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Mulheres cientistas da Unesc

Mulheres cientistas da Unesc
No Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, Unesc homenageia pesquisadoras (Foto: Arquivo) Mais imagens

Da britânica Ada Lovelace, que no século 19 criou algoritmos que seriam base para os programas de computadores – sendo a primeira pessoa programadora do mundo – até as brasileiras Ester Cerdeira Sabino e Jaqueline Góes de Jesus, que fizeram parte da equipe que realizou o sequenciamento do genoma do novo coronavírus, a história está repleta de mulheres que contribuem para o desenvolvimento da humanidade por meio da pesquisa. Neste 11 de fevereiro, Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, a Unesc quer homenagear e agradecer as suas 31 pesquisadoras pela dedicação e também incentivar suas estudantes a trilharem o caminho do conhecimento por meio da ciência.

Por muito tempo, o universo da ciência foi quase que exclusivamente masculino e até hoje, a disparidade entre os gêneros na carreira e produção científicas é uma realidade. No entanto, há avanços em direção ao equilíbrio. Segundo o relatório “Jornada do Pesquisador pela Lente do Gênero”, da editora científica Elsevier, publicado em 2020, nos últimos 20 anos houve um crescimento na participação feminina em pesquisa.

Conforme o levantamento, atualmente há uma proporção de aproximadamente 0,8 mulher para cada homem que publica artigos no Brasil, o que significa que entre os cientistas, 44,25% são mulheres e 55,75% homens. O levantamento apontou ainda que no mundo, a participação feminina na pesquisa científica passou de 29% para 38% em 20 anos. No país, o número inicial era de 35,3% no início dos anos 2000.

A reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta, que também é professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSCol), avalia o cenário como de mudanças. “Os desafios são imensos, os mesmos vivenciados pelas mulheres em todos os campos das áreas profissionais, no entanto, o futuro sinaliza para a superação desta desigualdade e para o protagonismo das mulheres na pesquisa”, reforça Luciane. “Aqui na Unesc as mulheres pesquisadoras representam um importante contingente da produção científica muito qualificada e este número está crescendo. Hoje elas estão presentes em todos os nossos programas de pesquisa, mestrados e doutorados”, complementa.

Ela, que é pesquisadora do PPGSCol nas áreas de “Epidemiologia” e “Gestão em Saúde” e também colabora com estudos do Laboratório de Pesquisa em Psiquiatria Translacional do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS), enfatiza que a ciência é apaixonante. Há 28 anos na Universidade, a doutora em Ciências da Saúde conta que se construiu professora e pesquisadora na Unesc. “Ciência é esta capacidade investigativa que não nos permite cessar. Sou grata, feliz e muito realizada pelas atividades que desenvolvemos. Hoje, a reitoria me afasta um pouco das atividades acadêmicas, mas não abro mão da pesquisa e da produção de ciência. Então dentro do meu cotidiano intenso de gestão, também reservo tempo precioso para produzir ciência”.

Como reitora, ela afirma sempre incentivar tanto a produção científica quanto a colaboração entre os programas de pós-graduação. Segundo ela, a atuação colaborativa entre os programas amplia a construção da ciência com qualidade e permite produzir excelentes e ampliadas pesquisas.

Há avanços, mas ainda muitos desafios pela frente 

A doutora em Ciências Farmacêuticas, Patrícia de Aguiar Amaral, é professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) e está na Universidade há 19 anos. Pesquisadora nas áreas de “Química Medicinal” e “Plantas medicinais”, Patrícia afirma que a ciência transforma vidas, incluindo a de quem trabalha com ela. “A ciência é um espaço que proporciona o diálogo e a construção de conhecimento. É um ambiente questionador, desafiador e libertador”.

