AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

Imigração na era da Covid-19 é tema de encontro virtual do Mestrado em Direito da Unesc

Imigração na era da Covid-19 é tema de encontro virtual do Mestrado em Direito da Unesc
Professor doutor Edileny Tomé da Mata abordou especialmente a realidade de africanos e latinos Mais imagens

Imigração e Fronteiras na Era da Covid-19” foram temas debatidos na manhã desta terça-feira (26/5) por alunos e professores do PPGD (Programa de Pós-Graduação em Direito) da Unesc. O convidado do 16º Diálogos em Direitos Humanos e Sociedade e 3º Workshop do Núcleo de Pesquisa em Direitos Humanos e Cidadania foi o professor doutor e pesquisador Edileny Tomé da Mata. Durante o encontro, ele falou especialmente da realidade dos imigrantes africanos e latinos na Europa durante a pandemia.

O professor dividiu a sua fala em dois momentos: políticas de imigração e de fronteiras e a Covid-19 e a subjetividade de raça, classe e gênero. Ele, que teve a experiência formativa na Universidade Pablo de Olavide em Sevilha, Espanha, iniciou apresentando o cenário da imigração na Europa. Segundo ele, os países europeus precisam de mão de obra de pessoas mais jovens e isso tende a marcar o futuro das políticas de imigração. “Há previsão de que em até 25 anos que a população europeia vá precisar mais que nunca de jovens, já que está envelhecida. Neste cenário, latinoamericanos e africanos que hoje têm mais restrição de entrada e permanência, serão pessoas que estarão não apenas realizando trabalho, mas garantindo o funcionamento da sociedade e da economia”.

Mata ainda falou sobre as expulsões de imigrantes, tendo como base o fator residência. “Ocorrem o que na Europa chamam de devoluções, nas quais o Estado preestabelece um grupo de pessoas que são considerados excedentes humanos, em que não tendo residência fixa os nos padrões, acaba sendo expulso para o país de origem ou o mais próximo. E como identificam as pessoas que têm ou não residência na Europa? Entram no contexto do “corpo estranho” na sociedade. Então se procura corpos negros e racializados, diferentes dos europeus, para tirar da sociedade”.

No segundo momento, Mata debateu o contexto atual de pandemia e iniciou lembrando que a primeira vitima da Covid-19 no Brasil foi uma mulher racializada que trabalhava como empregada doméstica. Nesse contexto, o primeiro problema que estaria afetando determinados grupos seria o não poder ficar em casa. “O ‘fique em casa’ é fácil para quem como a gente, tem casa. Mas há grupos que não contam com espaço digno de moradia, moram em espaços insalubres ou mesmo para aqueles que não podem parar de trabalhar, devido muitas vezes, à pressão do empregador”, comenta.

O pesquisador na área de Direitos Humanos ainda trouxe ao debate a realidade de latinoamericanos e negros no exterior, que estão sendo atingidos pelo vírus na maioria das vezes, em função das condições a que estão submetidos.

O evento online teve a participação do coordenador do PPGD, Antonio Carlos Wolkmer e da professora do Mestrado em Direito da Unesc, Fernanda Lima.

Natural de São Tomé e Príncipe, Edileny Tomé da Mata é graduado em Direito, mestre em Direitos Humanos, Intelectualidade e Desenvolvimento e doutor em Direitos Humanos. Além do trabalho acadêmico e de pesquisa, o professor já atuou no assessoramento jurídico em temas como condições sociais e jurídicas de imigrantes na Espanha. Também é coordenador de cursos de formação especializada em Direitos Humanos, Mediação Intercultural e Desenvolvimento. Atualmente realiza um projeto de pesquisa e desenvolve a sua carreira acadêmica junto ao Programa de Mestrado em Direitos Fundamentais e Democracia no UniBrasil, no Paraná.

Milena Nandi – Agência de Comunicação da Unesc

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

26 de maio de 2020 às 13:14
Compartilhar Comente

Deixe um comentário