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Queimas de turfas são comentadas por professora da Unesc

Queimas de turfas são comentadas por professora da Unesc
Foto: Unesc TV / Reprodução Mais imagens

O mês de setembro foi marcado por incêndios de turfas em Araranguá. Com isso, nuvens de fumaça branca e de cheiro forte espalharam-se pela região. As queimadas foram controladas há cerca de uma semana pelo Corpo de Bombeiros, quando vários municípios já percebiam os resultados dos focos, identificados em duas regiões da cidade. Até em Criciúma a nuvem de fumaça foi notada.

A professora Yasmine da Cunha, do curso de Geografia da Unesc, tratou do tema no programa Nossa Unesc desta terça-feira (30/11). "A turfa é um produto natural, a partir de matéria orgânica, restos vegetais depositados em fundos de lagoas, pântanos, rios, e essa transformação da matéria orgânica inicial em turfa leva algum tempo. As nossas turfas têm 11,7 mil anos e elas precisam estarem cobertas por areia, argila, sedimentos e por uma lâmina d´água. Esses vegetais depositados ali não tem uma decomposição completa quando estão expostos ao oxigênio", relatou Yasmine, que coordena o Laboratório de Geoinformação Aplicada (LabGeo) da Universidade.

A professora explica que, em condições adequadas, a turfa passa a linhito e daí desenvolve-se o carvão metalúrgico. Mas isso exige um longo processo, que não chega a ser cumprido por conta da extração predatória da turfa para fins comerciais. "A nossa turfa aqui já está sendo explorada e tem havido produção de metano, como um gás combustível, então eles tem aqueles bolsões de metano dentro da turfa. As nossas turfas são de zona costeira, mas podemos ter turfas de altitude. No topo da Serra Geral, em locais mais encharcados, temos formação de turfa", detalhou.

Falta de chuva atrapalha

A estiagem é uma das razões para ocasionar as queimas de turfas, que tantos problemas voltaram a trazer para Araranguá e região. "Essa queima que tem trazido problemas até respiratórios para algumas pessoas, para quem já tem problemas crônicos, ela pode ser originada de diversas maneiras. Uma maneira de combustão natural seria a queima dos bolsões de metano pela própria seca, períodos de estiagem, mas também pode ter uma ação antrópica, de alguém que deu início a algum fogo, incinerou algum lixo, cigarro, questão de agricultura, fez alguma queima, também pode gerar essa combustão", analisou.

Yasmine colocou que o grau de dificuldade para controlar incêndios em turfas é dos maiores. "A área de turfa é muito extensa, os bombeiros se queixam com razão, o foco não está na superfície, está a 1 ou 2 metros de profundidade e pode estar a até 8 metros de profundidade. Nos manuais de combate ao fogo é considerado um dos piores de incêndios florestais, mais complexo, pois justamente os bombeiros não podem atuar na superfície, eles tem que encharcar o solo para poder atingir a profundidade onde está o foco do fogo. Não é fácil esse combate", comentou.

Também nesta edição do Nossa Unesc, a professora Yasmine falou também sobre o projeto de extensão Ambiente e Cidadania, que levanta um estudo de integração entre os planos de recursos hídricos das bacias hidrográficas do extremo Sul catarinense aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Acompanhe a íntegra do programa clicando aqui. O Nossa Unesc é uma produção da Escola de Comunicação Criativa (EcoCria) da Unesc, e vai ao ar de segunda a sexta-feira, a partir das 20h15min, na RTV Criciúma, canal 19.1 em TV aberta para todo o Sul catarinense.

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

30 de novembro de 2021 às 21:43
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