Psicologia

Mulheres da Unesc

Mulheres da Unesc
Luciane, Elisabete e Samira são exemplos da força feminina na Instituição Mais imagens

“Como mulher eu me sinto profundamente privilegiada por estar há mais de 20 anos em uma Universidade como a Unesc, ter a possibilidade de estar à frente de sua gestão, compartilhando com mulheres tão especiais o cotidiano da nossa Universidade e da nossa cidade. Desejo que todos os dias as mulheres sejam protagonistas de sua própria história, tenham sensibilidade para a escuta qualificada e coragem para transformarem os lugares por lhes permitam transformar os lugares por onde elas transitam. Que elas não aceitem em tempo algum, condição de subalternidade ou subserviência. Porque o lugar das mulheres é onde elas quiserem”.

O depoimento acima é da professora doutora Luciane Ceretta, primeira mulher a assumir a Reitoria da Unesc. E ela, juntamente com tantas outras mulheres, têm desempenhado papeis importantes na construção coletiva de uma Universidade Comunitária que não é reconhecida apenas pelo trabalho na formação acadêmica, mas também na transformação de vidas.

E a Universidade está cheia de exemplos disso. Um deles é a funcionária da Aicom (Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing), Elisabete Gonçalves Barbosa. Graduada em Psicologia pela Universidade, a Bete, como é conhecida, tem superado os desafios que a vida impôs. Ela convive com limitações sensoriais desde a infância. Um glaucoma foi diagnosticado aos quatro meses de vida e Bete foi perdendo a visão ainda nos primeiros anos da infância. E isso não impediu que ela fosse atrás de seus objetivos.

“Meus pais sempre me incentivaram e não me esconderam em função da deficiência visual. Quando eu tinha sete anos, eles me levaram até a escola, mas não fui aceita porque eles não estavam preparados para receber uma criança com deficiência. Na época eu ainda tinha um pouco de visão e meus irmãos me alfabetizaram. Depois estudei em uma escola especializada, aprendi a ler em Braile e não parei mais”, conta.

E foi assim, sem desistir, que Bete ingressou no curso de Psicologia da Unesc em 2006, desenvolveu pesquisas em projetos da Instituição e em setembro de 2011 se tornou funcionária da Universidade. “Não posso dizer que é fácil. A cada dia é preciso superar, aprender, tentar. Mas tenho o apoio da minha família e uma filha que me faz querer ser cada vez melhor. Todas as pessoas possuem algum tipo de limitação, mas somos iguais em nossa pluraridade”.

Mas a Bete não é somente profissional. Ela é casada, mãe da Ester, com cinco anos, e vive os mesmos dilemas, inseguranças, alegrias e vitórias que qualquer mulher. “Eu tinha receio de ser mãe, e quando fiquei grávida, vieram várias dúvidas e preocupações com a educação, como a criança seria e como eu seria. Os filhos nos ensinam a ser mãe e isso foi uma escolha minha. Mas a sociedade ainda impõe às mulheres que elas casem, tenham filhos. Mas por qual motivo temos que viver de maneira com o que foi estabelecido por alguém? Temos que ser livres para escolhermos o que nos faz feliz, independente de convenção”.

E outra mulher da Unesc que escolheu o caminho da realização foi a professora Samira Valvassori. Graduada em Ciências Biológicas na Universidade, mestre e doutora em Ciências da Saúde pela Unesc, ela desenvolve pesquisas na área de transtorno bipolar no Laboratório de Psiquiatria Translacional. Fez doutorado sanduíche na Universidade de Toronto, no Canadá – uma das dez melhores Instituições de Ensino Superior do mundo – e entre os prêmios que recebeu ao longo da carreira, esteve o da Sociedade Internacional de Transtorno Bipolar. Samira ganhou em 2014 o prêmio Samuel Gershon Awards for Junior Investigators, fazendo da Unesc a única instituição brasileira presente na conquista. Hoje, é professora do PPGCS (Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde) e dos cursos de Nutrição, Enfermagem, Fisioterapia e Medicina da Universidade.

 Samira fez da pesquisa um modo de vida e segue incentivando alunos a aproveitarem oportunidades durante a graduação para ampliarem as possibilidades de aaprendizado, por meio da pesquisa científica. Mas ela, e outras mulheres cientistas sabem que isso exige dedicação e amor pelo que se faz.

“Na primeira fase do curso eu sai procurando algum laboratório que me aceitasse. Mas como ainda estava iniciando, ficou difícil. O professor João Quevedo me aceitou no Laboratório de Neurociências em 2003 e foi ali que eu me encontrei: fazendo pesquisa”, revela. Para Samira, estar ali, seja aos finais de semana realizando experimentos, ou estudando para ampliar o seu conhecimento não um fardo. Mas ela precisou de apoio. E encontrou especialmente na família. “Eu já vim para a Unesc a pé por não ter dinheiro para o ônibus. Muitas vezes minha mãe vinha até o laboratório para trazer comida enquanto eu estava trabalhando aos fins de semana. Deixei de sair com amigos para estudar. E quando eu desanimei, meus pais estavam ao meu lado me incentivando a continuar. Não me arrependo de ter ido atrás do que faz meus olhos brilharem”.

Fonte: Setor de Comunicação Integrada

08 de março de 2018 às 07:00
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