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Educação para a Cidadania na formação do professor

Educação para a Cidadania na formação do professor

Este grupo pretende discutir as práticas pedagógicas desenvolvidas nos diversos níveis da educação brasileira, para compreender como esses processos contribuem ou dificultam a educação para a cidadania. A ideia de cidadania traz noções de bem-estar, nível de ingresso, condições existenciais e estilos de vida, que se entrecruzam com processos econômicos e ideológicos na definição de demandas simbólicas e materiais e na imposição de modelos de satisfação com os apelos da propaganda que manipula o desejo das pessoas (GALLOPING, 1982). Os valores culturais determinam a estruturação das necessidades, da demanda social e dos meios para satisfazê-las, havendo diferentes vias para se estabelecer uma perspectiva de vida. Nesse contexto, a formação de professores surge como uma necessidade de discutir os saberes docentes e o desenvolvimento de estudos que utilizem uma abordagem teórico-metodológica que dê voz ao professor, levando-se em conta as suas trajetórias de vida, percepções de mundo, conhecimento contextual da sua realidade social e da de seus alunos. O que se percebe na sociedade contemporânea é que a configuração do novo sujeito que mostra a face de uma subjetividade cheia de vácuos, desestruturada. Para qualquer frustração da vida, não há o enfrentamento do limite. Isso mostra os sintomas patológicos da nova estrutura do lar e da sociedade, em que não se propicia mais o espaço para a vida simbólica e as emoções, nem se demonstra mais o amor, vivendo-se em função do ter e da vida concreta. É com a prevalência dessa estrutura familiar que nossos jovens internalizam valores deturpados. Deparamo-nos, em várias situações e locais, com um jovem que é a personificação real da figura do deus-bebê, um sujeito que se comporta na sociedade como criança ou como um narciso autocentrado, expresso num egoísmo extremado (DAMERGIAN, 2001). Um jovem que é presa fácil de um consumismo exacerbado, de propagandas bem elaboradas para atingir sua emoção, vaidade e insegurança. Pensando em si mesmo, em “aparecer”, em “sair-se bem na foto” para mostrar-se nas comunidades cybers, ele sai em busca de si mesmo, tenta achar-se em vários e múltiplos lugares. Será que ainda podemos falar de afetividade, da força do afeto? Falar de amor, solidariedade, harmonia e alegria? O que acontece com os tempos modernos ou pós-modernos? Evoca-se um tempo que não existe mais, mas a necessidade de não nos perdermos leva-nos a crer que ele ainda existe. Evoca-se uma família bem estruturada para que nela o jovem cresça emocionalmente saudável. Estamos sendo igenuamente românticos? O que vemos é um eu insaciável que a cada instante revela a fragilidade da vida sempre instável e fugidia (GIDDENS, 1991). Esta proposta busca contestar a formação que reduz a profissão docente a um conjunto de competências e técnicas e gera uma crise de identidade dos professores em decorrência da separação de seus papeis (NUNES, 2001). Pretende-se apresentar alternativas pedagógicas que contribuam para a integridade da subjetividade do educando, a fim de que ele construa seu processo de identidade, percebendo-se como sujeito social fundado no coletivo.