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Tese de professora da Unesc é reconhecida em âmbito nacional

Tese de professora da Unesc é reconhecida em âmbito nacional
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A professora do curso de História da Unesc, Michelle Maria Stakonski Cechinel, egressa do Programa de Pós-Graduação em História da Udesc, foi reconhecida com a Menção Honrosa  do Prêmio Capes de Teses, que reconhece os melhores trabalhos de conclusão de doutorado defendidos em Programas de Pós-Graduação Brasileiros. 

A premiação leva em consideração a originalidade, relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação, além do valor agregado pelo sistema educacional do candidato. “Ter meu trabalho escolhido por uma banca de pesquisadores especialistas na área e ficar entre as três melhores teses da área de História do Brasil, é um grande reconhecimento do meu percurso como pesquisadora na área da História do Tempo Presente e das Migrações africanas”, salienta.

A tese “Zongos em Itinerância: Migrações Ganesas em Criciúma no Tempo Presente (2014-2021)”,  fruto do projeto de extensão “Escola de Migrantes”, da Unesc, buscou analisar  os recentes fluxos migratórios de ganeses que se deslocaram para Criciúma a partir de 2014. “Com o decorrer da pesquisa e das entrevistas realizadas, identifiquei que, predominantemente, os migrantes ganeses são oriundos de uma forma singular de assentamento transterritorial, presente em grandes centros urbanos de Gana: os zongos, bairros históricos segregados, habitados por muçulmanos de diversos grupos étnicos, falantes de hauçá e majoritariamente comerciantes”, explica. 

De acordo com a professora, em Gana, estes bairros, resultantes de atividades comerciais transaarianas iniciadas antes do período da invasão inglesa, são conhecidos como ‘lugar de migrantes’ ou ‘bairro de estranhos’. “Estas definições se constituíram em função das dinâmicas identitárias construídas historicamente na região, e que, discursivamente e de forma extra-oficial, acionam a identidade nacional para alguns etnônimos considerados autóctones, como o grupo étnico Axânti, mas não para todos os grupos étnicos que habitam o interior das fronteiras políticas atuais de Gana”, conta.

A hipótese defendida é a de que o modo como esses transmigrantes ganeses se inserem na cidade de Criciúma forja o que aqui eu chamo de “espaços tensionados”: a cidade se encontra esqudrinhada, de forma translocal, entre ganeses que se identificam como zongorianos e ganeses não-zongorianos, que reproduzem, com diferença, as dinâmicas do seu lugar de origem. “Esta tese foi pensada para representar diferentes estratos de um mesmo fenômeno migratório. O debate aqui iniciado me compele a pensar que a diferença entre ‘estranhos’ e cidadãos de direito, ganeses oriundos de grupos étnicos considerados historicamente autóctones não se apaga na diáspora. Mesmo fora do contexto das sociedades africanas do ocidente, o termo “estranho” parece ainda ser acionado como elo, uma forma de identificação que os sujeitos zongorianos mobilizam para sustentar as suas redes de apoio-mútuo”, pontua.

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

12 de agosto de 2022 às 13:15
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