A 15ª Semana Científica de Enfermagem é promovida pelo Curso de Enfermagem da Unesc em parceria com os serviços de saúde da região carbonífera e tem como tema central em 2017 “Boas práticas de enfermagem e a construção para uma sociedade democrática”, em consonância com a 78a Semana Brasileira de Enfermagem promovida pela Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), conforme aprovado na 75ª Reunião do Conselho Nacional da ABEn (75º CONABEN) realizado em 30 de outubro de 2016.
A Semana Brasileira de Enfermagem, celebrada anualmente pela Associação Brasileira de Enfermagem, foi instituída em 1940, pela Escola de Enfermagem Ana Nery, tendo como idealizadora a sua então Diretora Laís Netto dos Reys. O início da semana se dá em 12 de maio para celebrar o nascimento de Florence Nightingale, em 1830, e o seu Término em 20 de maio, para rememorar o falecimento de Anna Nery, em 1880. No dia 12 de maio comemora-se o Dia Internacional da Enfermeira. No Brasil, o dia foi instituído em 1938 pelo Presidente Getúlio Vargas. Em 1960, o Presidente Juscelino Kubitschek assinou o Decreto 48.202, oficializando a “Semana da Enfermagem". O tema central surgiu da articulação com o conteúdo que será desenvolvido durante o 69º Congresso Brasileiro de Enfermagem “O trabalho de enfermagem na construção de uma sociedade democrática”, que considera a saúde como um eixo articulador e promotor dos direitos Fundamentais da pessoa humana. Os Trabalhadores da enfermagem prestam importante serviço na geração de ação e serviços de saúde no Brasil e no mundo. Portanto, precisamos orientar nossas práticas assistenciais, educacionais, de pesquisa e gestão para a consecução de um projeto de sociedade que promova a justiça social, a liberdade, a democracia verdadeira e a igualdade.” (ABEn AL, 2016)
A enfermagem surge como uma simples prestação de cuidados aos doentes, realizada por um grupo, que em sua maioria se constituía de escravos, e na época trabalhavam em domicílios. No Brasil, é de destaque o trabalho de Padre José de Anchieta, que empregava a terapêutica à base de ervas medicinais descritas com minúcia. Porém a história da enfermagem no Brasil Império tem poucos nomes de destaque, mas entre os que merecem menção especial está o de Anna Nery, que durante a Guerra do Paraguai se coloca a disposição da Pátria. A primeira Escola de Enfermagem fundada no Brasil recebeu o seu nome. Anna Nery que, como Florence Nightingale, rompeu com os preconceitos da época que faziam da mulher prisioneira do lar.
Em 1926 as primeiras enfermeiras formadas pela Escola de Enfermagem Anna Nery, no Rio de Janeiro, criaram a Associação Nacional de Enfermeiras Diplomadas. Em 1954 passa-se a denominar-se Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), nome que é mantido até a atualidade.
A história da enfermagem é também uma história de lutas, é uma profissão que surge com a prestação de cuidados e que continua trazendo em sua essência esta prática. Sendo assim, busca constantemente o significado da existência do ser humano, e vem se solidificando dentro de uma base humanística. O enfermeiro revigora seus valores e é capaz de mudar os fatos que moldam e dão forma a sua práxis, no cuidado com a pessoa e a vida. Para que se compreenda o valor do cuidado de enfermagem é necessária uma concepção ética, em que a vida é contemplada como um bem valioso em si. Nesta ótica se requer primariamente o cuidado próprio e respeito à própria vida, para então poder valorizar e respeitar a vida do outro nas suas complexidades e escolhas diversas, bem como a escolha da enfermagem como profissão.
A dimensão educativa da enfermagem vem estimulando uma série de reflexões e indagações acerca da natureza e contornos do trabalho científico, que desafia o enfermeiro a manter-se ciente de que é necessário cuidar numa perspectiva humana, porém científica. Para tanto o enfermeiro deve manter-se atualizado e o aperfeiçoamento contínuo é o melhor caminho para a formação do profissional competente que busca e constrói o conhecimento.
A semana científica de enfermagem acontece para oportunizar ao profissional e futuro profissional de enfermagem a capacidade de produzir conhecimento para instrumentalizar o processo de tomada de decisão, bem como poder lutar por condições adequadas de trabalho, por padrões éticos e de um perfil de força de trabalho seguro da enfermagem e do usuário dos serviços de saúde. O espaço de produção e disseminação de conhecimento é fortalecido pelo protagonismo dos sujeitos envolvidos.
O enfermeiro deve ter o compromisso moral de estar atualizado e capacitado para cuidar de maneira segura e qualificada, pois vivemos um tempo de constantes mudanças e convocação a um maior protagonismo dos grupos organizados da sociedade civil na construção das novas etapas da história do cuidado de enfermagem. O trabalho da Enfermagem transcorre de forma coletiva e em conjunto com outros profissionais da área de saúde. Tem como base um saber consolidado que busca subsidiar o como agir no dia a dia, além de apontar estratégias, para o enfrentamento de desafios constantes de sua pratica profissional. Falar da Enfermagem como trabalho e profissão nos reporta a atitudes de fortalecer conquistas e ser capaz de captar o emergente. Nesse contexto, acreditando na organização, vontade e criatividade dos trabalhadores e estudantes da Enfermagem Brasileira, espera-se que a 78ª SBEn reflita uma construção coletiva do conhecimento destes segmentos e represente uma contribuição concreta para os anseios profissionais no Cuidado à Saúde e no Cotidiano do trabalho. Estas atividades devem estar aderentes à promoção da saúde, compreendendo o seu contexto e ambiente, concretizando-se numa maior probabilidade de se alcançar metas de boa saúde em situações específicas.