A professora lembra a importância da luta das mulheres pelo reconhecimento de seu trabalho e considera que ainda há obstáculos a serem superados. Dentre as dificuldades, Patrícia aponta situações como participação em colaborações nacionais e internacionais e continuar avançando no reconhecimento igualitário de gênero no que tange a competência científica, mas reconhecer que a maternidade deve ser respeitada como um momento importante da vida da mulher. “Esta janela de tempo relacionada à maternidade diminui o ritmo de trabalho, o que é natural, e já reconhecido em outros países. No Brasil existe um movimento, ainda tímido, que reconhece essa questão e que já foi demonstrado em alguns editais de contratação”.

Para a doutora em Ciências da Saúde, professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) desde 2015, Gislaine Zilli Réus, o trabalho na pesquisa vai além do ambiente de laboratório. Ela desenvolve estudos translacionais envolvidos nos aspectos neurobiológicos associados com a fisiopatologia do transtorno depressivo maior e a investigação de novas estratégias terapêuticas para o transtorno. “Uma cientista nunca para e o mais incrível é que ela está ali verdadeiramente por amor e você observa ela falar com entusiasmo sobre cada um de seus achados”, afirma Gislaine. “É importante incentivar as meninas desde a infância para que saibam do poder da ciência, do poder de estudar e de pesquisar para termos futuras grandes cientistas no Brasil e no mundo”, complementa.

Exemplos para inspirar as novas gerações


“Grandes descobertas científicas já foram e continuam sendo realizadas por mulheres. O reconhecimento delas por esses feitos, leva ao conhecimento da sociedade em geral que as mulheres também podem ocupar lugares na ciência! Quanto mais a sociedade entende isso, mais mulheres passam a se interessar por ciência e saber que não é inalcançável estar nessa posição”. A afirmação é da professora doutora em Ciência e Engenharia de Materiais, Sabrina Arcaro. Ela que leciona no Programa de Pós-Graduação em Ciências e Engenharia de Materiais (PPGCEM) da Unesc há dois anos, considera fundamental que o interesse feminino pelo mundo científico cresça.

Pesquisadora na área de biomateriais, materiais vítreos e vitrocerâmicos, processamento coloidal e síntese de nanoestruturas para diferentes aplicações, Sabrina caracteriza ciência como apaixonante. “Entender algo tão complexo dentro da minha área de atuação, ter evidências, obter resultados, entender os fenômenos, ter a comprovação e ver as transformações é maravilhoso! Eu persigo todos os dias o sentimento de êxtase de ser alguém no mundo que descobriu algo novo! Isso é ciência! Isso é ser cientista!”.

A doutora em Ciências Humanas Giovana Ilka Jacinto Salvaro é professora da Unesc desde 2011 e faz parte do corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Socioeconômico (PPGDS) e Programa de Pós-Graduação em Direito (PPGD), onde pesquisa sobre produção de subjetividades, estudos de gênero e relações trabalho, direitos humanos das mulheres e políticas públicas, em contextos urbanos e rurais. Ela considera de extrema relevância o aumento do número de mulheres realizando estudos científicos.

“A importância está na quantidade de mulheres reconhecidas pelo seu trabalho em pesquisa e na representatividade feminina em diferentes áreas do conhecimento. Entre outras questões, a participação, a representatividade e o reconhecimento requerem políticas específicas para as mulheres em contextos de pesquisa, de modo a eliminar desigualdades históricas de gênero. A luta pela garantia de direitos iguais para mulheres e homens na ciência não é individual, mas coletiva e deve articular ações de diferentes sujeitos”.

Há 21 anos na Universidade, a doutora em Linguística (Sociolinguística) e professora do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), Angela Cristina Di Palma Back é pesquisadora na área de Educação Linguística e temas ligados às práticas de leitura, escrita, fala e escuta. Segundo ela, do ponto de visto cultural, é importante que a mulher se sinta parte do processo do desenvolvimento histórico das ciências, que ela se sinta legitimada para participar de modo criticamente qualificado das discussões que compõem o cenário de construção de conhecimento, dando visibilidade a essas personalidades no sentido de esclarecer que a ciência não é território masculino.

