Interação entre mamíferos marinhos e pesca abre o II Ciclo de Palestras do Museu de Zoologia
O II Ciclo de Palestras do Museu de Zoologia, na X Semana de Ciência e Tecnologia da Unesc, teve como palestra de abertura a temática da interação possível entre mamíferos marinhos e a pesca. O evento foi aberto pelo professor e pesquisador Rodrigo Machado, que trouxe ao público um tema polêmico e que a cada dia se acentua, a problemática da conservação dos mamíferos marinhos e a atividade pesqueira.
Ainda que alguns movimentos aconteçam no sentido de reduzir esse impacto, a percepção é que um longo caminho ainda precisa ser trilhado. Para o professor ainda que a tecnologia já disponibilize meios, faltam políticas que permitam esse novo momento. “Nossa ideia foi explanar sobre essas interações e mostrar que existe várias alternativas tecnológicas que minimizam esse problema, reduzindo o conflito e conservando os animais”, explicou o professor, que estuda o tema há mais de 20 anos. Rodrigo Machado analisa que, no entanto, essas tecnologias estão colocadas, porém pouco tem sido feito para a implantação destas. Outro aspecto abordado pelo pesquisador dá conta de movimentos de governos no sentido de promoção de modelos e legislações que tornem mais sustentáveis a pesca, conservando o recurso. “A legislação que vem sendo discutida no Brasil propõe a pesca mais sustentável, permitindo uma produção pesqueira maior e consequentemente uma conservação dos mamíferos marinhos também”, analisa.
Um dos modelos que já vem sendo adotado neste sentido, exemplifica o professor Rodrigo Machado, é a restrição da pesca de arrasto no litoral do Rio Grande do Sul, com o apoio dos pescadores gaúchos. Em 2018 o Estado vizinho implantou a Política Estadual da Pesca, com vistas a promover a maior sustentabilidade do setor. Na análise do pesquisador, esse modelo também tem favorecido a preservação de outras espécies. “Os mamíferos marinhos fazem parte do ecossistema, comem peixe, regulam as populações de presas e têm um papel chave no ecossistema marinho. No momento que a gente extingue uma espécie, se tem um desequilíbrio importante, negativo e esse desequilíbrio com certeza causa também prejuízo para o setor pesqueiro. Então é importante para a atividade econômica que os mamíferos marinhos continuem com suas populações estáveis”, explica Machado. Além da proibição da pesca de arrasto nas 12 milhas da costa gaúcha, a lei também cria um fundo da pesca, estabelece monitoramento do que se pesca, organiza a retomada da pesca como atividade econômica importante para a rendas dos município, contribuindo também para a situação econômica, além de preservar, conservar e recuperar os recursos dos ecossistemas, prevenindo a extinção de espécies.
Hoje uma das espécies mais impactadas pela pesca é a toninha, um tipo de golfinho pequeno. Por suas características, como a dificuldade de identificar redes marinhas, muitas acabam morrendo e colocam este mamífero na lista vermelha das espécies ameaçadas de extinção. “Alguns pesquisadores acreditam na extinção desta espécie em até 30 a 40 anos”, alerta o pesquisador.
O evento faz parte das diversas palestras que o Museu de Zoologia da Unesc realiza ao longo da Semana de Ciência e Tecnologia. Para o professor a semana permite a abordagem de temáticas muito importantes da ciência e tecnologia para o desenvolvimento dos cursos, da região, da conservação.
Para a coordenadora do Museu de Zoologia, Morgana Cirimbelli Gaidzinski, o Ciclo de Palestras é o momento para evolução do debate a respeito da conservação e da sustentabilidade. “Esses encontros nos permitem levar conhecimentos e essa propagação de informação é que, em um conjunto, num coletivo, podemos alcançar resultados positivos”, salientou.
