PPGCA - Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais

Defesa Pública de Dissertação - Luana da Silva Biz

O Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais convida a comunidade acadêmica para a Defesa Pública de Dissertação abaixo relacionada:

Mestranda: LUANA DA SILVA BIZ
Título: “Interação entre ectoparasitos (Diptera: Streblidae e Nycteribiidae) e morcegos (Mammalia: Chiroptera) em ambiente de Mata Atlântica no sul de Santa Catarina”.

COMISSÃO EXAMINADORA
Membros Titulares:
Prof. Dr. Fernando Carvalho (Presidente e Orientador)
Prof. Dr. Jairo José Zocche (UNESC)
Prof. Dr. Sérgio Luiz Althoff (Membro Externo - FURB)
Membro Suplente:
Profa. Dra. Birgit Harter-Marques


Data: 21/02/2020
Horário: 09h
Local: Bloco P Sala 107

Resumo: Interações ecológicas são encontradas ao longo de toda a biodiversidade, influenciando direta e/ou indiretamente no comportamento dos organismos. Essas relações podem se tornar especialistas, como várias associações entre parasitos e hospedeiros. Dentro deste grupo, a Ordem Diptera comporta duas famílias de ectoparasitos exclusivos de morcegos, Streblidae e Nycteribiidae. Desta forma, o presente estudo teve como objetivo principal, analisar a interação entre ectoparasitos (Diptera: Streblidae e Nycteribiidae) e morcegos (Mammalia: Chiroptera) em ambiente de Mata Atlântica, no sul de Santa Catarina. O estudo foi realizado em quatro áreas sendo duas em ambiente predominantemente natural, e duas em ambiente antrópico. Foram realizadas campanhas mensais, com duas noites de amostragem em cada área. Foram instaladas oito redes de neblinas que permaneciam abertas em média de seis horas após o início do crepúsculo. Para os morcegos capturados era realizada a biometria e coleta manual dos ectoparasitos. Foram capturados 1.220 morcegos, dos quais 363 estavam parasitados. As espécies mais abundantes foram Sturnira lilium (N = 377) e Artibeus lituratus (N = 361). Dos ectoparasitos, foram coletados 642 indivíduos, destes Paratrichobius longicrus (N = 205) e Megistopoda proxima (N = 151) foram os mais abundantes. Foram encontradas 34 interações entre os grupos, Artibeus fimbriatus (N = 6 spp.) e Sturnira lilium (N = 6 spp.) apresentaram a maior riqueza de ectoparasitos. Para os índices parasitários Carollia perpicillata comportou a maior prevalência geral (P = 55,70%). Foram também identificadas infracomunidades (N = 15), diferentes espécies de ectoparasitos sobre o mesmo indivíduo hospedeiro. Na comparação entre os ambientes, de forma geral, a variação temporal apresentou dois picos de prevalência no ambiente predominantemente antrópico, nos meses de janeiro e junho (Z = 64,623; p < 0,001), diferente do ambiente predominantemente natural que foi igualmente distribuída ao longo dos meses (Z = 0,401; p = 0,670). Sturnira lilium apresentou maior prevalência de ectoparasitos no ambiente predominantemente antrópico (X² = 4,401; p = 0,049). A fauna de ectoparasitos na porção Sul do Brasil segue o padrão de outras áreas do país, mas com diminuição da riqueza à medida que se distancia dos trópicos. Característica que pode ser explicada principalmente pela especificidade do grupo sobre os hospedeiros, visto que os morcegos também apresentam esse padrão de distribuição. A fragmentação dos ambientes naturais vem aumentando cada vez mais, e isto pode gerar reflexos na ecologia e dinâmica de vida dos seres vivos, o que mostra a maior prevalência de ectoparasitos em morcegos em áreas menos conservadas. Estudar as interações e a funcionalidade delas é de extrema importância para a conservação das espécies. Visto que nos tempos atuais a fragmentação ocorre de forma acelerada, levando a perda da biodiversidade.

Palavras-chave: Biodiversidade, Mata Atlântica, parasitismo, moscas hematófagas, quirópteros.

20 de fevereiro de 2020 às 10:39
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