Centro Especializado em Reabilitação - CER II

Unesc recebe autoridades em saúde para falar sobre o SUS

Unesc recebe autoridades em saúde para falar sobre o SUS
Presidente do Conselho Nacional de Saúde está na Universidade Mais imagens

A Unesc recebeu autoridades em saúde da região para debater as diretrizes da saúde e da gestão do SUS (Sistema Único de Saúde) nesta sexta-feira (31/3). O encontro “Diálogos sobre gestão em saúde no SUS: dificuldades e potencialidades” promoveu painéis e uma conversa com o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Ronald Ferreira dos Santos. Ronald esteve em uma mesa de debates com autoridades, a partir das 13h30. 

Para a diretora da UNA SAU (Unidade Acadêmica de Ciências da Saúde), Indianara Becker, a saúde tem muitos desafios a serem superados. “Estamos atravessando grandes mudanças na área. Temos grandes desafios e precisamos continuar avançando para melhorar”, afirmou.

Saúde pública

Na parte da manhã, o evento contou com a palestra do professor doutor Jacks Soratto, que falou sobre as atenções primárias a saúde. “É importante entendermos o assunto e refletirmos sobre o significado de saúde. Quando tocamos no assunto vamos além da ausência de doenças, mas sim sobre o bem-estar”, comentou.

As conversas da manhã não pararam por aí. Ainda foram abordados os assuntos “Financiamento do sistema único de saúde”, com o professor doutor Flavio Magajeswki; “Planejamento no sistema único de saúde”, com a professora doutora Angela Blatt; “Redes de atenção à saúde”, com a professora doutora Lisiane Tuon e “Alguns desafios para a gestão em saúde no SUS”, com a professora doutora Luciane Ceretta.

O evento conta com a presença dos secretários municipais, gestores, profissionais, mestrandos, residentes e acadêmicos da Unesc e integrantes dos Conselhos Municipais de Saúde da região. O encontro é promovido pela Propex (Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão), UNA SAU (Unidade Acadêmica de Ciências da Saúde) e PPGSCol (Graduação em Saúde Coletiva).

Diálogos


A abertura oficial do evento ocorreu à tarde, com a presença de representantes da Unesc e autoridades regionais da área da saúde. Após a solenidade, o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Ronald Ferreira dos Santos, ministrou a mesa-redonda “Diálogos sobre gestão em saúde no SUS: Dificuldades e pontencialidades”.

Para a representante das Comissões Intergestoras Regionais (CIR) do Extremo Sul Catarinense e secretária da Saúde de Sombrio, Gislaine Cunha, a temática é de extrema importância para toda a região, dada a dificuldade que o poder municipal tem em administrar a área da saúde, devido aos problemas com contrapartidas dos governos estadual e federal. “Realizamos o planejamento e a realidade que temos é difícil. A gestão em saúde é um desafio, mas acreditamos que juntos conseguiremos fazer algo para mudar”.

O presidente do CIR da Região Carbonífera, Diego Passarela, afirma que a preocupação dos municípios deveria ser com a Atenção Básica em Saúde, porém, o poder público acaba tendo que participar de questões que seriam da esfera estadual, como a gestão de hospitais. “Se tivermos uma Atenção Básica resolutiva, conseguimos atender a 85% da demanda”. Segundo Passarela, eventos como o desta sexta-feira na Unesc são oportunidades importantes para que os gestores de saúde dialoguem entre si e troquem informações no sentido de unir os diversos municípios para a busca de soluções. “Ter o presidente do Conselho Nacional de Saúde falando para os gestores da nossa região foi uma oportunidade única”.

