gostando muito. Eu mesma estou criando e usando minha criatividade”, comenta também Gabriely Mendes Abatti.

Todo o trabalho de desenvolvimento do livro, que para a estudante Maria Luiza Alves Lage Pinto também está auxiliando no aprendizado sobre pontuação, por exemplo, será coroado com uma noite de autógrafos, na qual os pequenos autores receberão seus exemplares.

Além do exemplar entregue pelo Colégio Unesc, as famílias poderão adquirir mais unidades do material diretamente com a empresa Estante Mágica. O evento de autógrafos está programado para o mês de novembro.

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

18 de agosto de 2021 às 14:39
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