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15º Simpósio de Pesquisa em Ciências da Saúde: manhã é marcada pela apresentação de diferentes pontos de vista

15º Simpósio de Pesquisa em Ciências da Saúde: manhã é marcada pela apresentação de diferentes pontos de vista
Manhã do segundo dia de evento contou com três palestras e espaço para questionamentos dos participantes (Fotos: Mayara Cardoso) Mais imagens

A manhã do segundo dia do 15º Simpósio de Pesquisa em Ciências da Saúde da Unesc foi de apresentação de dados de diferentes pontos de vista sobre o tema central  ''Maconha, Canabinoides e Terapêutica''. Os aprendizados do dia foram iniciados com a pesquisadora Marília Silva De Souza, que tratou sobre “Epidemiologia: Os números da dependência”.

Apresentando inúmeros gráficos de dados do Brasil e do mundo, Marília destacou o fato de a incidência do uso de drogas estar longe de ser apenas na faixa etária da adolescência. “Dados mundiais mostram a prevalência de usuários também em pessoas de 50 a 54 anos. Entre as explicações encontradas para esse cenário está o fato de que, quando eram adolescentes, essas pessoas tiveram acesso à droga e continuaram ou voltaram a usar ao longo dos anos”, salientou.

Conforme a palestrante, o número global de usuários continua a aumentar. “E isso de forma significativa. Os números do relatório mundial sobre drogas de 2018 mostram uma expansão de 16% entre 2006 e 2016”, salientou.

Em seguida, o tema levantado foi Maconha: Políticas Públicas, tratado pela pesquisadora Lilian Schwanz Lucas. Conforme ela, é de extrema necessidade a aplicação de sistemáticas de longa duração e o foco em estratégias de resolução de problemas. “E ações, especialmente nas escolas, já que quanto mais cedo o contato com a droga, mais prejudicial”, salientou.

História de luta


Quem finalizou a manhã de apresentações foi Norberto Fischer, pai de Anny Fischer, conhecida como a primeira paciente brasileira que conseguiu, por meio de uma liminar na justiça, a autorização para importar e utilizar um medicamento derivado da maconha. Norberto abordou o tema “Canabinoide como opção de tratamento - a história de Anny” e mostrou ao público a trajetória da família na luta pela possibilidade de tratamento para a menina.

Conforme Norberto, a angústia vivida pela família era constante. “Nós vivíamos um luto diário. Vivíamos esperando quando seria a última convulsão”, descreve. Após encontrar na internet casos de pacientes que haviam reduzido crises e conquistado mais qualidade de vida por meio do uso do Canabinoide, os pais não pensaram duas vezes e foram à luta em busca de garantir ao menos essa tentativa para melhorar a qualidade de vida de Anny, com até então três anos e chegando a apresentar 30 a 80 crises convulsivas por semana. “Resolvermos adquirir o medicamento mesmo de forma ilegal. Nós não poderíamos ficar calados. Precisávamos oferecer isso para ela”, salientou.

Ao relatar toda a melhora conquistada ao longo do tempo por meio do uso medicinal da planta, Norberto defendeu seu posicionamento quanto ao assunto e deixou seu apelo. “Acredito que a visão sobre o Cannabis precisa ser diferente, sem preconceito, diante dessas evidências e da situação que tantas famílias vivem”, completou.

Após as falas, os participantes puderam fazer perguntas aos palestrantes e levantar outras opiniões sobre os temas tratados.

O evento segue ao longo de toda a tarde desta sexta-feira e será encerrado com a premiação dos melhores pôsteres apresentados nesta edição, às 17h45.


Mayara Cardoso - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

31 de maio de 2019 às 15:49
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