PPGE - Programa de Pós-Graduação em Educação

Movimento da Escola Democrática realiza Seminário de Esclarecimento Sobre a ideologia do Movimento da "Escola Sem Partido"

Nesta última segunda feira, 13/11/2017, o Movimento da Escola Democrática realizou, na UNESC, um Seminário de Esclarecimento sobre o Projeto de Lei da "Escola Sem Partido". A abertura do Seminário foi realizada pelo Prof. Marcelo Feldhaus, atual Diretor da Unidade Acadêmica de Educação, Ciências e Humanidades (HCE/UNESC). A mesa de esclarecimento foi coordenada por Jucélia Vargas, Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Criciúma (Siserp) e composta pelos Professores Carlos Renato Carola e Gladir Cabral (PPGE/UNESC), e o advogado e doutorando em Direito pela UFSC, Rodrigo Sartoti. Foram realizadas duas sessões de esclarecimento, um no período da tarde e ou no período noturno. O evento contou com a participação expressiva de estudantes e professores de diversos cursos de graduação, principalmente das licenciaturas, e da comunidade externa - professores das escolas públicas, lideranças sindicais da educação, dois vereadores de Criciúma (Tita Belloli e Geovana Benedet Zanette) e o Prefeito Murialdo Gastaldon de Içara. Entre os esclarecimentos, os educadores destacaram os seguintes aspectos:

1)  Apesar da expressão “sem partido”, artifício usado para enganar e ludibriar a sociedade brasileira, o Projeto de Lei da “Escola sem Partido” é uma proposta ideológica que tem por objetivo normatizar e criminalizar a prática docente com base num padrão de conduta anunciado na forma de “Deveres do Professor”; e desde sua origem foi assumido e vem sendo apoiado e protagonizado por partidos políticos e grupos sociais de extrema-direita.
2)  A concepção da proposta se fundamenta no dogma da existência de uma educação neutra e um modelo único de homem e sociedade, tal como se impõe nos regimes totalitários. Para os partidários da “escola sem partido”, a pluralidade cultural e as divergências de ideias e pensamentos são vistas como ameaça à suposta ordem “natural” da sociedade.

3) Trata-se de um projeto que instiga ódio, perseguição política e vigilância permanente contra os professores.

4) O Projeto coloca em suspeição todos os professores e todo o sistema público de educação. Além disso, estimula a denúncia anônima contra os supostos "professores doutrinadores", prática esta que protege o anonimato do delator e expõe a imagem do professor. Em termos comparativos, o movimento da "escola sem partido" enaltece a figura de Judas Iscariote (o delator/traidor) e condena Jesus Cristo (o educador doutrinador), destacou o Prof. Gladir Cabral.

5) O movimento da "escola sem partido" afronta os Direitos Humanos, legitimando e empoderando ainda mais as manifestações racistas, homofóbicas e ditatoriais.

Texto: Carlos Renato Carola

Por: Vanessa Morona Dias 16 de novembro de 2017 às 08:18
Compartilhar Comente