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Maio Negro: ações na Unesc iniciam com inspirações compartilhadas

Maio Negro: ações na Unesc iniciam com inspirações compartilhadas
17ª edição do evento é realizada pelo do Núcleo de Estudos Étnico-raciais, Afro-brasileiros e Indígenas da Universidade (Foto: Mayara Cardoso) Mais imagens

A espontaneidade da artista Gugie Cavalcanti Gugie deu o tom da primeira noite do evento Maio Negro na Unesc. Com uma palestra na qual a grafiteira e artista visual mesclou informações sobre vida, filhos, defesas, lutas, conceitos e vivências na arte, foi oficialmente aberta a programação que volta os olhares para a temática da cultura afro-brasileira por meio do Núcleo de Estudos Étnico-raciais, Afro-brasileiros e Indígenas da Universidade. De forma integrada, foi aberta também a Terceira edição da Semana Acadêmica dos Cursos de Artes Visuais e Teatro da Unesc.

Para o pró-reitor de Administração e Finanças da Unesc, José Otávio Feltrin, é cheia de significado a noite que reúne lideranças, estudantes, artistas e comunidade para tratar de uma temática tão importante. “Estamos falando de uma reconstrução que acontece aqui dentro e lá fora. Esses espaços não são privilégios. São construídos e reconstruídos constantemente por meio de grupos como o Neabi, que fazem a diferença. Estas ações são fundamentais e desejamos que elas não parem jamais”, destacou.

Ao contextualizar a importância da abordagem acadêmica da temática, a coordenadora do Neabi, Normélia Ondina Lalau de Farias, lembrou os primeiros passos para a realização do evento que hoje é referência. “A partir de uma demanda docente e estudantil surgiu, lá atrás, o Maio Negro lá no curso de licenciatura de História. O que por hora era para era para ocorrer em um seminário de curso de expandiu para a excelência de hoje, ocupando lugar de muita responsabilidade e carinho na Universidade. Celebramos hoje também a ousadia e a coragem das pessoas que deram esse passo inicial e histórico para enegrecer ainda mais esses 55 anos de Unesc”, observou.

“Celebramos hoje os aquilombamentos possíveis na Universidade, como diz nosso pesquisador Douglas Vaz Franco. Acrescento que celebramos os aquilombamentos possíveis para a construção popular que estamos fazendo juntos nesta cidade não apenas em maio”, acrescentou pontuando a necessidade promover anualmente espaços de discussões por uma sociedade com mais equidade em todas as esferas da vida.

Exatamente na data em que é celebrado o Dia do Artista Plástico no Brasil, conforme a coordenadora do curso de Artes Visuais, Daniele Zacarão, a Semana Acadêmica é integrada com um presente materializado com a presença de Gugie.

“A Semana Acadêmica compreendendo o lugar da arte como espaço da diversidade cultural existente na sociedade. Mais que um presente, a participação da nossa palestrante representa importante momento de diálogo e fortalecimento das manifestações artísticas, das pluralidades e do lugar da arte e do artista da sociedade, reflexões que se estenderão por toda a semana e para além”, enalteceu.

A noite contou ainda com a performance “Estímulos: entre nós e estruturas corrompidas” do acadêmico de Artes Visuais e membro do Neabi, Jackson Goulart.

Artista convidada

A espontaneidade da artista palestrante ao longo do bate-papo com os presentes tornou o encontro leve e produtivo.

Nascida em Brasília, Gugie cresceu em Florianópolis e atualmente é reconhecida em todo o país pelos murais nos quais coloca sensibilidade e realismo em tamanhos surpreendentes.

Como pessoa negra, mãe e mulher, busca nas artes produzidas nas ruas um espaço de diálogo, fortalecendo a visibilidade de pessoas que são racializadas e excluídas na estrutura social. “Não é só tinta. Gosto de estudar, conversar, conhecer, discutir e usar todos os elementos que compõem o cenário para que aquela imagem remeta um sentimento, tenha significado. Não é só tinta. Tudo gera o entendimento de uma mensagem”, explicou.

A pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação, Inovação e Extensão, Gisele Coelho Lopes, também conseguiu prestigiar parte do evento e fez questão de parabenizar a artista convidada para a palestra e para marcar uma das paredes da Universidade. “Nós recebemos a proposta, conhecemos teu trabalho e não titubeamos em investir nesse trabalho. Parabéns pela tua sensibilidade. Ela alcança muitos corações”, assegurou.

A partir desta terça-feira (9/05) Gugie deixará sua marca no campus da Unesc ao representar em um mural a primeira professora negra da Unesc. A obra de arte será feita com o apoio de acadêmicos ao longo de três dias. 

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

08 de maio de 2023 às 16:06
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