Agora queremos fazer a seguinte pergunta: “O que a ciência significa para você?” Enquanto pensa sobre o assunto, que tal conferir as repostas de algumas de nossas pesquisadoras?

“Foi o lugar que escolhi para me inserir no mundo, para me engajar nele, para modificá-lo na direção que penso ser o de uma sociedade mais justa e humanitária, seja no ensino, seja na pesquisa ou na extensão, seja apenas estudando. A ciência ajuda a me modificar, a ver mais longe, a desvelar o mundo e me engajar nele”, professora doutora do PPGE, Janine Moreira, pesquisadora nas áreas de “Educação popular em saúde”, “Despatologização da vida” e “Velhice”.

“Uma realidade por vezes dura, quando nos deparamos com cortes no fomento à pesquisa, mas, ao mesmo passo, encantadora por suas possibilidades, por ser um espaço em que nos permitimos ser criativos, extrapolar ideias, compreender situações complexas e contribuir para impacto na saúde da população e na sociedade”, professora doutora do PPGSCol, Cristiane Damiani Tomasi, pesquisadora na área de “Gestão do cuidado em saúde”.

“A ciência é apaixonante. Com ela somos capazes de transformar vidas e resolver problemas da população. Pesquisar, decifrar os dados e ver as transformações é maravilhoso”, professora doutora do PPGSCol, Vanessa Iribarrem Avena Miranda, pesquisadora da área de “Promoção da saúde e epidemiologia”.

“É o conhecimento em movimento, a dinâmica da construção e inovação que contribui a um coletivo. A ciência é o despertar, o revisitar, o questionar. Propor soluções aos problemas ou melhor ainda, evita-los, nos mais diversos campos: ambiental, saúde, educação”, professora doutora do PPGCA, Vanilde Citadini Zanette, pesquisadora na área de “Botânica”.

“A ciência é a forma de descobrir, inovar e criar soluções para evolução da humanidade”, professora doutora do PPGSCol, Lisiane Tuon, pesquisadora nas áreas de “Pessoa com deficiência” e “Gestão em saúde”.

Matéria em homenagem às pesquisadoras da Unesc:

Patrícia de Aguiar Amaral – PPGCA

Birgit Harter Marques – PPGCA      

Teresinha Maria Gonçalves – PPGCA

Vanilde Citadini Zanette – PPGCA

Viviane Kraieski de Assunção – PPGCA

Kétner Bendo Demétrio – PPGCEM

Sabrina Arcaro – PPGCEM

Alexandra Ioppi Zugno – PPGCS    

Cinara Ludvig Gonçalves – PPGCS

Cristiane Ritter – PPGCS      

Gislaine Zilli Réus – PPGCS            

Josiane Budni – PPGCS

Maria Inês da Rosa – PPGCS e PPGSCol

Samira da Silva Valvassori – PPGCS          

Tatiana Barichello – PPGCS

Vanessa Moraes de Andrade – PPGCS

Fernanda da Silva Lima – PPGD     

Giovana Ilka Jacinto Salvaro – PPGDS e PPGD

Maria de Fatima Schumacher Wolkmer – PPGD

Kelly Joziane De Mendonça Dorneles Gianezini – PPGDS           

Melissa Watanabe – PPGDS

Giani Rabelo – PPGE e PPGDS

Angela Cristina Di Palma Back – PPGE      

Graziela Fátima Giacomazzo – PPGE

Janine Moreira – PPGE        

Cristiane Damiani Tomasi – PPGSCol        

Fabiane Ferraz – PPGSCol   

Fernanda de Oliveira Meller  – PPGSCol

Lisiane Tuon Generoso Bittencourt – PPGSCol      

Luciane Bisognin Ceretta – PPGSCol         

Vanessa Iribarrem Avena Miranda – PPGSCol       
 

Milena Nandi – Agência de Comunicação da Unesc

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

11 de fevereiro de 2021 às 08:24
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