Psicologia

Rico debate promovido pela Unesc discute inclusão de estudantes com deficiência nas escolas

Rico debate promovido pela Unesc discute inclusão de estudantes com deficiência nas escolas
Ação contou com mais de 100 participantes na noite desta quarta-feira (18/11) (Fotos: Reprodução) Mais imagens

Convidados com diferentes olhares sob a temática da inclusão de estudantes com deficiência nas escolas públicas brasileiras participaram, na noite desta quarta-feira (18/11), de um rico debate acompanhado por mais de 100 pessoas de forma virtual. O encontro, intitulado Diálogos Sobre Inclusão da Pessoa com Deficiência no Ensino Regular, foi promovido por estudantes da Unesc com foco na discussão acerca do decreto assinado em 30 de setembro de 2020 incentivando a categorização de estudantes com deficiência.

Sob mediação da líder estudantil Francine Nazário, participaram da discussão e contribuíram com o debate, sob o olhar do Direito, o professor mestre Ismael de Córdova;  sob a ótica da licenciatura, a professora mestre Edina Regina Baumer; da área da Psicologia, a docente mestre Suzamara Vieira e a colaboradora psicóloga Elisabete Gonçalves Barbosa; sob o ponto de vista de diversidades, a professora mestre Priscila Schacht Cardozo, também coordenadora do programa SOMOS (Inclusão da pessoa com deficiência no mundo do trabalho) e representante da Secretaria de Diversidades e Políticas de Ações Afirmativas da Unesc.

Conforme Francine, as resoluções trazidas no decreto impactam diretamente nas questões dos direitos à educação das pessoas com deficiência, transtornos de desenvolvimento e superdotação. “A Unesc, como Universidade Comunitária, não poderia se furtar em promover uma discussão para aprendizado em torno do assunto. Foi pensando nisso que propusemos, por meio da Diretoria de Ensino, esse encontro em busca de oportunizar diferentes manifestações sobre um assunto tão importante”, comentou.

Na avaliação de Ismael, o reflexo do decreto na prática diária irá diversos fatores como o acompanhamento da sua implementação, as lacunas possíveis nessa legislação, o comportamento da sociedade civil organizada, entre muitos outros fatores, que serão determinantes na definição das mudanças como retrocessos ou, de fato, avanços na inclusão.

Para Suzamara, além de todas as questões de dependência citadas pelo colega Ismael, o reflexo dependerá também de forma muito significativa da preparação das equipes que irão colocar as mudanças em prática. “Nós todos precisaremos estar muito preparados para ajudar essas famílias que precisarão tomar as decisões importantes”, destacou.

A professora citou ainda Paulo Freire quando disse que “Aceitar e respeitar a diferença é uma dessas virtudes sem o que a escuta não se pode dar. Se discrimino o menino ou menina pobre, a menina ou o menino negro, o menino índio, a menina rica; se discrimino a mulher, a camponesa, a operária, não posso, evidentemente, escutá-las e, se não as escuto, não posso falar com eles, mas a eles, de cima para baixo. Sobretudo, me proíbo entendê-los. Se me sinto superior ao diferente, não importa quem seja, recuso-me escutá-lo ou escutá-la. O diferente não é o outro a merecer respeito é um isto ou aquilo, destratável ou desprezível”.

Ao fazer a citação Suzamara buscou levantar o questionamento sobre o verdadeiro olhar destinado à pessoa com deficiência. “Será que estamos olhando para essa pessoa pela humanidade dela ou pelas questões culturais, sociais ou suas limitações? Nós não sabemos sobre a totalidade desse ser humano. Se imaginarmos que o conhecemos, apenas por imaginar suas limitações, deixamos de conhecer a realidade dele, suas fraquezas, como qualquer outro possui, mas também suas forças, que temos como papel evidenciar”, pontuou a professora.

A professora do curso de Odontologia da Unesc, Patricia Duarte Simões Pires, acompanhou o debate que se sucedeu por mais de duas horas e fez questão de destacar a importância do acompanhamento da temática por parte das diversas áreas do conhecimento. “Excelente reflexão. É por esta razão que nós da Odontologia nos incluímos nesta palestra, pois o nosso objetivo maior é exatamente sensibilizar nossos alunos para que tenham um olhar, um acolhimento, um respeito às diferenças, exercendo o seu papel não somente no âmbito profissional, mas seu papel como cidadão, como ser humano”, pontuou ao grupo.

O encontro contou ainda com a participação da assessora pedagógica administrativa da Diretoria de Ensino, Andreia Rabelo Marcelino. Conforme Andreia, o debate levantou excelentes questionamentos e deixou o desejo de novas discussões sobre o assunto. “Certamente iremos promover outros encontros para continuar a debater e aprender em torno dessa temática”, garantiu a professora que parabenizou ainda o protagonismo estudantil na promoção do evento.

Mayara Cardoso - Agência de Comunicação da Unesc

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

18 de novembro de 2020 às 21:49
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