PPGCS - Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde

Professor da Unesc avalia os avanços no que diz respeito à pesquisa sobre a Covid-19

Professor da Unesc avalia os avanços no que diz respeito à pesquisa sobre a Covid-19
Engajamento de pesquisadores do mundo todo e financiamento para os trabalhos é inédito, afirma Felipe Dal Pizzol (Foto: visualsonline.cancer.gov) Mais imagens

Após mais de 50 dias desde que a realidade no país foi transformada por conta da chegada da Covid-19, a esperança se volta cada vez mais ao avanço da ciência rumo à cura da doença. O conhecimento sobre o novo coronavírus, suas peculiaridades e os desafios da medicina no combate a ele, já sofreram mudanças ao longo desse período. Conforme o professor e pesquisador da Unesc, Felipe Dal Pizzol, o engajamento e os financiamentos em prol da pesquisa científica em todo o mundo nunca foram tão grandes. “Nunca houve no mundo um esforço mundial tão grande para combater uma doença, exceto em período de guerras. Realmente o esforço mundial é fenomenal e nos traz esperança de que os números de tempo para chegar a uma vacina, por exemplo, possam ser mais rápidos do que o esperado”, afirma.

O avanço no conhecimento sobre o vírus, para o professor, é notório. “Passados esses dias a gente entende muito melhor a biologia e um pouco melhor a forma como ele se propaga. Nós já projetamos de forma mais precisa o efeito das medidas de prevenção populacionais em relação ao aumento do número de casos e de mortes. Além disso, entendemos melhor o poder que o isolamento social, a higiene das mãos e a testagem em massa podem fazer no desenvolvimento da epidemia”, aponta Felipe.

Conforme o pesquisador, artigos publicados recentemente em revistas de renome internacional já mostram de forma clara a diferença nos cenários em países que tiveram ou não a adesão às medidas de prevenção. “Eles mostram de uma maneira relativamente robusta que as medidas são eficazes, mas não só no papel, e, sim, com a efetiva adesão das pessoas”, completa.

Cloroquina

Sobre os estudos que envolvem a Hidroxicloroquina, droga apontada como grande esperança para o tratamento da doença, ainda não há respostas concretas. De acordo com Felipe, na última semana a grande soma de conhecimento se voltou a um artigo produzido no Brasil, publicado em uma das melhores revistas médicas do mundo, comparando o uso da droga ema em doses baixas e altas. “No entanto infelizmente o estudo foi encerrado precocemente. Isso porque foi identificado que o uso da Cloroquina em dose alta estava fazendo mais mal do que bem, o que teve um impacto importante também na mídia e o envolvimento do Ministério Público”, comenta.

Engajado na pesquisa do grupo Coalizão Brasil Covid-19, Felipe atua diretamente na inclusão de pacientes acompanhados para análise de seus quadros. Conforme o médico, a nível nacional o rimo de inclusão de novos casos é muito grande. “Temos atualmente 350 pacientes leves incluídos no estudo. A maioria é de São Paulo e do Rio de Janeiro, onde meus colegas incluem muito mais por conta da demanda muito maior de atendimentos por lá. Esse é o maior estudo feito até agora com Hidroxicloroquina e possivelmente em duas semanas se tenha um resultado mais efetivo”, declara.

Quanto ao desenvolvimento de vacinas eficazes contra o novo coronavírus, de acordo com Felipe, existem atualmente 60 estudos em andamento em todo o mundo, sendo alguns deles já com aplicação em humanos. “Há um estudo europeu que já passou da fase de segurança e passa a aplicar em maior escala, por exemplo. É possível que haja um atraso de pelo menos uns seis meses para que se consiga desenvolver a vacina, o que pode ser minimizado devido ao esforço e investimento mundial concentrados nisso. Vamos torcer e acompanhar”, completa.

Na próxima quinta-feira (7/5) o pesquisador Felipe Dal Pizzol estará novamente ao vivo em live na página oficial da Unesc no Instagram compartilhando mais informações sobre o panorama regional, nacional e mundial da pandemia.

Mayara Cardoso - Agência de Comunicação da Unesc

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

04 de maio de 2020 às 15:08
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