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Unesc participa de um dos maiores projetos de recuperação ambiental em curso no Brasil

Unesc participa de um dos maiores projetos de recuperação ambiental em curso no Brasil
Projeto executivo é realizado por técnicos do Iparque (Foto: Divulgação) Mais imagens

A Unesc participa de um dos maiores projetos de recuperação ambiental em curso no Brasil. O IPAT (Instituto de Pesquisa Ambiental e Tecnológica), um dos institutos do Iparque (Parque Científico e Tecnológico) da Universidade, foi responsável pelo projeto executivo para a recuperação ambiental de uma área com 97 hectares, da qual 13,5 hectares eram ocupados por um “lixão”, que hoje já começa a ter novamente sua fauna e flora, bem como, a volta da biodiversidade.

A ação contribui com a sociedade e o meio ambiente das comunidades do entorno do Bairro Sangão, localizado na divisa dos municípios de Criciúma e Forquilhinha, no Sul de Santa Catarina.

Historicamente a área que foi recuperada, recebeu rejeito proveniente dos processos industriais da antiga ICC (Indústria Carboquímica Catarinense) e posteriormente, resíduos sólidos urbanos provenientes dos municípios de Forquilhinha, Criciúma e Nova Veneza. “Tudo que hoje é levado até um aterro sanitário, incluindo lixo doméstico, era depositado a céu aberto, sendo coberto por camadas de aterro ou rejeito de carvão”, afirma o coordenador do Cegeo (Centro de Engenharia e Geoprocessamento) do IPAT, Vilson Paganini Bellettini.

O IPAT elaborou o PRAD (Plano de Recuperação de Àreas Degradadas), contratado pela Petrobras Gás S.A., que executou a obra do PRAD-Lixão, e as prefeituras contrataram o instituto para fazer o monitoramento do local.

O projeto do PRAD-Lixão foi elaborado em 2014, a execução iniciou em 2015 e foi concluída em 2016. Segundo Bellettini, o contrato assinado entre a Unesc e as prefeituras de Forquilhinha, Criciúma e Nova Veneza prevê, no mínimo, monitoramento durante cinco anos. “O trabalho de monitoramento começou junto com a obra e vai continuar por mais alguns anos. Após cinco anos é preciso haver um nível de recuperação para a Fatma (Fundação do Meio Ambiente) e o Ministério Público avaliem o local e deem a área como recuperada. Nosso trabalho de analisar a água superficial e subterrânea, o solo e se a vegetação está se desenvolvendo adequadamente e vai até a área ser liberada”, explica o coordenador do Cegeo.

O IPAT já fez projetos executivos e conceituais para a União e para as empresas como Votorantim e CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), mas conforme Belletini, este foi o que teve a execução mais rápida.

Da área total, 97 hectares, atualmente, 86,86 hectares pertencem à Unesc. O restante da área pertence à prefeitura de Forquilhinha – há uma estrada municipal que corta o local. Belletini explica que todos são corresponsáveis para manter a área e que o projeto prevê o uso futuro para o terreno. “Há espaços que não possuem rejeito de carvão ou lixo e podem ser usadas para fins industriais ou empresariais. Outras só podem ser usadas desde que a camada impermeabilizante, colocada sobre os resíduos não seja danificada”.

Inovação no projeto


O engenheiro agrimensor do Cegeo, Jori Ramos Pereira, explica que do topo do “lixão” até o lençol freático havia aproximadamente 18 metros de profundidade, onde se intercalava lixo (resíduo sólido) e rejeito piritoso. “O objetivo principal do projeto executivo, foi em isolar a água proveniente da chuva, do contato com o lixo e o rejeito, evitando assim, o chorume (liquido percolado) e geração de DAM – Drenagem Ácida de Mina.”, afirma.

Para isso, o projeto contemplou terraplanagem, drenagem superficial e drenagem profundas para coleta do chorume existente, bem como a recomposição de uma estrada municipal que corta a área de projeto. A terraplenagem é composta por uma movimentação de material que evita a erosão dos solos e após a conformação é inserida uma camada de 15 centímetros de calcário granular, 50 centímetros de argila compactada, seguido de 30 centímetros de solo construído (chamado também de solo gordo, que dá suporte para a vegetação crescer). A malha de drenagem superficial foi elaborada em concreto assim como as escadas hidráulicas.

Além disso, um sistema de ventes foi desenvolvido formado por tubos de PVC. Segundo Ramos, esse dispositivo foi instalado para que o gás produzido pelos resíduos saia, mesmo que as medições apontaram para pouca produção de gás, já que o lixão parou de funcionar há algum tempo. “Tivemos que pensar em obras de engenharia com as premissas de um aterro sanitário, porém esses dispositivos foram implantados posteriormente ao lixão estar formado, o que foi um desafio. Foi necessária a abertura de trincheiras no maciço, a quatro, cinco metros de profundidade para garantir a coleta dos líquidos percolados no interior do “lixão””, salienta o engenheiro agrimensor.

Equipe multidisciplinar

A elaboração do PRAD teve a participação de equipe multidisciplinar. Inicialmente o diagnóstico englobou os setores de projetos ambientais do Ipat e o Cegeo, com o levantamento topográfico detalhado, as análises do material e das condições da área. Engenheiros agrimensores, civis, químicos, ambientais e agrônomos, topógrafo, desenhista e geólogo, formaram a equipe envolvida no projeto.

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

18 de abril de 2018 às 13:18
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