Autoridades presentes


Participaram do evento o reitor Gildo Volpato; a pró-reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, Luciane Ceretta; a diretora da UNA SAU, Indianara Becker; a coordenadora do CER, Lisiane Tuon; a coordenadora do PPGSCol, Priscyla Waleska; o coordenador do Programa de Residência Multiprofissional da Unesc, Jacks Soratto; a representante do Conselho de Saúde de Criciúma e demais municípios da região, Giovana Vito Mondardo; o gerente regional de Saúde da Amesc, Fernando Marcelino de Faveri; e os secretários municipais de saúde: Franciele Gava (Criciúma), Izalete Duarte (Urussanga), Sinara Milanez (Cocal do Sul), Jean Willian (Balneário Rincão), Diogo Copetti (Maracajá), Eduardo Rocho (Içara), Graziela Minatto (Balneário Arroio do Sil) e Carla Zabotti Dias (Lauro Müller).

Fonte: Setor de Comunicação Integrada

31 de março de 2017 às 11:32
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Universidade realiza pesquisa sobre reabilitação de crianças com paralisia cerebral

Universidade realiza pesquisa sobre reabilitação de crianças com paralisia cerebral
Estudo foi realizado para Mestrado em Saúde Coletiva da Unesc (Foto: Milena Nandi) Mais imagens

A Unesc concluiu uma pesquisa científica sobre a eficácia do PediaSuit (uma vestimenta terapêutica ortopédica) na reabilitação de crianças com paralisia cerebral. O estudo realizado no CER (Centro Especializado em Reabilitação), localizado nas Clínicas Integradas da Universidade, foi desenvolvido como uma dissertação no PPGSCol (Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva). O trabalho trouxe evidências científicas de que o tratamento embasado pelo Protocolo PediaSuit pode potencializar a função motora grossa e o desempenho funcional da criança com paralisia cerebral.

O PediaSuit é uma vestimenta ortopédica composta por colete, calção, joelheiras e calçados especiais que são interligados por tiras elásticas. Ele ajuda a alinhar o corpo o mais próximo do funcional possível, restabelecendo a postura correta e a distribuição do peso. A roupa fica ligada a uma “gaiola”, onde fisioterapeutas ou terapeutas ocupacionais desenvolvem exercícios e atividades com os pacientes.

Comprovação científica

O trabalho foi realizado por uma equipe de profissionais vinculados ao CER/UNESC, e a fisioterapeuta e funcionária do CER Unesc Elaine Meller Mangilli utilizou a pesquisa para a sua dissertação “Efeitos Musculares do Protocolo PediaSuit em Crianças com Paralisia Cerebral Espástica”, defendida em março de 2017. Ela faz parte da equipe habilitada para desenvolver atividades terapêuticas utilizando o equipamento PediaSuit e conta que na literatura científica há poucas pesquisas que evidenciem os efeitos decorrentes deste equipamento no tratamento de crianças com disfunções motoras. Segundo Eliane, até então nenhum dos estudos faz referências as alterações fisiológicas do sistema muscular, ou seja, nenhuma pesquisa realizada anteriormente mostrava como os músculos dessas crianças se comportavam diante do tratamento de reabilitação utilizando o PediaSuit.

A dissertação foi orientada pela professora doutora Lisiane Tuon, que conta que até então o equipamento era usado de forma empírica. “Os profissionais usavam, viam o resultado, mas não sabiam como ele agia no corpo para chegar a esse resultado. Ele é um tratamento intensivo e as evidências clínicas de sua eficácia foram encontradas, tanto na avaliação clínica, como também em nível muscular, através de marcadores biológicos avaliados mediante exames de sangue”, explica Lisiane. A análise dos marcadores biológicos foi realizada pelo professor doutor do PPGCS (Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde), Paulo da Silveira.

Pode ser alternativa para o SUS
A ideia da pesquisa surgiu de uma conversa entre Lisiane, que também é coordenadora do CER Unesc, com o presidente da Federação das APAEs do Estado de Santa Catarina, Júlio de Aguiar. “Hoje, o PediaSuit está disponível em algumas APAEs do Estado. A intenção é aprofundar a pesquisa e colaborar para que o tratamento seja incorporado pelo SUS e, assim, mais crianças possam ser beneficiadas e passem a ter condições de alcançar uma qualidade de vida melhor”, comenta a professora.