Ana Sofia Schuster - AICOM Unesc
Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing
Por: Ana Sofia Schuster 23 de outubro de 2019 às 21:20PROFESSORES E ALUNOS DO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA UNESC APRESENTAM TRABALHOS NO XXXI CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA
Entre os dias 07 e 11 de março ocorreu na cidade de Cuiabá - MT, o XXXI Congresso Brasileiro de Zoologia. Participaram do evento, os professores do curso de Ciências Biológicas e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais Dr. Jairo J. Zocche, Dra. Birgt Harter-Marques, Dr. Fernando Carvalho e MSc. Mainara F. Cascaes, juntamente com as acadêmicas Bruna Cesário de Lima, Daniela A. S. Bôlla e Mikaela Z. Miranda, além da mestranda do curso de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da UNESC e egressa do curso, Poliana P. Bernardo. Foram apresentados os 12 trabalhos os quais resultam de pesquisas desenvolvidas pelos professores e alunos dos Laboratórios de Interação Animal Planta (LIAP), de Ecologia de Paisagem e de Vertebrados (LABECO) e do Museu de Zoologia Prof. Morgana Cirimbelli Gaidzinski, todos da UNESC. Dentro dos trabalhos apresentados, quatro (números 1,4,7 e 12) resultam do "Projeto Volta à Vida" da empresa SIBELCO de Jaguaruna, a qual mantém parceria com a UNESC, garantindo apoio logístico e financeiro a diversos projetos de pesquisa. O evento foi uma ótima oportunidade para discutir com pesquisadores de diversas instituições brasileiras, os resultados dos estudos desenvolvidos em nossa universidade. Para os alunos, a experiência de participar e apresentar trabalho em um evento de nível nacional, pode representar um diferencial na sua formação acadêmica e profissional, destaca o professor Fernando Carvalho.
TRABALHOS APRESENTADOS:
1 - Comunidade de abelhas (Hymenoptera: Apoidea) e plantas visitadas em área de restinga no sul de Santa Catarina.
Autores: Cesário, B.; Rollano, H.L.; Martins, R. ; Mendonça, R.A. ; Zocche, J.J.; Carvalho, F.; Harter-Marques, B.
2 - Fauna edáfica em áreas com solos construídos após mineração de carvão em Santa Catarina.
Autores: Frasson, J.M.F. ; Rosado, J.L.O. ; Harter-Marques, B.
3 - Mirmecofauna (Hymenoptera: Formicidae) epigéica em áreas reabilitadas após mineração de carvão a céu aberto no sul de Santa Catarina.
Autores: Patel, F.M.; Rosado, J.L.O. ; Harter-Marques, B.
4 - Dieta de morcegos frugívoros (Chiroptera, Phyllostomidae) em ambiente de restinga no sul de Santa Catarina, Brasil.
Autores: Bôlla D.A.S.; Carvalho F.; Zocche J.J.; Harter-Marques, B.; Martins, R.
5 - A composição da dieta de duas guildas de morcegos frugívoros (Chiroptera: Phyllostomidae) pode se alterar ao longo das seis primeiras horas da noite?
Autores: Bôlla D.A.S.; Carvalho F.; Zocche J.J.
6 - Mastofauna de médio e grande porte e voadora da região sul do estado de Santa Catarina, Brasil .
Autores: Zocche J.J.; Bôlla D.A.S.; Carvalho F.; Ceron K.; Mattias M.L.; Mattia D.L; Luiz M.R.; Panatta K.A.
7 - Uso de óleo essencial para atração de morcegos frugívoros (Chiroptera: Phyllostomidae) em ecossistema de restinga no sul do Brasil.
Autores: Carvalho, F.; Bôlla, D.A.S; Luzzietti, M.M; Pavei, D.; Martins, R.; Zocche, J.J.; Harter-Marques, B.
8 - Variação vertical da taxa de captura horária de morcegos filostomídeos (Chiroptera: Phyllostomidae) em fragmento de Mata Atlântica no sul do Brasil.
Autores: Carvalho, F.; Mottin, V.; Miranda, J.M.D.; Passos, F.C.
9 - Registro de encalhes de mamíferos marinhos (Carnivora: Otariidae) em um trecho do litoral sul de Santa Catarina, Brasil.
Autores: Silvano, M.F.; Gaidzinski, M.C.; Freitas, R.R.; Simões, S.D.; Carvalho, F.; Cascaes, M.F.
10 - Registro de mortalidade de cetáceos (Mammalia, Cetacea) no período de 2009 a 2014 entre os municípios de Jaguaruna e Passo de Torres/ Sc, Brasil.
Autores: Martins, K.S.F.; Gaidzinski, M.C. ; Freitas, R.R.; Simões, S.D. ; Cascaes, M.F..
11 - Anurofauna (Lissamphibia: Anura) composition and seasonal variation in an atlantic forest remaining, south of Santa Catarina, Brazil.
Autores: Peres, P.B.; Souza, K.S.; Mendonça, R.A.; Carvalho, F.; Zocche, J.J.
12 - Daily activity patterns and microhabitats use by Contomastix lacertoides (Squamata, Teiidae) in southern Brazil (preliminary results).
Autores: Souza K.S.; Peres P.B.; Zocche J.J.; Mendonça R.A.; Marques B.H.; Martins R.
Por: Rafael Martins 26 de abril de 2016 às 08:45