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Automedicação é tema de roda de conversa na Jornada da Saúde

Automedicação é tema de roda de conversa na Jornada da Saúde
Encontro ocorreu na manhã desta quarta-feira (Fotos: Milena Nandi) Mais imagens

Automedicação responsável, farmacêutico e educação em saúde são peças de uma engrenagem complexa quando o assunto é saúde. Esses temas foram assunto, na manhã desta quarta-feira (10/10), da roda de conversa “Automedicação”, que ocorreu dentro da Jornada da Saúde e Simpósio de Residência Multiprofissional e reuniu alunos, profissionais e professores.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), automedicação responsável é a prática de indivíduos em tratar seus próprios sintomas e pequenos males com medicamentos aprovados e disponíveis sem a prescrição médica, e que são seguros quando usados, segundo as instruções.

Para a farmacêutica Maria Helena Peruch a educação em saúde é essencial para mudar o uso irracional de medicamentos. Segundo ela, ocorreu um avanço nesse sentido em 2010, quando a venda de antibióticos passou a ser proibida sem obter receita médica. “Controlando o uso de antibiótico, daqui algum tempo provavelmente poderemos ver que diminuirá a resistência do organismo humano a eles”. Mas ela pondera que a cultura de automedicação ainda é uma barreira, assim como a indicação de remédios por pessoas não formadas em Farmácia.

O odontólogo Fernando Antonini afirma que o trabalho de conscientização requer persistência. “Quando o paciente tem dor, ele pensa muito mais que necessita do medicamento do que no mal que ele pode vir a fazer. Quando isso se torna cultural, é muito difícil mudar. E temos ainda a propaganda que a indústria farmacêutica faz”.

Já o psicólogo e professor João Luiz Brunel, comenta que o que leva as pessoas a buscarem tratamento, em geral, é a dificuldade que temos em lidar com a dor e por isso, temos tendência de tentar evitar. “Vários estudos analisam como estamos lidando atualmente com a dor. Diversos deles afirmam que estamos cada vez com mais dificuldade de lidar com isso, especialmente com o sofrimento psíquico que é subjetivo. Vários autores chamam a atenção para a medicalização da tristeza cotidiana, das perdas que cada um tem”, conta.

Brunel reforça que o uso continuado de medicação sem o acompanhamento profissional é considerado preocupante pela Psicologia. “Os aspectos são sérios. Essa conduta gera dependência ao ponto de que algumas pessoas não conseguem sair de casa se não tiver na bolsa o ansiolítico, por exemplo. Defendemos o diagnóstico qualificado e uma prescrição adequada e ética”, afirma.

A Jornada e o Simpósio iniciaram nesta segunda-feira (8/10), e encerram nesta quarta-feira (10/10) com uma roda de conversa às 19 horas, no Auditório Ruy Hülse, com os secretários de saúde da Amrec. O encontro marcará a entrega da carta proposta, elaborada nos dias do evento que teve como tema “E se o SUS acabar, o que nós temos a ver com isso?”.

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

10 de outubro de 2018 às 11:36
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