O que é PC
PC (Paralisia Cerebral) é qualquer distúrbio caracterizado por alteração do movimento e anormalidades neuropatológicas não progressiva do cérebro em desenvolvimento. Em boa parte dos casos, a paralisia afeta apenas a questão motora da pessoa, sendo que o desenvolvimento cognitivo ocorre normalmente. “A criança pode nascer com paralisia cerebral ou ter uma queda, por exemplo, e passar a ter. Ela é uma das doenças de maior incidência entre as crianças com incapacidades motoras. Pessoas com PC têm alteração do tônus muscular, alterações nos músculos e no esqueleto, dificuldade para executar movimentos voluntários e déficit no desenvolvimento das habilidades funcionais”, explica Eliane Meller Mangilli, a autora da pesquisa.

Como o estudo foi desenvolvido

Em seu estudo, a agora mestre em Saúde Coletiva, destaca que tratamentos intensivos de reabilitação como o Protocolo PediaSuit, vem sendo aplicados com o intuito de potencializar os ganhos motores e funcionais, apresentando-se como uma nova possibilidade de reabilitação, independência, qualidade de vida, autonomia e inclusão.

Para a pesquisa, Eliane acompanhou dez meninos e meninas dos 3 aos 12 anos, encaminhadas pelas APAEs da região, com problemas motores decorrentes da paralisia cerebral do tipo espástica (corresponde a até 70% dos casos. Neles, os músculos estão em contração contínua, e os movimentos executados pela criança são bruscos. Com o tempo a criança desenvolve deformidades nas articulações).

Os participantes do estudo passaram um mês sendo analisados. Cada um realizou cinco sessões por semana de quatro horas diárias (com apenas 15 minutos de pausa para um lanche) no PediaSuit. Ao todo, as crianças foram submetidas ao tratamento de reabilitação por 20 dias. Este é o procedimento estabelecido pelo Protocolo PediaSuit, que prevê que após esse período, as crianças passem as próximas duas semanas realizando os exercícios na “gaiola” por um tempo que some seis horas por semana.

Reabilitação na Unesc
A Unesc possui dois equipamentos PediaSuit. O primeiro foi doado pela APAE de Criciúma ao CER no final de 2015 e utilizado desde o início de 2016 para pesquisa e atendimentos. O segundo chegou à Unesc em 2016 por meio de fomento externo, a partir de um projeto elaborado pelo CER. Em cerca de um ano, 50 crianças fizeram o tratamento de reabilitação por meio do PediaSuit. A intenção é que em 2017 se inicie o trabalho com adultos com paralisia cerebral.

Como surgiu o PediaSuit
Em 1971, o “Penguin suit” foi desenvolvido pelo programa espacial da Rússia. Esta vestimenta especial foi usada pelos astronautas em voos espaciais para neutralizar os efeitos da ausência de gravidade sobre o corpo, como a perda de densidade óssea e problemas motores. Cientistas e especialistas em medicina espacial, depois de uma longa pesquisa, criaram este macacão com ação de carga, o que tornou, longas viagens ao espaço possíveis.

Anos depois terapeutas perceberam que a tecnologia poderia ser usada em pacientes com paralisia cerebral e outros problemas neurológicos. Nos anos 1990, uma clínica na Polônia desenvolveu o “Adeli suit”, a primeira roupa a ser usada em crianças com paralisia cerebral.

Em 2006 o equipamento PediaSuit foi desenvolvido pelo piloto brasileiro Leonardo de Oliveira e por terapeutas, nos Estados Unidos. O grupo desenvolveu PediaSuit com base no “Penguim suit” da Rússia, mas com adaptações e melhorias. Hoje, ele é o tipo mais moderno de macacão terapêutico ortopédico disponível.

Fonte: Setor de Comunicação Integrada

Por: Milena Spilere Nandi 21 de março de 2017 às 15:40
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